Lá vem Elle de novo! Com dois ‘éles”. Isso mesmo. Fernando Collor de Mello anunciou no final de semana que será candidato à Presidência nas eleições deste ano. Ele entrou para a História por ser o primeiro mandatário do país (ficou no Poder apenas dois anos, entre 1990 e 1992) eleito democraticamente, a sofrer impeachment, graças a uma série de denúncias e às campanhas duríssimas lançada contra ele, pelo Partido dos Trabalhadores, na época, com amplo apoio da mídia, do Congresso e da opinião pública. Até a Rede Globo, que o criou, voltou-lhe as costas. Eventualmente, as coisas acabam se repetindo e, décadas depois, tudo se inverteu. Todas as inúmeras denúncias contra Fernando Collor não foram acatadas pelo Supremo. Ele foi considerado inocente em 100 por cento dos processos. Perguntou, em 2007, quando voltava a um mandato eletivo, depois de ter perdido seus direitos políticos por oito anos: “e agora, "quem me devolverá o que me foi tomado”? Para dar cores ainda mais dramáticas, tempos depois foi uma petista, a ex Presidente Dilma Rousseff, quem sofreu impeachment. Uma espécie de vingança da História? A verdade é que o atual senador achou que, no quadro atual, há espaço para seu discurso, novamente. Ele anunciou oficialmente sua pré candidatura numa entrevista no interior das Alagoas. Vai disputar pelo PTC, o partido que sucedeu o PRN, que havia sido criado apenas para elegê-lo e que, depois do impeachment de 92, desapareceu do cenário da política brasileira. Mesmo denunciado novamente por falcatruas, agora por envolvimento em esquemas da Lava Jato, Collor vai usar um discurso que o brasileiro comum se apaixona: o da vítima inocente; o do injustiçado; o de quem poderia ter feito muito mais pelos pobres, mas “as elites”não deixaram. A gente não conhece já um pouco a mais desse tipo de vitimismo?
Defensor ferrenho do Parlamentarismo, Fernando Collor de Mello chega para entrar na corrida Presidencial quase como mais uma figura exótica, com o ultradireitista Jair Bolsonaro e o condenado por chefiar a maior quadrilha de ladrões do país, o ex Presidente Lula. Collor vai se apresentar como uma alternativa de centro. Inocentado de todas as falcatruas que envolveram seu nome; destruído pela imprensa.; arrasado pelo Congresso, com quem ele não dialogou e por isso também foi cassado, o coronel das Alagoas quer voltar ao Poder. Tem todo o direito. A tristeza nisso tudo é que, num país tão rico e com perspectivas de um grande futuro, como o nosso Brasil, se tenha que escolher entre as figuras que estão aí, na vida pública, para nos conduzir novamente. Lula, Bolsonaro, Collor de Mello: merecemos isso?
SÁBADO SILENCIOSO
Foi transferida para terça próxima, dia 23, a reunião entre o governador Confúcio Moura e seu vice, Daniel Pereira, que decidirá os rumos de ambos daqui para a frente. Estava agendado para o sábado, mas não foi possível realizá-la. A tendência é que Confúcio renuncie mesmo ao poder, dia 5 de abril e que Daniel assuma, para completar o mandato, até 31 de dezembro próximo. Durante a semana houve várias informações de bastidores de que as coisas não se resolveriam com simplicidade, já que Daniel aceita as exigências de Confúcio em relação a manter os rumos do governo e mexer pouco na equipe, mas não as aceita quando se trata de acordos políticos que envolvam apoio seu a outras lideranças, que não o próprio Governador. Daniel já disse que Confúcio terá todo o seu apoio (e de seu partido, o PSB), na corrida pelo Senado. Mas que os acordos terminam aí. Ninguém mais do grupo do MDB terá aval dele e da sua sigla, que fecharão acordo para a disputa ao Governo com o senador Acir Gurgacz. O que se esperava é que a decisão fosse anunciada neste final de semana, mas em função de compromissos do Governador, ela foi empurrada para terça. O local do encontro não foi divulgado.
SEM FEBRE AMARELA
Nos anos 70 e até meados dos anos 80, andar por Rondônia só vacinado. E bem vacinado. Principalmente contra a febre amarela. Era uma doença presente na vida da região e o foi durante décadas. Enquanto isso, na maioria dos estados brasileiros, pouco se falava sobre a doença. Hoje, as coisas se inverteram. Enquanto em várias regiões do país a doença está matando, por aqui ela está totalmente controlada, segundo palavras do próprio secretário de saúde do Estado, Williames Pimentel. O último caso de contaminação pela doença, em Rondônia, foi registrado em 2001, há 17 anos, portanto. O próprio Ministério da Saúde considera muito baixo o risco de contaminação por aqui, até pelas constantes campanhas de vacinação que foram realizadas, com amplo sucesso, em anos passados. Macacos que apareceram mortos numa reserva, perto de São Carlos, no Baixo Madeira, não pereceram por causa da doença. Por aqui, ao menos nesse quesito, estamos em momentos de tranquilidade.
