Não é surpresa o Poder Público usar a iniciativa privada, fazendo dela mote de campanha política, com medidas populistas, mas às custas do suor e do trabalho de quem já luta para sobreviver, sugado de todas as formas pela carga tributária pornográfica e por tantas taxas e emolumentos, já que não se cobra apenas pelo ar respirado, embora isso não esteja fora de questão, para breve. Foi o que aconteceu em Porto Velho. Não será a última vez, porque explorar quem dá duro, não importa a que custo, para fazer um agrado a determinados setores da sociedade, é câncer que nunca será extirpado. No transporte coletivo, a Prefeitura anunciou a criação de uma "Tarifa Social” para os estudantes, que ao invés de pagarem o preço de 3,80 pelas passagens, só pagariam 1 real. Depois de algumas negociações, o sistema foi implantado em julho passado. Como dinheiro não cai do céu, ficou acertado que a diferença do custo seria bancado pelo Consórcio SIM, com a contrapartida da Prefeitura, que promoveria uma isenção do ISSQN, o tributo municipal, como forma de subsídio. Mais que isso: no acordo feito, a Prefeitura negociaria com o Governo do Estado, para criação de um projeto de lei para isentar do ICMS na compra de combustíveis, para o sistema de transporte coletivo. Na teoria, uma beleza! Na prática, pura conversa mole e a mesmice de sempre: o poder público desrespeitando as empresas, como muitas vezes o faz, deixando para ela todos os ônus e nenhum bônus. Meses depois do acordo feito, enquanto o consórcio dos ônibus já implantou há meses a Tarifa Social e está pagando, do seu bolso, toda essa benemerência, nada da contrapartida está sendo cumprida. É assim mesmo; empresas sendo tratadas como se fossem um braço da ação política, mas apenas para explorá-las, nunca para ajudá-las a se desenvolver.
É apenas um exemplo, entre tantos. A questão dos ônibus em Porto Velho sintetiza a forma como muitas administrações usam e abusam de empresas privadas. Querem que elas resolvam problemas sociais, que deveriam ser resolvidos é por quem administra o vultoso dinheiro público. Ora, tanto o Consórcio SIM como qualquer outra empresa, seja em qualquer área, não sobrevive pela benemerência. Têm custos, têm trabalhadores a pagar, têm que cobrir a carga tributária mais alta do Planeta e ainda buscar o lucro, que é a essência da iniciativa privada. Neste caso e em tantos outros exemplos, sejam próximos ou em outas regiões do país, os administradores públicos sugam tudo o que podem das empresas e ainda exigem que elas resolvam problemas sociais, que nada têm a ver com suas atividades. . O SIM já está no prejuízo financeiro. Vai ainda ter que usar o chapéu de otário, enganado numa negociação em que nada do que lhe foi garantido está sendo cumprido. É assim que as empresas são tratadas por aqui e em praticamente todos os cantos e recantos deste Brasil! Lamentável!
GRITARIA GERAL - Para acrescentar algumas informações sobre o mesmo tema: desde julho, o golpe aplicado no Consórcio SIM está em andamento, com a empresa absorvendo todos os custos e correndo sérios riscos de se tornar inviável financeiramente, já que 30 por cento dos seus passageiros são estudantes, que usam a Tarifa Social. Sem saída, a tendência é que a tarifa a 1 real seja cancelada em poucos dias e que tudo o que foi prometido, como (quase) sempre, não seja cumprido, por parte do Município. Passados sete meses da implantação da Tarifa Social a 1 real, sem que tenha havido um retorno de 1 centavo que seja, no contexto da negociação com a Prefeitura, o SIM começa a se preparar para cair fora da armadilha, até para não quebrar. Mesmo com todas as tentativas, cobrar a contrapartida do município se tornou algo aparentemente impossível de conseguir. Vamos ver a gritaria quando a tal “Tarifa Social”, bancada apenas pela iniciativa privada, seja definitivamente cancelada.
CORRIDA PELA CÂMARA FEDERAL - Dos oito deputados federais que compõem a atual bancada rondoniense, quantos conseguirão se reeleger? Atualmente, todos os oito estão dando duro, trabalhando muito, para conseguirem se manter no posto, Mas é claro que nem todos conseguirão, até porque há sempre uma renovação natural. Duas mulheres, que foram campeãs de votos na última eleição, ambas com um eleitorado acima dos 60 mil (Marinha teve 61.419 votos e Mariana 60.324), repetirão a performance em 2018? Marcos Rogério, do DEM de Ji-Paraná, tem mesmo todos os votos que o colocam como virtual reeleito nas pesquisas até agora feitas? É sempre bom lembrar a força de Lúcio Mosquini, que vem de Jaru e região e de Nilton Capixaba, um político experiente e sempre com boa votação. O jovem Expedito Netto e Lindomar Garçon, já experiente e com muitos seguidores, conseguirão voltar às suas cadeiras? E como será a votação de Luiz Cláudio da Agricultura, que nunca perdeu uma eleição? Nomes poderosos como os de Jaqueline Cassol e Evandro Padavoni, entre tantos outros, querem chegar lá. Muitos outros nomes quentes ainda virão. O eleitor rondoniense manterá seus deputados em Brasília ou decidirá por mudanças? Respostas só depois de 7 de outubro...
