INSURRETOS - O motim da Polícia Militar no Ceará por melhores salários e condições dignas de trabalho serviu para acender o estopim reivindicatório em outros estados, onde há uma importante defasagem nos soldos. Em Rondônia, a movimentação em busca de aumento, preocupa a cúpula do governado do coronel Marcos Rocha.
ESPOSAS - Há uma tradição em Rondônia das esposas dos militares pressionarem o governo por melhores soldos, visto que aos policiais militares a legislação veda qualquer mobilização em torno de movimento paredista. O que não tem sido óbice para que surjam insurretos na tropa e que tem catapultado alguns praças para mandatos no Poder Legislativo. O curioso na atual realidade é que o governador é oriundo da tropa e conhece mais que os antecessores a realidade dos quartéis e sabe que peitar os militares ou suas esposas não é uma boa ordem.
EFEITO CASCATA - A área econômica do executivo estadual terá que rever os cálculos para fechar as contas mensalmente caso conceda algum aumento aos militares. O problema é a conta não fechar na hipótese de a pressão aumentar para que sejam concedidos aos demais barnabés, o que viraria um efeito cascata e devastador no tesouro estadual.
BORDÃO - Mas, como dizia em seu bordão na campanha, o coronel é amigo do capital e, quem sabe, com esta amizade o estado seja brindado com mais recursos: um perdão das dívidas do Beron e Ceron. Assim, grana para os aumentos de todos os servidores públicos não faltaria. O cruel é quando a amizade não é de mão dupla.
CURIOSIDADE - Um memorando do gabinete do Secretário de Estado da Educação, número 11/20, ao setor financeiro, solicitando diárias, inscrição e passagens para que o titular da pasta participe de um evento, entre os dias 20 e 21, na paradisíaca capital alagoana, destinado aos chefes de gabinetes, revela uma curiosidade interessante em relação aos temas que vão ser debatidos. O evento começa com um Talk Show “Saia Arroxada”, segue, no segundo dia com mais um Talk show “A força do Propósito”. No dia 21, os congressistas terão a oportunidade de ouvir a apetitosa palestra denominada “Os segredos da gastronomia para o Sucesso dos negócios”. E encerra a participação com sugestiva palestra “Viagens oficiais, os segredos da boa assessoria”.
QUALIFICAÇÃO - É importante a participação dos servidores em eventos nacionais, independentemente que sejam realizados em cidades turísticas, porque qualifica os quadros e propicia ao participante conhecer as experiências e inovações exitosas de outros estados que podem ser copiados e implementados em Rondônia.
CRÍTICA - O que se critica é a participação em eventos com temas tão distantes da nossa realidade e que em nada acrescentarão na qualificação do laureado. Levando-nos a deduzir que a justificativa para participação seja uma forma de engabelar os incautos para umas boas férias. E Maceió, com as piscinas naturais, é um paraíso irresistível. Na hipótese da viagem se concretizar, até os bagres do madeira invejarão o secretário.
VETO - O Congresso Nacional está sendo emparedado pelo presidente Bolsonaro para que não derrube o veto ao trecho da lei orçamentária que torna impositiva a liberação de cerca de 31 bilhões de reais em emendas parlamentares destinadas às bases eleitorais. Em razão da ameaça dos parlamentares em derrubar o veto, Bolsonaro chegou a convocar protesto no próximo dia 15, contra os demais poderes. A convocação presidencial foi um erro e revelou a face autoritária do presidente, embora em relação ao veto, Bolsonaro esteja coberto de razão, visto que a liberação imediata dessas emendas impositivas coloca a economia em perigo, além de questionáveis os critérios utilizados pelos parlamentares para destinarem suas emendas.
ICMS - O desafio feito por Bolsonaro aos governadores para que baixem o ICMS dos combustíveis ainda ressoa nos estados e, nos últimos dias, vários protestos ressoaram exigindo a redução, inclusive em Rondônia. Com a diminuição dos percentuais recolhidos, os preços da gasolina e do diesel cairiam drasticamente. Faltou ao governador Marcos Rocha a reciprocidade com o desafio feito por Jair Bolsonaro. A persistir a pressão, o coronel sai da toca e será compelido a agir sobre o desafio feito pelo amigo.
Fonte: Jornalista Robson Oliveira / Porto Velho-RO.
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