A ENCHENTE ESTÁ CHEGANDO
O mesmo já não se pode dizer em relação ao risco de uma nova e forte enchente, atingindo a Capital e vários distritos, até além da divisa com o Acre. O rio Madeira já atingiu, neste final de semana, a cota de maior risco. A partir desta segunda-feira, é muito provável que ele comece a transbordar em vários locais, incluindo partes das proximidades do região central de Porto Velho. A expectativa é de que a cheia deste ano não seja tão avassaladora quanto o foi a de 2014, mas as pesadas chuvas na Bolívia e no Peru, em afluentes que enchem o Madeirão nessa época do ano, preocupam muito as autoridades. O Dnit está fazendo grande esforço para evitar que a água cubra a BR 364, na direção do Acre, mas dependendo da força das chuvas nas cabeceiras, o trabalho pode se tornar inócuo. Várias famílias ribeirinhas já estão sofrendo com a enchente e muitas delas começam a ser retiradas das áreas de risco. Uma pena que, tão pouco tempo depois, a natureza nos castigue novamente com uma enchente daquelas de assustar a todos os rondonienses. Lamentável!
OS GOVERNISTAS CANDIDATOS
Os dados ainda não são definitivos, mas ao que tudo indica, sete dos atuais assessores direitos de Confúcio Moura vão deixar seus cargos, em breve, para começarem suas pré campanhas para disputar as eleições de outubro. Todos eles já pediram exoneração de seus cargos, mas ainda não foram substituídos, até porque algumas mudanças farão parte do pacote de acordos que serão feitos entre Confúcio e Daniel Pereira, caso haja acordo para que o atual governador deixe o posto para concorrer ao Senado e Daniel assuma por nove meses. Dois dos sete poderão concorrer à Câmara Federal: Evandro Padovani, secretário de Agricultura e Anselmo de Jesus, o único petista ainda no governo e que dirige a Idaron. Os outros cinco, se não houver mudança de planos, vão disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa, alguns com chances reais de chegar lá: Williames Pimentel, secretário da Saúde; Ezequiel Neiva, diretor geral do DER: Chiquinho da Emater, o chefe geral do órgão no Estado; Marcos Rocha, da Sejus e Mary Braganol, da Seagri. Na próxima semana, as definições já deverão ser anunciadas, com as saídas dos pré candidatos, que desembarcarão do governo para a campanha.
ECONOMIA DE 80 MILHÕES EM CINCO ANOS
Já é dado como certo o novo programa da Prefeitura da Capital, com a extinção de cargos de vigilantes nas escolas e postos de saúde, substituindo-os por câmeras de vigilância, exatamente como fez o governador Confúcio Moura. No Estado, desde que os profissionais da segurança foram retirados das escolas, o número de roubos e ataques cresceu tremendamente. Mas ainda assim, o total dos prejuízos não chega a 10 por cento do que o Governo gastava com tanta gente, realizando contratos milionários e algumas vezes sob suspeita com empresas do setor. O prefeito Hildon Chaves está pensando na mesma direção. O problema mais grave é o social, já que perto de 900 trabalhadores ficariam desempregados. A questão é que a modernidade exige tecnologia e custos menores, o que, em algumas profissões, exclui o trabalhador. Infelizmente, não há outra saída. E é nesta batalha para manter o sistema funcionando, sem encarecer ainda mais o custo da administração para o cidadão, que Hildon Chaves está raciocinando. No caso da Prefeitura da Capital, os investimentos com as câmeras chegarão a mais de 12 milhões de reais. A economia prevista para os cofres públicos serão de 80 milhões de reais em cinco anos.
POLUIÇÃO DE AMBULANTES
Do início do Espaço Alternativo até o aeroporto da Capital, há cerca de três quilômetros, em duas pistas, além da pista central, que ainda está sendo concluída e que terá uma bela passarela, em fase final de obras. Pois nesse pequenos trecho, a Prefeitura da Capital vai autorizar a nada menos do que 60 ambulantes e outros vendedores de atrações (como pula-pula e coisas assemelhadas), a se instalarem legalmente. Numa conta simples, haverá nada menos do que 20 ambulantes por quilômetro andado, vamos dizer assim. Haverá uma seleção ainda dos que serão autorizados a atuar no local, pagando uma taxa inicial de 25 reais e taxas mensais na faixa de 75 reais. Hoje, sem controle algum, trabalham no local algo em torno de 70 ambulantes, o que já enche os saco dos frequentadores do local, muitas vezes interceptados e importunados em suas caminhadas, pelos produtos que lhes são oferecidos. Vão diminuir dez, mas a “poluição” de ambulantes continuará. E agora oficializada. E ainda haverá vários outros, fixos, nos quiosques que ainda estão sendo concluídos. E aí, Prefeitura: não dá pra revisar esses números para baixo?
PERGUNTINHA
Com a série de protestos e manifestações marcadas para os próximos dias, por causa do novo julgamento do ex Presidente Lula, se você participasse, iria para o grupo de apoio a ele ou iria para a turma que quer é vê-lo na cadeia?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.
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