O Partido dos Trabalhadores vai de Fátima Cleide ao Senado; Paulo Benito como candidato a vice na chapa encabeçada por Pimenta de Rondônia (PSOL) e pouquíssimas chances de eleger alguém, nessa eleição. Pelo menos é esse o quadro, depois da determinação vinda do diretório nacional, que fez uma intervenção branca em Rondônia, desautorizando a Executiva, que registrou no TRE, uma ata de convenção autorizando o partido a se coligar com o grupo politico de Acir Gurgacz. O racha no partido indica, ao menos até nova decisão, já que o grupo perdedor emitiu nota, dizendo, com outras palavras, que não aceita a intervenção nacional, que no PT, não importa quem acabe ganhando a queda de braço, todos sairão perdendo. Pode parecer que o grupo de Fátima tenha vencido a guerra interna, mas a verdade é que a divisão, tão acentuada, num partido que sempre foi unido, pode ser uma pá de cal nos planos petistas em Rondônia. O comando nacional, a partir de ordem assinada pela presidente Gleisi Hoffmann, anulou a convenção regional, realizada na semana passada. Ela determinou uma aliança com o PSOL (também com o PC do B, mas os comunistas não toparam) e que o partido não fechasse o acordo com o PDT de Acir Gurgacz, o PP de Ivo Cassol e o PR de Luiz Cláudio da Agricultura. Sem essa coligação forte, as chances do Padre Ton, nome forte à Câmara Federal e Lazinho da Fetagro, até então muito perto da reeleição à Assembleia, se reduziram substancialmente. Ambos estão apavorados com o novo cenário. E Fátima, tem alguma chance? Ela vai disputar o Senado num partido extremamente dividido, onde parte importante da militância não concorda com a decisão de, praticamente excluir do jogo, nomes quentes que o partido poderia eleger. O resultado disso tudo, representa uma ruptura total no PT, como o seria caso a outra ala vencesse. Agora, vamos ver qual a resposta que o eleitorado petista dará a essa situação. Em 7 de outubro saberemos.
Quem está soltando fogos e dançando nas nuvens com a decisão do diretório nacional do PT, é o Pimenta de Rondônia. Pilotando novamente uma candidatura ao Governo, Pimenta, o nome do PSOL ao Governo, agora sim terá um tempo bastante razoável, no horário eleitoral gratuito. Ele terá como parceiro de chapa o jornalista Paulo Benito, que seria o candidato ao Governo do PT, caso o partido saísse com chapa puro sangue, mas, na nova negociação, abre mão para que Pimenta fique com a cabeça da aliança. Enquanto isso, Fátima Cleide começa a preparar sua campanha, baseando-se em pesquisas que diz ter, que a colocariam até entre os três candidatos ao Senado, com chances reais de chegar lá. Tais pesquisas espelham mesmo a realidade? Não se sabe. O que se sabe é que Padre Ton e Lazinho da Fetagro, os candidatos antes viáveis do petismo, foram os grandes derrotados dentro do partido. O que restará do PT em Rondônia, depois de 7 de outubro? Qual será o próximo capítulo dessa novela? Respostas em breve!
O DIA D DO BERON
Hoje é um dia extremamente importante para Rondônia, embora o calendário não mostre isso claramente. É que, caso cumpra a ameaça feita ao governo rondoniense, a União vai sequestrar nada menos do que 300 milhões de reais de recursos a que nosso Estado tem direito e que serão retidos no Tesouro Nacional. A tentativa de chantagem é clara: se Rondônia não assinar uma renegociação da dívida, que a estenderá por mais algumas décadas, corremos o risco de ter toda essa dinheirama apreendida. O que, aliás, pode significar um estado de risco de quebradeira dos cofres públicos, incluindo-se aí o perigo de não haver recursos para o pagamento em dia do funcionalismo, até o final do ano. O governador Daniel Pereira, em entrevista na SICTV e no programa Papo de Redação, da Parecis FM, nesta terça, protestou com veemência contra a situação, mas garantiu que tudo será feito para superar este complexo momento por que passamos. Daniel destacou também o apoio que o assunto vem recebendo da Assembleia Legislativa e conclamou o parlamento a apoiar a renegociação da dívida, o que poderia contornar a situação, ao menos nesse momento de extrema dificuldade. Técnicos do governo, advogados, representantes dos demais poderes, todos estão envolvidos na briga para que não sejamos penalizados de novo, por uma dívida que começou com 50 milhões de reais; o Banco Central multiplicou por dez e da qual já pagamos mais de 2 bilhões. E ainda teremos que pagar outro tanto. Daniel está fazendo tudo que pode ser feito para contornar o enorme problema que lhe foi colocado pela frente.
REGISTROS ATÉ ESTA NOITE
Até às 19 horas desta quarta, coligações e candidaturas devem ser registradas na Justiça Eleitoral. A partir de agora, começa a fase da análise dos nomes dos que pretendem disputar o pleito de 7 de outubro. A primeira coligação, entre as maiores, a registrar seus candidatos foi a que reúne PDT/PSB/PP/PR e outros partidos, de menor porte. Na relação apresentada, há pelo menos dois nomes, na proporcional, que estão praticamente fora do pleito, por terem condenação em segundo grau e estarem incursos na lei da ficha limpa. Todos os demais partidos e coligações têm que encaminhar a relação, com nominatas completas, até o anoitecer desta quarta. O mesmo está acontecendo em nível nacional. O PT, por exemplo, vai registrar a candidatura de Lula, preso e cumprindo pena. Todos os que estão enrolados com a Justiça, desde que já tenham tido condenação em segunda instância, estão praticamente eliminados da eleição, a menos que suas condenações sejam suspensas. Os TREs e o TSE têm repetido: ficha suja não vai concorrer. Vamos ver no que dá...
