sexta-feira, 2 de abril de 2021

SEGURANÇA - Dicas para comprar o melhor capacete de moto

 

Qual o melhor capacete do mercado? Qual capacete vale a pena? Afinal, entre tantas opções, por qual optar? Foi-se o tempo que escolher um capacete era questão de dinheiro no bolso, de saber quanto podia gastar num equipamento básico de segurança e que custava caro, muito caro. Além disso, as opções nacionais eram poucas e quem podia trazia do exterior. Aqueles anos rebeldes acabaram, a moto deixou de ser um veículo marginal e tudo mudou – felizmente.

Atualmente, há opções até para quem curte basquete. Opte por um modelo que encaixe bem à cabeça e que tenha bons materiais

Qual o melhor capacete para andar de moto?

A resposta para esta pergunta depende, sobretudo, das suas preferências e uso. Mas, por favor, não leve em consideração o preço como o fator de maior peso aqui, não veja a compra de um capacete como um gasto. É um investimento em conforto, estilo e, sobretudo, segurança.

Não existe ‘o melhor capacete do mundo’ para andar de moto, mas sim o melhor capacete de acordo com seu uso e preferências

A indústria se desenvolveu bastante, cresceu muito, surgiu a regulamentação do uso e da fabricação de capacetes e hoje temos o que está aí, com dezenas e até centenas de opções para cada tipo de uso, inclusive os importados, de todos os preços, níveis de qualidade e para os mais variados bolsos.

Face a esta enorme quantidade de opções, não é assim tão fácil a escolha de um capacete. E ela deve ser muito criteriosa porque estamos falando do principal equipamento que pode salvar vidas em um acidente com motocicleta. Claro, junto com o capacete há calças e jaquetas com proteções, luvas e calçados, tudo fabricado especificamente para uso por motociclistas, também com muitas opções disponíveis. Mas aqui vamos ficar apenas no capacete.

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Tipos de capacete

Integral (fechado): modelo mais comum visto no trânsito, com viseira que cobre somente a faixa do rosto e olhos. O restante do capacete é fechado e protege todas as partes da cabeça, incluindo o queixo.

Capacetes fechados são os mais comuns no mercado e também os mais seguros. Protegem integralmente a cabeça, sem áreas vulneráveis ou encaixes

Aberto (sem queixeira): não possui queixeira, nem flexível e ou mesmo removível. Entre os modelos permitidos no Brasil esse é o menos seguro, devido a exposição na parte inferior da cabeça. Além disso, caso o capacete não tenha também a viseira acoplada, um óculos de proteção (aprovado pelo Contran) deve ser utilizado.

 

Estilosos, super bem arejados e pequenos os capacetes abertos são os preferidos de quem usa scooter. Mas atenção, não protegem o rosto

Modular / articulado (frente móvel): viseira acoplada à queixeira, este é o capacete do tipo modular. Está opção oferece a possibilidade de levantar grande parte frontal do item, para ter mais conforto nos momentos de parada da moto. Saiba mais sobre capacetes articulados aqui.

Misto (queixeira removível): semelhante ao modular, sua diferença está na queixeira, que não é móvel, mas sim removível. O condutor pode optar por andar com ou sem essa parte, embora seja recomendável utilizá-la para segurança.

Capacetes articulados (escamoteáveis) são mais práticos que os fechados e praticamente tão seguros quanto os fechados. Além disso, podem vestir de forma mais confortável

Capacetes articulados (escamoteáveis) são mais práticos que os fechados e praticamente tão seguros quanto os fechados. Além disso, podem vestir de forma mais confortável

Off road: Os capacetes destinados aos praticantes de motocross, rali, enduro e outras modalidades têm necessidades específicas no item. Embora grande parte seja desenvolvida para as trilhas, os modelos off road podem ser utilizados nas ruas, desde que aprovados pelo Inmetro. Em suma, estes tipos costumam ser integrais, envolvendo toda a cabeça. Além disso, alguns modelos não possuem viseira, exigindo o uso de óculos protetores.

Materiais

Existe uma grande oferta no mercado, com direito a vários tipos, materiais e, claro, preços. Os mais simples têm seus confeccionados em plástico injetado, mas, ainda assim, existe uma diferença gritante na qualidade dos materiais entre um produto e outro. Depois, há os de fibras (de carbono, por exemplo) e os mais caros (mas muito seguros) tricompostos, comuns em competições.

