Os
números apavoram! Demonstram, por si só, a deficiência da estrutura de
saúde pública, principalmente em nível municipal, na saúde básica, mas
também em relação à estadual, na medida em que não há como atender a
tantos doentes e tantos acidentados ao mesmo tempo. Com uma média diária
de 30 pessoas feridas no trânsito – há dias em que esse número sobe
para 40 – não há número de leitos hospitalares possíveis para atender a
tanta gente. Some-se ainda os casos que deveriam ser atendidos na
estrutura municipal, mas que não o são, porque encaminhados para
atendimento em nível dos hospitais estaduais e, então, se verá o quadro
caótico. Vejamos: o Hospital João Paulo II tem 149 leitos. Todos estão
lotados. Há pelo menos mais 100 pacientes em macas, nos corredores, nos
banheiros e até na área externa. O Estado paga ainda outros 100 leitos
no hospital das Irmãs Marcelinas. Todos ocupados. Tem mais: há ainda
mais 100 leitos alugados pela Sesau no Hospital Samaritano. Nenhum
vazio. Se tivesse o dobro, todos estariam lotados. Igualmente estão
cheios os leitos da UTI no Hospital de Base, no Samaritano e nas Irmãs
Marcelinas. Somando-se os três locais, mais ou menos 90 leitos. Então
são 149+100+100+ 90 e o primeiro resultado é que temos 439 leitos,
superlotando toda a estrutura estadual de hospitais. Só isso? Não.. Há
ainda o que o ex governador Confúcio Moura, que criou o sistema, chama
de Hospital Invisível. São cerca de 200 doentes, tratados em suas casas,
por uma multi equipe de médicos, enfermeiros e outros profissionais.
Muitos desses também vítimas do trânsito.
Ora,
como fazer numa cidade em que todos os hospitais estão superlotados, a
grande maioria de vitimas de acidentes? Há que se analisar toda a
situação e buscar alternativas práticas. Estado e Município têm que
falar a mesma linguagem, trabalhando de forma integrada, cada um
atendendo seu público. Centenas de pacientes que deveriam ser atendidos
nas unidades básicas, que são ainda muito deficientes, acabam desaguando
nos hospitais do Estado, tirando a vaga no atendimento daqueles que têm
realmente problemas mais sérios. Há também que se parar com o papo
furado, com a conversa fiada e colocar em prática um pacote de ações que
sirvam não só para fazer o motorista, o motoqueiro e os condutores de
todos os tipos de veículos respeitarem as leis de trânsito, sob as mais
duras penalidades. Não há solução fora disso! Se algo não for feito
agora, já, poderemos ter 10 hospitais de pronto socorro, porque eles
sempre ficarão lotados. Estamos correndo (com o perdão do trocadilho),
para recebermos o título de trânsito com maior velocidade média do
Brasil e, mais que isso, com 90 por cento dos condutores de motos
andando pela cidade sem habilitação. Não é por acaso que até 80 por
cento das vitimas do trânsito são motociclistas ou caroneiros. Hora de
agir, não empurrar o problema com a barriga, portanto!
ACIR GARANTIDO NO JOGO
Não
deu outra! O TSE autorizou o prosseguimento da campanha do candidato do
PDT ao Governo de Rondônia, Acir Gurgacz, até que se defina se seu nome
será ou não impugnado pela última instância da Justiça Eleitoral. Essa
coluna, aliás, na edição de terça, já havia antecipado a óbvia decisão,
que foi confirmada na manhã de quarta pelo ministro Jorge Mussi. No
entendimento do Ministro, a legislação eleitoral assegura ao candidato o
direito de prosseguir na disputa, mantendo-se sua propaganda e todos
os atos de campanha, até que sua questão seja resolvida pelo TSE em
definitivo. Pela decisão, a instância superior para decidir sobre o caso
é do TSE e não do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia, sendo
cabível recurso ao TSE em caso de negativa de registro. Isso significa,
tirando o “juridiquês”, que Acir está apto a disputar o pleito, até que o
Tribunal Superior Eleitoral emita alguma decisão em contrário. Se não o
fizer, ele concorre normalmente. Acir disputa sub judice, mas todos os
seus direitos estão garantidos. Ontem mesmo o candidato e sua troupe já
anunciavam ao eleitorado que ele está firme na corrida pelo Governo e
que as metas de, inicialmente chegar ao segundo turno e depois vencer a
corrida governamental, continuam sólidas. O TRE de Rondônia tinha
impugnado o registro e Acir e mandado parar a sua campanha. O TSE
derrubou essa decisão.
