terça-feira, 6 de setembro de 2016

Opinião de Primeira - AS LEIS FEDERAIS PARA O MADEIRA E A MUDANÇA EM ROOSEVELT

A questão do garimpo no rio Madeira e dos diamantes da Reserva Roosevelt, dos índios Cinta Larga, volta ao noticiário. No caso da busca da riqueza   num dos rios mais auríferos do mundo, já se tinha certeza de que a decisão da Assembleia Legislativa em autorizar a garimpagem, iria empacar na legislação federal. Não deu outra! O Ministério Público Federal e o Estadual deram prazo curto para que a votação que mudou a lei, autorizando o garimpo, seja anulada. Na verdade, a Assembleia fez o que pôde. Mesmo sabendo que sua decisão seria considerada inconstitucional, deu apoio público aos trabalhadores do setor. Não há chance de que a autorização, na área que vai desde a usina de Santo Antonio até o Amazonas prospere, porque a área dentro de Porto Velho é de proteção ambiental e, portanto, inegociável, para o MP e para as leis federais.Foi mais ou menos o que aconteceu com a emancipação da Ponta do Abunã. Os deputados aprovaram a criação de um novo município, a Justiça local autorizou um plebiscito mas, o tempo todo, se sabia que a decisão local não teria peso. Prova disso é que até hoje, tantos anos depois, nada mudou naquela rica região do Estado, que já merecia estar emancipada há anos.

Em relação a Roosevelt, há também mudança significativa. O MPF decidiu que o procurador Reginaldo Trindade não será mais o responsável para tratar da questão dos Cinta Larga. Justamente ele, que há quase uma década e meia luta, diuturnamente, não só pela preservação do grupo étnico como, ao mesmo tempo, a garimpagem ilegal dentro da Reserva. Como agirão, a partir de agora, os seus substitutos? Os índios continuarão tendo “padrinhos” à altura do batalhador Trindade ou correm o risco de serem menos protegidos? Os diamantes, sobre os quais eles estão sentados em cima, continuam atraindo cada vez mais a cobiça dos que querem levar nossas riquezas. Se não houver uma luta diuturna e vigilância extrema, os índios e todos nós perderemos muito. Será uma pena, se isso acontecer...

O EFEITO SOBRINHO
A campanha para a Prefeitura de Porto Velho sofreu um abalo nesse sábado, quando surgiu a informação de que o ex prefeito Roberto Sobrinho perdera os prazos para recorrer em processos contra ele e estaria fora da disputa. Menos de meia hora depois, Sobrinho já estava nas redes sociais, desmentindo a pseudo saída da corrida eleitoral. Segundo ele, não perdeu prazo algum e continua firme e forte na campanha. Não é, claro, o que dizem advogados de seus adversários e os próprios. Todos eles têm certeza de que a informação é verdadeira e que Sobrinho perdeu mesmo a chance de concorrer. Os  aliados de Sobrinho correram às redes sociais também para desmentir. Nos comitês dos principais adversários, contudo, houve comemoração. Com Sobrinho, a eleição é uma; sem ele é outra, totalmente diferente. Ele lidera na primeira pesquisa do Ibope.

MAIOR DA AMÉRICA LATINA
Em primeira mão, a coluna traz informação inédita sobre uma das mais importantes obras que estão iniciando em Porto Velho e que é de conhecimento de poucos. Até porque o projeto dela é de ninguém menos do que o centenário Oscar Niemeyer que o doou poucos meses antes de sua morte, em dezembro de 2012. Trata-se do maior laboratório de pesquisas da América Latina, que a Fiocruz terá na Capital rondoniense. Para se ter ideia da grandeza da obra, só a terraplenagem da área de 25 mil metros quadrados, localizada na BR 364, ao lado da Embrapa, está orçada em 4 milhões e 700 mil reais. A execução dessa fase da obra é da empresa Castrol. Não há ainda muitos outros detalhes sobre a construção, mas sem dúvida ela será gigantesca e colocará Rondônia no mapa mundial das melhores instituições de pesquisa.

SEGUNDA HISTÓRICA
A segunda-feira será histórica para o parlamento brasileiro. Pela primeira vez, um Presidente da República vai discursar nele, em defesa do próprio mandato. Quando Fernando Collor foi cassado, ele renunciou antes desse ato de sofrimento. Dilma Rousseff preferiu enfrentá-lo. Quer ser atingida pelo impeachment – e o será, sem dúvida alguma – para cair como vítima, preparando, a partir daí, uma vida política à base de queixas de que sua saída do poder foi um golpe e que o povo brasileiro nunca quis a saída dela, como se isso tivesse um pingo de verdade. Num local onde há poucos mocinhos e muitos vilões, tanto quanto a quase ex Presidente e sua turma, o roto vai julgar o remendado. Mas, por linhas tortas, se fará Justiça. O Brasil não aguentaria mais num um mês do desastrado governo da senhora que, felizmente, sai do poder essa semana...

FEIRA DE NEGÓCIOS
Encerra nesse domingo a segunda edição da Portoagro, com resultados bastante positivos. É uma feira com foco diferenciado do que tínhamos antes na Capital, onde a Expovel era de negócios, mas muito mais de festa, rodeios e atrações musicais. Agora, direcionada praticamente apenas aos negócios, mesmo tendo recebido bom público, o principal da Portoagro são as transações comerciais; as compras de máquinas e implementos agrícolas; as palestras técnicas; o retrato colorido do agronegócio da região que, na contramão da economia nacional, vai de vento em popa. A ideia do empresário Adélio Barofaldi, apoiada por dezenas de cabeças pensantes do setor, com apoio do governo e várias entidades, tende a crescer e se solidificar. Para a terceira edição, no ano que vem, os planos já são bem mais audaciosos. Esperemos para ver, pois!

BANDIDÃO NAS RUAS
A cena, ao menos pela violência e tiros, parecia retratar a Chicago dos anos 30. Um casal de bandidos empreendeu uma fuga desesperada por várias ruas, no bairro Castanheira, na Capital, perseguido pela PM. A mulher na garupa começou a disparar um tiro após o outro, tentando acertar seus perseguidores. Depois que os dois foram baleados e presos, se entendeu os motivos de tanta correria. O bandido, condenado a 52 anos de prisão (repita-se: condenado a CINQUENTA E DOIS ANOS DE PRISÃO), tinha recebido o benefício legal de sair da cadeia, usando tornozeleira eletrônica. Perguntinha que não quer calar: de quem é a responsabilidade por soltar um facínora desses? Não se pode apenas culpar as leis, embora quase tudo dessa vergonha de proteção ao crime seja delas. Mas que é uma coisa incompreensível um bandidão desse calibre sair pela porta da frente de um presídio, isso é!

PERGUNTINHA
Você concorda que, em plena crise política, logo no pós impeachment,o presidente Michel Temer, ao invés de ficar no comando do país, atravesse o mundo para ir a China só pra sair na foto com líderes mundiais?

Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.


Nenhum comentário:

Postar um comentário