Foi para o mundo dos sonhos irrealizados, para o Dia de São Nunca, mais uma obra importante para a região norte e especialmente para Rondônia e Acre. A Rodovia Transcontinental, que seria um prolongamento da norte sul, saída de São Paulo e que iria até a fronteira do Acre com a Bolívia e o Peru está fora dos planos. Numa canetada, a presidente Dilma Rousseff vetou a obra, alegando que ela não será prioridade, já que as obras do PAC é que merecerão toda a atenção do governo, assim como os investimentos contra a fome e a miséria. O senador Valdir Raupp e a deputada Marinha Raupp, entre os que mais batalharam (incansavelmente) pela ferrovia, certamente ficaram surpresos e decepcionados com a decisão. A integração regional, por via férrea, baratearia muito os fretes; possibilitaria uma ligação direta com o mercado do Pacífico e daria ao norte do Mato Grosso, a Rondônia e ao Acre um novo salto de qualidade em termos de transportes de sua produção.
Pelos estudos realizados, a ferrovia, que teria quase 4.500 quilômetros de extensão, seria uma alternativa no direcionamento de cargas para os portos do norte, principalmente aquelas produzidas em Goiás, Mato Grosso e Rondônia. Com isso, se reduziria o percurso e o custo do transporte marítimo de grãos e minérios exportados para os portos do Oceano Atlântico, Europa, Oriente Médio e Ásia. Para nosso governo, infelizmente, essa não é uma prioridade. Vamos continua usando nossas estradas para transportar a produção, com todos os perigos que elas oferecem (recorde de acidentes com mortes na América Latina) e pagando um preço muito alto, que tira de muitos dos nossos produtos a competitividade em relação à produção de outros países. Estamos de olhos voltados para o passado e não para o futuro. De novo! É de se lamentar...
DE DENTRO DA CADEIA - Dos presídios vêm as ordens, que são executadas aqui fora. Muitos dos assassinatos e atentados registrados nos últimos dias na Capital, inclusive contra agentes penitenciários, têm ligação com as quadrilhas que continuam agindo dentro das cadeias. Celulares em profusão chegam às mãos dos presos, ainda mais agora que as revistas íntimas foram proibidas pela Justiça. Estamos entregues às mãos divinas, porque se dependermos das nossas autoridades e das leis, estamos ferrados. E nas mãos dos criminosos.
A PRIORIDADE E OUTRA - O caso da Estrada do Belmont é bem típica da cabeça dos dirigentes do nosso país. Burocracia e leis não priorizam as pessoas. E impedem que se resolva um problema pequeno, fácil, caso houvesse bom senso e preocupação com as famílias que ali vivem e não com o emaranhado burocrático. O que falta em muitas autoridades é um pingo de piedade para com o povo. Os interesses dos cidadãos só são atendidas quando coincidem com o emaranhado de leis, que raramente priorizam o ser humano.
ALTAR DA BUROCRACIA - Um buraco na estrada, causada por desbarrancamento de um córrego seria facilmente coberto, caso as autoridades não ficassem empurrando o problema uma para a outra. O Dnit diz que aquele trecho é de responsabilidade da Prefeitura. A Prefeitura diz que é do Dnit. Ninguém está preocupado com um pingo de sentimento de solidariedade aos que foram atingidos pelo problema. Querem é acender o fogo no altar da burocracia. Depois, se der tempo, resolvem o caso da população. Lamentável!
VIDAL MUDA? - O professor Aluizio Vidal, que foi candidato à Prefeitura de Porto Velho e depois ao Senado, com votações surpreendentes, anda sendo procurado por vários partidos, para tirar a camiseta do PSOL, que até agora só o atrapalhou na carreira política, para ingressar num partido que lhe dê chances concretas de ser eleito para alguma coisa. Por enquanto ele continua firme, dizendo que não pensa em sair do PSOL, mas os convites continuam chegando. Daqui a um ano, mais ou menos, começarão a ser definidos os nomes para a disputa em Porto Velho. Estará Aluizio Vidal nela?
FIM DA FESTA - Um fato inédito em Rondônia (quem sabe no Brasil?) ocorreu em Vilhena esta semana. O prefeito Zé Rover decidiu cancelar o carnaval oficial da cidade, por causa da violência. No ano passado, um jovem foi assassinado. No reveillon deste ano, mais um caso de morte violenta por brigas de bêbados. Rover alegou que não quer permitir que ocorra mais mortes e que o fim do carnaval patrocinado pela Prefeitura deve servir de reflexão para os jovens que andam se envolvendo com brigas e se matando. É a primeira vez que a medida é tomada, em seis anos de administração de Rover.
MAURÃO À FRENTE - Toda a semana surge alguma nova conversa sobre a eleição da Mesa Diretora da Assembleia. Surgem novos nomes para a Presidência, há muita conversa de bastidores e fofoca é o que não falta. Mas a informação principal não muda: se a eleição fosse hoje, o novo presidente seria o deputado Maurão de Carvalho, eleito cinco vezes. Muitas coisas têm mudado na política rondoniense, mas, ao menos até agora, Maurão é pule de dez, na linguagem do turfe. Só mesmo uma grande surpresa de última hora mudará esse quadro.
PERGUNTINHA - Quem disse que "forte não é quem derruba os outros: forte é quem domina sua ira", como o Profeta Maomé, pode ter seu nome usado por fanáticos sanguinários para praticar morte e terror?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires
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