DIA D PARA AMENIZAR DÍVIDA DO BERON
Se
a agenda for mantida, a quinta-feira é dia decisivo para que a questão
da dívida do Beron, ao menos a relacionada com os mais de 240 milhões
vencidos, para que ela seja parcelada ou tenha que ser paga numa tacada
só. Rondônia ficou dois anos sem pagar a conta, inclusive porque isso
lhe foi autorizado, em função da grande enchente de 2014, quando muitos
recursos tiveram que ser utilizados para recuperar o que as águas
destruíram, principalmente na Capital e distritos. O outro motivo é que o
Estado tinha recorrido à Justiça e, via liminar, havia conseguido a
suspensão temporária do pagamento. Recentemente, o STF deu ganho de
causa à União, obrigando a que paguemos todo o atraso numa vez só. O
governador Daniel Pereira, a equipe econômica e a Procuradoria Geral do
Estado estão trabalhando duro, para tentar reverter essa situação e ao
menos conseguir um parcelamento dos mais de 240 milhões. Hoje, em
Brasília, o caso estará na pauta. No final da tarde saberemos se o
parcelamento foi autorizado ou se teremos que pagar tudo numa vez só.
OS CANDIDATOS BATALHAM PELO VOTO
Maurão
de Carvalho anda entusiasmado com o crescimento das adesões a sua
campanha. Uma caminhada pela zona sul da Capital, liderada por ele e
com a presença dos principais nomes do MDB que disputam o Senado, Câmara
Federal e Assembleia, entusiasmou não só o candidato e seu vice, Wagner
Garcia, como também a militância. Maurão faz contas e está convicto que
pode mudar o quadro das pesquisas e se posicionar no segundo turno,
pelo andamento da sua campanha. Enquanto isso, nos comitês de Expedito
Júnior, a orientação é “nada a comemorar!”. O próprio candidato disse
ontem que a liderança nas pesquisas apontam apenas um momento da
campanha e que jamais houve qualquer expectativa de vencer a eleição no
primeiro turno, seja qual for o cenário. “Nossa caminhada continua com
toda a intensidade, para levarmos ao eleitor nossas propostas”, afirmou.
Já Acir Gurgacz, o outro nome entre os três mais cotados, passou a
manhã da quarta comemorando a decisão do TSE que autorizou o andamento
da sua campanha e, pouco depois, já estava nas ruas, cumprindo uma
extensa agenda de campanha. Entre os demais candidatos, a corrida
também se amplia. Marcos Rocha (PSL), passou o dia preocupado com as
notícias da piora do quadro de saúde de seu líder, o presidenciável
Jair Bolsonaro. Pimenta de Rondônia e Vinicius Miguel, da Rede,
fizeram várias reuniões, assim como coronel Charlon (PRTB) (PSTU) e
Pedro Nazareno, Comendador Queiroz (PMB). Os pequenos correm atrás do
eleitor, para marcarem suas presenças. Chances? Para a maioria deles, só
mesmo um milagre.
UMA CAMPANHA GELADA
Faltando
25 dias para a eleição, a campanha ainda não atingiu aquele estágio em
que possa se dizer que ela está envolvendo as comunidades. Raramente se
viu uma campanha tão fria, quase gelada, com tão pouca participação do
eleitor. A própria lei eleitoral tratou de afastar os candidatos do
povo, criando-lhes tantos empecilhos que parece que às vezes parece uma
operação policial e não uma disputa eleitoral. Além disso, no caso da
disputa ao Governo, pelo menos, candidatos estão pisando em ovos,
evitando ataques para não sofrerem contra ataques. Tanto Expedito
Júnior quanto Acir Gurgacz e Maurão de Carvalho, os três nomes mais
fortes na corrida pelo Palácio Rio Madeira/CPA, segundo todas as
pesquisas, têm evitado confrontos diretos. A estratégia é até normal
numa disputa de primeiro turno, porque os postulantes que têm chance de
ir á reta final, não querem fechar a porta para futuros acordos num
segundo turno. No horário eleitoral as produções no geral são de boa
qualidade, destacando-se aí também a do candidato do PSOL/PT, Pimenta de
Rondônia, que nunca havia tido uma qualidade tão especial nos programas
eleitorais, quando foi candidato em outras ocasiões. O problema é,
mesmo com todo o pacote oferecido pelas coligações e pelos candidatos, a
inércia do eleitor é notória. Ele está alheio a todo o processo. Até
parece que tudo o que está acontecendo (incluindo o resultado final da
eleição), nada disso vai afetar diretamente a sua vida, nos próximos
anos.
