Sobre a mesa do governador Confúcio Moura, nessa próxima terça, dia 9 de janeiro, começam a ser empilhadas algo em torno de três dezenas de cartas com pedidos de exoneração. Isso mesmo! Todos os secretários, superintendentes, diretores de autarquias e presidentes de empresas públicas vão deixar os seus cargos. Pouco mais da metade dos secretários (são 19 no total), permanecerão, voltando aos seus postos, a convite do chefe. Os outros, contudo, sairão do Palácio Rio Madeira/CPA e de seus respectivos órgãos já sendo ex. Ou seja, Confúcio Moura começa, na reta final do seu governo, uma grande reforma administrativa e de nomes. Não muda o chamado núcleo do governo, mas todos os que disputarão as eleições de 2018, já começam a cair fora na próxima semana. Deve permanecer a turma mais próxima a Confúcio, como o chefe da Casa Civil, Emerson Castro; o secretário da Fazenda, Wagner Garcia de Freitas; o secretário de Educação, Waldo Alves; o de Planejamento, George Braga; o superintendente de Comunicação, Domingues Júnior e alguns outros do grupo palaciano. Entre a dezena dos que devem deixar seus cargos, estão o secretário da saúde, Williames Pimentel; o da Agricultura, Evandro Padovani e o diretor geral do DER, Ezequiel Neiva, que serão candidatos em outubro. A partir daí, o Governador começa a montar a equipe que o acompanhará até o final do seu segundo mandato. E o fim pode ser em 31 de dezembro ou, o que é muito mais provável, no final de março, quando ele pode sair para lançar-se como candidato ao Senado. Daí, pode haver nova e profunda mudança, quando assumir, nesse caso, o vice governador Daniel Pereira, que governaria até o final deste ano, caso Confúcio renuncie para concorrer.
A equipe que sai e a que fica, ambas têm o que comemorar. Rondônia é hoje um dos únicos Estados da União que está com s seus números positivos. Encerrou 2017, por exemplo, sem dever um tostão, incluindo dívidas que alega ter recebido, no valor de 350 milhões de reais, totalmente pagas. Na virada do ano, registrou, ainda, um superávit de 9 milhões de reais, ao contrário da maioria dos Estados, que andam vivendo sob o desespero dos cofres vazios. Salários do funcionalismo em dia; zero dívidas com fornecedores; calendário de pagamento dos servidores para 2018 já oficializado até dezembro próximo; crescimento sólido da economia, em praticamente todos os quesitos que se for analisar, fazem com que a equipe confunciana possa ser considerada um time bem sucedido. Não se sabe quem serão os substitutos, mas pelos lados do Palácio do Governo, a ordem é a mesma: vão mudar alguns personagens, mas a forma de trabalho e a filosofia de resultados, continuarão imutáveis.
BRIGA FEIA
Mais hoje, mais amanhã, o assunto vai se tornar público. Nos meios políticos, já se ouve sobre o caso tanto nas conversas de bastidores como entre os grupos que se reúnem para falar sobre essas questões que, normalmente, demoram a chegar ao grande público. O que a coluna pode antecipar é que dois importantes nomes da política local romperam definitivamente relações. Coisa séria. Briga feia. Há, claro, como em todos os confrontos como esse, aqueles que querem colocar água no incêndio, tentando apagá-lo de qualquer forma possível, para que não se propague. Mas tem o outro grupo, muito maior, que quer mesmo é ver o circo pegar fogo. A confusão foi tão grande que envolve até ameaça de dossiê de um dos gladiadores contra o outro. O mote teria como base algumas medidas duras tomadas por um dos poderosos, que teria proibido algumas decisões e ações que foram tomadas pelo outro. Os nomes? Muito em breve esse assunto vai vir à público, porque, ao menos num círculo restrito da política, já não é mais segredo. A coluna vai acompanhar o caso bem de perto!