OS APELIDOS ESTRANHOS VOLTARAM
Manejo, Luciene Gavião, Paco, Dr. Charles Coração, Chapeuzinho, Buguinho do Salão, Adailton Fúria, Coxinha, Fronteira, Afonso da Mabel, Mão de Cacoal, Paulinho Cinema: esses são apenas alguns dos apelidos curiosos de candidatos que já encaminharam seus pedidos de registro à Justiça Eleitoral. Quase todos são candidatos à Assembleia Legislativa. Um ou outro vai à Câmara Federal. E isso que é só o começo, pois esses apelidos saíram das primeiras relações encaminhadas ao TRE. Vem muito mais por aí. Como os candidatos podem registrar seus apelidos, cada eleição tenta superar a anterior, em pseudônimos esdrúxulos, alguns engraçados, alguns de mau gosto e outros totalmente incompreensíveis. Há quem diga que a política jamais será levada a sério enquanto for possível um candidato concorrer com um apelido estranho e não com seu próprio nome. A lei, contudo, tenta facilitar de todas as formas com que o eleitor identifique com a maior facilidade possível aquele em quem quer votar. Então, o uso do apelido – inclusive alguns que se tornaram tão ridículos que nem merecem ser citados – seria a forma mais correta de se praticar a ampla liberdade na hora de votar. Nos próximos dias, na medida que os candidatos de outras coligações sejam confirmados, tem mais uma relação desses pseudônimos estranhos...
COMEÇA A CAMPANHA NAS RUAS
A partir desta quinta, dia 16., começa pra valer a campanha eleitoral deste ano. Ela vai, finalmente, para as ruas. Será uma campanha curtíssima, com um horário gratuito ainda menor, que começará em 31 deste agosto e vai até três dias antes da eleição. Os grandes partidos e as coligações mais fortes, saem com enorme vantagem, pelo tempo de rádio e TV que terão, mas muito mais pelos recursos financeiros, vindos do Fundo Partidário, que serão distribuídos principalmente para os que têm mais representação no Congresso. Em Rondônia, MDB, PSDB e PDT, os partidos que lideram as principais coligações, serão os grandes beneficiados. Pelo menos duas dezenas de partidos estarão representados na eleição rondoniense, a grande maioria deles de nanicos, com chance zero de eleger alguém, mas que, na maioria dos casos, estão participando da eleição para tentar se manterem vivos, embora inúmeros deles irão sucumbir, por não atingir os índices mínimos de votos exigidos pela legislação eleitoral. Para o Governo do Estado, nove candidatos estarão na briga. Três deles com chances reais; um como uma possibilidades, mas só se houver uma enorme surpresa e os demais só vão mesmo para competir. A corrida eleitoral, enfim, sai às ruas...
UMA CADEIA FEITA PARA FUGIR
Mais ou menos uma fuga a cada dois meses. Uma semana depois da inauguração, em julho de 2017, houve o caso de um dos maiores grupos de fugitivos: onze presidiários escaparam com a maior facilidade. Um mês depois, outros dois escaparam. Moleza. Em setembro do ano passado, o recorde, com a fuga de 15 detentos. Agora, na semana passada, outros quatro encheram o saco de ficarem presos e saíram também, tranquilamente. Alguém aí pode dizer, com segurança, que presídio é esse, apelidado de Centro de Ressocialização de Ariquemes, onde os presos saem a toda hora, sem que sejam incomodados? A genialidade de entregar a construção da obra aos próprios presos é daquelas ações que os políticos adoram discursar, mas se esquecem de combinar com os bandidos. Ora, eles não são pessoas do bem, estão cumprindo pena, a grande maioria não tem qualquer vontade de se recuperar e “voltar ao seio da sociedade”, como discursam os que se acham mais inteligentes que o resto da humanidade e, claro, se vão construir uma cadeia, farão de tudo para que ela lhes propicie as maiores chances de fuga possíveis. Mas vai dizer isso aos teóricos? Ah, para eles, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Será que os idiotas somos nós, os leigos?
“Cansei de me indignar, escrever, falar...”
Há dezenas, quem sabe centenas de novos nomes na política, tentando fazer alguma coisa para mudar a situação como ela está agora. O problema é que o eleitor faz um discurso, pelo novo, mas na maioria dos casos vota mesmo é naqueles que já conhece e que estão na vida pública há anos. A jornalista Jussara Gotlieb, por exemplo, é desses personagens que querem trazer oxigênio para a política. O que ela escreveu, sintetiza um pouco das enormes dificuldades de quem não é político profissional e que quer ajudar na mudança das coisas como elas estão. Vale a pena ler: “muitos amigos e amigas estão se manifestando sobre a homologação do meu nome, na convenção, para concorrer ao cargo de deputada federal pelo DEM. Não é fácil, eu sei. Os caminhos são gigantes e a coragem ainda maior! Vamos ver o que acontece. Vou com meu nome real, sem apelidos ou designações ou composições...Sou eu ...Euzinha e ponto! Cansei de ver, me indignar, escrever, falar, reclamar e cheguei à conclusão que posso mudar as coisas, se as pessoas confiarem em mim e na estrada que estou percorrendo em Rondônia, desde muitos anos. Sou um grão de areia nessa imensidão de interesses, mas vou andar e quem sabe o grãozinho aumente com o volume dos ventos e com a confiança de quem quer mudar! Acredito que tudo é possível...acredito mesmo!”.
PERGUNTINHA
Com a posse da ministra Rosa Weber como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, você acha que a Lei da Ficha Limpa vai ser usada com maior rigor ou que, com ela, as coisas serão mais leves para quem está com a ficha suja?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.
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