domingo, 7 de agosto de 2016

Não é que eles tinham mesmo razão!

Como brasileiros é constrangedor admitir a acusação, mas, infelizmente, os americanos tinham razão quando afirmaram com todas as letras que a corrupção é uma doença endêmica em nosso  País. E fomos tachados de corruptos inveterados pelo Tio Sam não nos  botecos da esquina, mas de forma oficial e documentada.

A primeira vez que eles nos apontaram o dedo, FHC ainda era presidente da República e foi na preparação de uma visita do seu colega Bill Clinton ao Brasil, em 1977. Na ocasião, o Departamento do Comércio dos EUA entregou um dossiê aos empresários que acompanhariam Clinton na visita, onde apontava que o Brasil tinha um excelente potencial, mas a corrupção ainda era endêmica na cultura brasileira.

Doze anos mais tarde, já no governo Lula, algo semelhante aconteceu, desta vez envolvendo o então embaixador americano no Brasil Thomas Shannon. Em correspondência ao procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, que visitaria o Brasil em fevereiro daquele ano, Shannon afirmava que aqui a corrupção era generalizada e afetava os três poderes.

No dois casos, como de praxe, houve a reação normal do governo brasileiro com a exigência de um pedido de desculpas por parte da Casa Branca por ofensa ao nosso País. No caso do embaixador, o governo do PT – o “mais honesto do mundo – chegou a ameaçar de expulsão o ‘caluniador’ da nossa honra pátria”. A indignação foi total, mas eles estavam certos.

Desde a denúncia do ‘Mensalão’ pelo jornal Folha de São Paulo, em 2006, a corrupção é o assunto recorrente na pauta da imprensa seja brasileira, seja estrangeira. A coisa está tão banalizada que já virou notícia corriqueira. Para onde se vira ou se mexe, sempre se encontra algo de muito suspeito. É duro de admitir, mas essa é a realidade do Brasil de hoje.

Fonte: EDITORIAL - Jornal A Gazeta de Rondônia


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