Os materiais mais comuns dos cascos são plástico injetado, fibras (de carbono, por exemplo) ou os tricompostos, os mais seguros. Na foto um tricomposto Vector, da LS2, com preço na casa dos R$ 1.400

Na grande maioria dos casos, um bom capacete em plástico injetado (ABS) já oferecerá segurança suficiente para amortecer impactos. Porém, como dito, há uma ampla gama que utiliza esse material então não vá pelo mais barato mas sim pelo mais seguro possível dentro do seu orçamento.

Apesar de todas os fatores que podem impactar nos preços, podemos dizer que um bom capacete partirá de aproximadamente R$ 400. Com esse valor você poderá encontrar um modelo de boa construção, com engate rápido, forro lavável, viseira com sistema de troca simples e outras comodidades.

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Marcas

O mercado de motos brasileiro é imenso, o capacete é seu principal ‘acessório’ e diante disso é natural que haja dezenas de marcas oferecendo os produtos. Cada uma com sua filosofia, valores institucionais, estilo e, o mais importante, exigências quando segurança.

Felizmente temos marcas respeitadas internacionalmente à disposição do mercado brasileiro. Há um bom tempo o Motonline usa (e recomenda) produtos das marcas LS2, AGV e Norisk

Aqui no Motonline nós usamos equipamentos das marcas LS2Norisk e AGV, todas representadas pela importadora BR Motorsport, nossa parceira de longa data. Como sempre nos atenderam bem em todos os quesitos, sobretudo segurança, não há porquê não recomendá-los. Basta conferir qualquer teste nosso que eles estarão lá.

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Capacete para viajar: 10 dicas para comprar

Conversamos com Ricardo Kadota (Rock_Ténéré), viajante com mais de 50 mil km rodados por vários países da América do Sul e pelo Brasil (veja como foi sua última viagem), com diferentes motos. Veja o que ele diz sobre a escolha de um bom capacete para viajar.

Os capacetes articulados são comuns em viagens, pela praticidade e, também, por proporcionar um encaixe com melhor contorno do crânio. Além disso, oferecem praticamente a mesma segurança dos fechados. Praticamente.

Os capacetes articulados são comuns em viagens, pela praticidade e, também, por proporcionar um encaixe com melhor contorno do crânio. Além disso, oferecem praticamente a mesma segurança dos fechados. Praticamente

  1. Peso – Se for muito pesado, em longas viagens faz diferença.
  2. Campo de visão – Seus olhos não podem ter no campo de visão periférica as bordas do capacete. Se tiver, quanto menos, melhor.
  3. Manipulação – Verifico se é fácil colocar, afivelar, desafivelar e retirar.
  4. Conforto – Vestir bem, ter um bom encaixe na cabeça, ficar firmemente preso no crânio e não apertar onde não precisa, encaixe para as orelhas, vedação acústica, contato do tecido com a pele, ventilação adequada…. tudo isso é fundamental porque ficar desconfortável por horas e horas não vai resultar agradável ao final de um dia de viagem.
  5. Comunicação – Eu acho importante ter espaço para o fone e o microfone do intercomunicador, pois quem viaja pode querer conversar com outros do seu grupo ou mesmo com o (a) garupa.

    Para quem viaja muito - ou pretende viajar - é importante lembrar dos comunicadores, que requerem espaço especial no capacete

    Para quem viaja muito – ou pretende viajar – é importante lembrar dos comunicadores, que requerem espaço especial no capacete