DINHEIRO NO BOLSO - Os servidores do Estado receberam o primeiro salário do ano exatamente no dia estipulado no calendário anunciado, ainda no final de 2017, pelo Governo. Na sexta-feira, todos os que estavam aptos (porque perto de 7 mil ficaram sem receber, por não terem feito o recadastramento exigido) estavam com a grana em suas contas. Por aqui, a notícia é corriqueira. Há pelo menos 15 anos não atrasam mais os vencimentos dos servidores, diferente da grande maioria dos Estados brasileiros. Desde o primeiro governo de Ivo Cassol, passando pelos dois mandatos de Confúcio Moura, o desespero que tomava conta do funcionalismo, que chegou a ficar seis meses sem receber em dia, acabou de vez. Agora, resta saber onde estão os sete mil que, mesmo avisados com enorme antecedência e cobrados todos os dias, não se recadastraram. Pelos lados do Governo, o que se pensa é que o motivo principal foi mesmo o relaxamento. Muita gente foi deixando, deixando, até que o prazo passou. Agora, certamente, todo esse pessoal está correndo desesperadamente para cumprir a exigência. Os que não o fizerem, é porque estavam recebendo ilegalmente.
O LAMENTO DE PIMENTEL - Tem razão o secretário de saúde do Estado, Williames Pimentel, em usar as redes sociais para pedir, encarecidamente, mais cuidado no trânsito aos nossos motoristas. Ele lembra que a superlotação no Pronto Socorro João Paulo II é causado por pessoas acidentadas. De cada 10 pacientes, sete são vítimas de colisões, atropelamentos, capotamentos. No ano passado, foram 5.197 acidentes; mais de 14 por dia; um a cada duas horas; muitos deles com mortos e feridos, com casos em que as vítimas ficam hospitalizadas não dias ou semanas, mas por vezes, por vários meses. Pimentel lembra que 70 por cento da estrutura do João Paulo II, é comprometida por vítimas de acidentes de trânsito. A grande maioria dessas vítimas é de motociclistas ou seus caroneiros. “A demanda sobrecarrega o único Pronto Socorro da Capital, que também atende a pacientes do interior e Estados vizinhos. Peço a toda a população; precaução e consciência no trânsito”, clama o titular da Sesau.
FALTA MUITO, AINDA! - Depois de mais de um ano, a administração do prefeito Hildon Chaves faz a primeira e importante mudança no trânsito da cidade. A partir desta segunda, começa a funcionar o novo sistema para a área central, com a abertura definitiva, para o tráfego, da Rua Duque de Caxias, alargada, revitalizada, bem sinalizada e com o fluxo apenas no sentido bairro-centro, ou seja, na direção do rio Madeira. Não é lá uma Brastemp, mas já é um começo. Muito mais precisa ser feito para melhorar o funcionamento do sistema de trânsito na área central de Porto Velho. Uma delas é a volta do estudo para que a avenida Sete de Setembro troque de mão, para também o sentido bairro-centro. Do jeito que está, o tráfego anda de costas para o rio, nossa maior atração. Mas isso já é outra história, porque a Prefeitura, no governo Mauro Nazif, perdeu 900 milhões de reais que tinha a sua disposição, com verbas federais, para revitalização do centro. Provavelmente nunca mais teremos esse dinheiro de novo. A emergência agora é a implantação do sistema de estacionamento pago, que ao invés de ser amplamente discutido, pelo atraso que sua não existência representa para uma cidade como a Capital rondoniense, teve projeto retirado da pauta na Câmara de Vereadores. Querem absurdo maior?
CINCO ANOS DE UMA TRAGÉDIA - O sábado marcou o triste aniversário de cinco anos de uma das maiores tragédias brasileiras, quando 242 jovens perderam a vida, numa boate em Santa Maria, uma cidade universitária no coração do Rio Grande do Sul. O acidente foi considerado a segunda maior tragédia no Brasil em número de vítimas em um incêndio, superado apenas pela do Gran Circus Norte-Americano, ocorrida em 1961, em Niterói, que vitimou 503 pessoas. Teve ainda características semelhantes às do incêndio ocorrido na Argentina, em 2004, na discoteca República Cromañón, com dezenas de mortos. Classificou-se também como a quinta maior tragédia da história do Brasil, a maior do Rio Grande do Sul, a de maior número de mortos nos últimos 50 anos no Brasil. Foi o terceiro maior desastre em casas noturnas no mundo, colocando uma cidade média do interior brasileiro, nos mapas da tristeza mundial. Cinco anos depois, o terror que ceifou tantas vítimas continua impune e provavelmente continuará assim para sempre. As famílias jamais se recuperarão dessas perdas terríveis e, pior que tudo, é que a tragédia não ajudou a melhorar em quase nada a segurança em muitas casas noturnas país afora, que continuam sendo armadilhas para seus frequentadores, apesar de toda a promessa que, no pós Boate Kiss, melhoraríamos nessa questão. Se melhorou, foi aqui e ali, No geral, tudo continuam igual.
PERGUNTINHA - Alguém ainda tem saco para ler, ouvir e assistir vídeos em que petistas continuam tentando dar ao povo brasileiro a pecha de totalmente idiota, argumentando que o Chefe da Quadrilha é apenas um pobre inocente, perseguido pela Justiça?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires - Porto Velho/RO.
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