O HOMEM DA BOMBA RELÓGIO
Tem
coisas que não surpreendem mais. Apenas o Jornal Nacional, da Globo,
deu algum destaque ao bombástico novo depoimento à Justiça, do ex
ministro Antonio Palocci. No restante, a grande mídia calou, como se
nada houvesse acontecido, com exceção de um ou outro site, mas mesmo
assim, não entre os que são os mais acessados e lidos do país. No depoimento, Palocci afirmou
que o ex-presidentte Lula “atuou pessoalmente”, em pedidos de propina
na época da descoberta do pré-sal. Palocci foi ouvido por investigadores
da Operação Greenfield, que apura supostas irregularidades em fundos de
pensão. Durante sua conversa , o ex poderoso ministro de Lula e Dilma
(só tinha menos poder que os dois e que José Dirceu, no contexto dos
governos petistas), também fez acusações contra a ex-presidente e atual candidata ao Senado, por Minas Gerais, Dilma Rousseff . Ele
denunciou que Dilma "forçava a barra" para os fundos investirem. "Ela
foi igual ao presidente Lula, ela insistia, inclusive usava muito que
aquilo era uma ordem do presidente Lula", declarou Palocci. Ele também
afirmou que Lula se
envolveu diretamente em casos de propina em outras duas ocasiões: na
negociação para compras de caças e na construção de Belo Monte. Tanto
Lula quanto Dilma negaram as acusações e dizem que Palocci, que, claro,
agora não é mais amigo, está mentindo para tentar se safar e receber
benefícios que o tirem da cadeia. Para os petistas, Palocci é uma
verdadeira bomba relógio. Vem mais por aí.
POBRE VILA CALDERITA!
Tem
gente que afora falar contra a corrupção (dos outros); a falta de
respeito (dos outros), a falta de educação (dos outros). Mas, para se
saber com quem se está lidando, basta acompanhar alguns eventos
públicos. Muitos dos que, nas redes sociais, se apresentam como
paladinos do correto e que são críticos mordazes “de tudo o que está
aí!”, são os que dão o pior dos exemplos. Vamos pegar um caso, apenas,
como ilustração. No último final de semana, um festival de praia na Vila
Calderita (40 quilômetros da cidade), um local aprazível e que reuniu
milhares de pessoas, resumiu o quadro. De um lado, gente querendo se
divertir, brincar, passar horas agradáveis com suas famílias. De outro,
marginais e bêbados brigando e ameaçando outros banhistas. Quando a PM
interveio para acabar com a baderna, dezenas de pessoas passaram a
ofender e atacar não os marginais, mas a polícia. Isso mesmo! Um PM
ficou ferido e a viatura atingida com várias pedradas. Por pouco os
policiais não foram linchados por quem deveria era aplaudi-los. Foi só
isso? Claro que não. No dia seguinte, apesar de haver inúmeras lixeiras
espalhadas pelo local, as equipes de limpeza da Prefeitura tiveram que
trabalhar arduamente para limpar a área, transformada num chiqueiro
pelos usuários, os mesmos que deveriam cuidar e proteger o local.
Parecia o lixão da Vila Princesa. Muitos desses Sugismundos são os que
vão para as redes sociais, ensinar aos outros como devem se comportar.
Dá é vontade de vomitar...
PERGUNTINHA
Você, que está colocando Ciro Gomes como um dos nomes com possibilidades reais
de chegar ao segundo turno da corrida Presidencial contra Bolsonaro,
vai à Praça das Caixas D´Água, nesta sexta-feira, a partir das 14 horas,
para ouvir o comício que ele fará em Porto Velho?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires /Porto Velho-RO.
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