  6. Acabamento – Observe o acabamento do capacete e não aceite peças mal encaixadas, cola aparente ou borrachas e acabamentos plásticos com rebarbas. Tudo isso, com o uso intenso, tende a piorar rapidamente e pode deixar você na mão no meio de uma viagem.
  7. Higienização -Um bom capacete deve ser fácil de limpar, sobretudo a forração que tem contato direto com sua cabeça. Por isso escolha um que seja fácil retirar e lavar o forro.
  8. Turbulência – Claro que é difícil testar na hora da compra, mas pergunte para outros viajantes que tenham a mesma moto que você sobre turbulência no capacete, porque isso tem mais a ver com o desenho da frente da moto (bolha ou para brisa).
  9. Ventilação – Procure um capacete que tenha um bom sistema de entradas indiretas para ventilação quando em movimento. Uma boa solução é escolher um capacete que permita pequena abertura da viseira, apenas uma fresta mesmo, pois isso além de ser bem confortável no calor, é decisivo nos dias de chuva ou muito frio para a viseira não embaçar por dentro.
  10. Viseira – A viseira de seu capacete é a única proteção do seu rosto contra pedras, pedriscos, insetos e outros “objetos” que voam pelos caminhos. Portanto, escolha um capacete com viseira regulamentada, com no mínimo 2 mm de espessura e que tenha tratamento anti embaçante e um bom sistema de segurança para não soltar, mas que seja fácil de remover para limpeza.
Forro removível é essencial para a higienização, tanto para o uso em estradas quanto para o offroad

Forro removível é essencial para a higienização, tanto para o uso em estradas quanto para o offroad

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Capacete para off-road

Antes de mais nada é preciso entender que o uso fora-de-estrada é completamente diferente de outros usos. Os obstáculos são mais frequentes, os sustos e os tombos também. Por isso não dá para se arriscar com um capacete sem qualidade e boa procedência comprovadas. Não compre seu capacete off road apenas pelo preço. Lembre-se que as quedas são muito comuns e o capacete sofre nestes choques em pedras, chão, árvores e cascalho.

O capacete off road deve ser leve e muito bem ventilado

É claro que todas as recomendações que o Ricardo Kadota (Rock_Ténéré) fez seguem valendo aqui. Mas algumas são mais importantes no caso do fora-de-estrada. Pesoajuste na cabeça e facilidade para limpeza são as necessidade fundamentais que um bom capacete para off-road deve atender. Imagine você na trilha, chacoalhando tudo, com um capacete pesado e balançando na sua cabeça e, ainda, empoeirado ou – pior – cheio de lama? Não dá, ninguém merece.

O que considerar antes da compra

Por isso que o peso (o mais leve possível) é fundamental. Hoje em dia a tecnologia está tão à frente que os capacetes estão cada vez mais resistentes e ao mesmo tempo mais leves. Sobre o capacete estar justo na cabeça, não significa que ele deva estar apertado, mas firme nos pontos certos do crânio, exatamente para não balançar. As orelhas devem ter espaço para encaixar, mas não limitar a audição, pois ela é importante na prática do off road.

Outro aspecto que você deve considerar é que a cinta de fixação deve ser com o duplo “D” ao invés da catraca de fechamento e abertura rápidos. As catracas de acionamento rápido estão mais sujeitas à abrir e permitir que o capacete se desloque numa queda e cause problemas. Finalmente, outro detalhe que você deve olhar atentamente é o espaço para colocação e fixação do óculos de proteção. Eu sei que há modelos de capacetes com viseira, mas quem pratica o esporte raramente os escolhe porque sua ventilação é mais limitada.

Alguns modelos de capacetes off road têm viseira integrada (ao invés de usar óculos). Ganhando em visibilidade e perdendo em ventilação também podem ser adotados ao uso urbano e até viagens (desde que em velocidades moderadas)

Verifique se o capacete permite que o óculos protetor fique bem encaixado no seu rosto e se ele permanece fixo atrás do capacete. Não é assim tão raro ver no meio da trilha piloto ajustando o óculos porque a cinta elástica se movimenta e deixa o óculos mal encaixado. Lembre-se também que seu capacete para off-road deve ter uma pala protetora do sol, pois como a abertura para o rosto nos capacetes desse tipo é maior, o rosto fica mais exposto e o sol pode incomodar.

Finalmente, escolha um capacete cujo material da forração seja sintético, confortável ao toque e que possa ser retirado para lavar, mas lavar mesmo, não apenas limpar, porque no off-road você terá poeira, lama, água (suja, muitas vezes) e outras coisinhas indesejáveis dentro do seu capacete. É isso. De resto, fica a recomendação também de nunca ir sozinho para a trilha ou o passeio fora-de estrada. Faça um grupo pequeno com no mínimo três motos e divirta-se!

Fonte: Motonline.



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