O HOSPITAL FANTASMA
O site G1 levantou as informações. Mais uma obra importante para o Estado, está totalmente paralisada, por questões de documentação. Quando não é a burocracia, é o emaranhado de leis e de órgãos que têm poder decisório, inclusive de mandar paralisar obras e por aí vai! Nesse jogo infernal, o contribuinte é a maior vítima, claro, mas, na verdade, quem está preocupado com isso? O “novo” hospital regional de Ariquemes, que custaria 36 milhões de reais e amenizaria em muito o caos da saúde na região do Vale do Jamary, está com suas obras paralisadas. Tudo parado, mesmo que já tenham sido gastos alguns milhões com a base, ferragens, madeiramento e fundações. Aliás, as fundações hoje estão cheias de água, transformando-se num criadouro de mosquitos. É o hospital que transmite doenças, quando deveria era estar salvando vidas. Problemas no custo, questões de documentação envolvendo a Caixa Federal e outras desculpas de sempre, atrasam o hospital, que não se sabe se um dia ficará pronto. No projeto, o Hospital Regional teria 11 mil metros quadrados de área construída, com 140 leitos, dos quais 10 deles na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Tanto tempo depois da serviço iniciado, o que se vê é um esqueleto, como uma construção fantasma, assustando os moradores e os deixando perplexos em ver, novamente, tanto dinheiro público desperdiçado!
ÁGUAS ETERNAS
As cenas da quinta de manhã, quando a Capital acordou, foram as mesmas que se vê nos últimos 30 anos, pelo menos, quando ocorre uma chuva mais forte: dezenas de ruas tomadas pelas águas e, muitas delas, totalmente intransitáveis como se lagos ou pequenos rios fossem. Houve pontos, como Pinheiro Machado com Guaporé, onde ficou impossível transitar, porque a água chegou a altura da metade da porta dos carros pequenos. A chuvarada intensa atingiu praticamente todas as zonas da Capital, deixando o trânsito ainda mais perigoso e só a partir do meio da manhã, quando a chuva diminuiu um pouco, a situação voltou a alguma coisa perto da normalidade. Na região do bairro da Lagoa, o problema, caótico, atingiu centenas de casas, deixando várias famílias desesperadas. Na rua Curimatá, que há mais de três décadas está abandonada pelo Poder Público, moradores passaram a noite tirando água de dentro de suas casas. As administrações se sucedem, os anos passam e as alagações, infelizmente, não são resolvidas, na maior cidade do Estado.
O SALVADOR DA PÁTRIA
Roberto Jeferson participou sim de um grande esquema de corrupção. Prova disso é que foi condenado e cumpriu pena. Mas o Brasil não pode esquecer que foi ele quem prestou um grande serviço ao país, ao denunciar (e se autodenunciar), o caso do Mensalão, a primeira prova concreta da quadrilha que Lula e seus aliados formaram, para tomar o poder e transformar a Nação numa propriedade privada de um grupelho político. Não fosse Roberto Jeferson, correríamos o risco de hoje estarmos sob o tacão dos quadrilheiros, sem saber o rumo que tomaríamos. Provavelmente o grupo se solidificaria no poder, porque o próximo presidente seria José Dirceu, exatamente o articulador e um dos chefões do movimento de ataques aos cofres públicos algo como, nem igual e nem semelhante, se viu em toda a nossa história. A roubalheira foi de tal monta que não se tem notícia de que tenha havido assalto maior aos cofres de um país como o fizeram os liderados de Lula (aquele que não sabia de nada!) durante quase uma década e meia. A mídia esquerdista e lulista, que faz questão de esquecer toda a roubalheira, tem se esganado em esculhambar Jeferson, até porque a filha dela foi nomeada Ministra do Trabalho. Claro que ele não é nenhum santo. Mas ajudou – e muito – a salvar o Brasil das mãos desses celerados.
OS SEM INDULTO
Condenados, os ex deputados estaduais Amarildo Almeida, João da Muleta, Kaká Mendonça, Haroldo Santos, Ronilton Capixaba, Daniel Neri, Carlão de Oliveira e Ellen Ruth teriam direito ao indulto de Natal, assinado pelo presidente Michel Temer. Todos estariam dentro das exigências do decreto Presidencial. Estavam pleiteando o benefício legal. O TJ de Rondônia, através do desembargador Renato Mimessi, contudo, não aceitou os pedidos. A alegação básica é que o decreto original de Temer foi contestado e parcialmente anulado pelo STF. Só depois da edição de um novo decreto, com as novas regras e dentro das exigências do Supremo, é que o caso dos ex parlamentares rondonienses será analisado novamente. Até lá, todos continuam condenados. O Palácio do Planalto, ao menos até essa quinta-feira, não havia acenado com qualquer mudança no decreto original. A expectativa continua, portanto.
ROUBALHEIRA NO BOLSA FAMÍLIA
Tem cura um país em que gente graúda, com casa própria, às vezes mais de um carro na garagem, se inscreveu e recebeu benefícios do Bolsa Família durante anos? Famílias com bom nível de vida; funcionários públicos com salários bastante razoáveis; gente abastada, pegando alguns tostões que poderiam ajudar os verdadeiramente miseráveis, que são tantos nesse país? Pois uma auditoria da Controladoria Geral da União, a CGU, descobriu nada menos do que 350 mil cadastros ilegais. Essa gente canalha, junto com outras famílias pobres, mas que também já não tinham mais direito ao benefício, receberam nada menos do que 1 bilhão e 400 milhões de reais, que, obviamente, não serão devolvidos aos cofres públicos. O governo já cancelou quase 5 milhões de reais em pagamentos, mas está longe de descobrir toda a sujeira que envolve um programa com boas intenção (a de ajudar famílias realmente necessitadas), mas que, com o tempo, foi transformado num esquema de compra de votos e, ainda, num sistema em que não há porta de saída. Ou seja, o programa não é temporário, até que o beneficiado possa viver com suas próprias forças. Enfim, mais uma vergonha nacional.
ARGUMENTOS DESFOCADOS
Há dois aspectos, em relação ao aniversário de instalação do Estado de Rondônia, comemorado nesta quinta, mas com o feriado antecipado para a terça, dia 2. O primeiro deles refere-se à mudança da data do feriado. Só quem não gosta do trabalho; só quem ignora a crise pela qual o país passa, onde o que se precisa é trabalhar mais e não emendar feriadões; só quem ignora a luta de empresários e trabalhadores para pagar tantos impostos; só quem não precisa batalhar no dia a dia para ganhar seu pão, porque seja feriado ou não, recebe igual, é quem acha ruim a mudança da data. Queriam o que? Um feriadão de três dias pelo Ano Novo e outro de mais quatro dias, na mesma semana? O outro lado da moeda: aí sim, tem razão quem reclama que praticamente nenhum evento oficial foi marcado para comemorar a data. Seja no dia do feriado antecipado, seja no dia correto da comemoração, dia 4, esta quinta, festejar os 36 anos de instalação do Estado, mesmo que com cerimônias simples, seria uma obrigação do Estado e das instituições. Malandramente, alguns comentários tentaram misturar uma coisa com a outra. Argumento desfocado. Nada a ver. A comemoração deveria ter sido feita, com programação antecipadamente divulgada, fosse na terça, dia do feriado antecipado, quanto na quinta, dia 4, data correto das comemorações. Uma coisa é uma coisa, outra coisa...
PERGUNTINHA
Com tanta chuva caindo em toda a região e também nas cabeceiras dos grandes rios do norte, na Bolívia, será que vamos enfrentar mais uma grande enchente do rio Madeira, como a que ocorreu em 2014?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires - Porto Velho/RO.
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