domingo, 22 de julho de 2018

Veja histórias de motociclistas que participam do Capital Moto Week

Evento é o maior da América Latina e acontece na Granja do Torto


O Brasília Capital Moto Week receberá, em 10 dias, pelo menos 680 mil(foto: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
O som de motocicletas em baixa velocidade é constante misturando a ele ouve-se, ao passar pelos acampamentos dos motoclubes vindos de várias regiões do país e do mundo, o velho e bom rock and roll. É assim a primeira impressão de quem visita o Brasília Capital Moto Week, na Granja do Torto. A 15ª edição do evento, numa área de 250 mil metros quadrados, é uma grande celebração à amizade, à música e, claro, ao motociclismo. Cerca de 680 vão desfrutar dessa energia nos 10 dias de festa. A reportagem do Correio visitou o espaço e bateu um papo com esses “aventureiros do século 21”.

Companheirismo e motocicleta

Paulo Paviani e Maria Negrini (foto) são de Gravataí (RS) e estão há 10 anos juntos. Ele tem 56 anos e dois filhos do primeiro casamento; ela, 62, e três filhos. “Todos adultos”, fazem questão de ressaltar. Se conheceram durante um evento de trabalho na prefeitura do município gaúcho. Falaram de rock e motocicleta quase por acaso, a identificação foi imediata. Desde então, seguem viagem juntos, cada um com sua moto.

Tiraram 20 dias de férias e saíram de casa, no último dia 15, com planos para voltar somente em 4 de agosto. Ouviram de amigos histórias sobre o Capital Moto Week. “Os relatos coincidiam em um ponto: se você gosta de motocicleta, tem que visitar o evento ao menos uma vez. Viemos tirar nossas próprias conclusões”, explica Paviani. O casal rodou 2.167km até chegar à capital federal. Pernoitaram em Curitiba, Limeira (SP) e Catalão (GO).

Pegaram trânsito pesado nas rodovias, tiveram que sair da estrada duas vezes, para evitar choque com caminhões. “Viajamos em quatro: eu, a pequena (Maria), a moto e Deus. É arriscado? Sim. Mas, viver é arriscado. Pilotamos com o máximo de cuidado, para aproveitar intensamente a viagem”, destaca Paviani.

Na volta, passarão por Aparecida (SP) e visitarão, ao menos, outros quatro amigos motociclistas em lugares diferentes. “Existe uma irmandade nesse universo de motos. Se alguma coisa acontece, nos ajudamos. Sempre. Quando chegamos (em Brasília), uma desconhecida nos recebeu aliviada. Só depois fomos saber que é mulher de um integrante do Bodes do Asfalto, nosso motoclube”, conta Maria.

Em busca da felicidade

Colete de couro com símbolos costurados, dentre eles uma caveira, símbolo da igualdade, e uma tarja com o nome e o tipo sanguíneo: O+. Losângeles Dantas (foto), 56, veio de avião do Rio de Janeiro para acompanhar o motoclube Pregadores do Asfalto, no maior encontro de motociclistas da América Latina. “Minha moto é uma 125 (cilindradas), não ia dar conta da estrada”, explica.

A motociclista já conhecia a cidade, mas está visitando o Brasília Capital Moto Week pela primeira vez, para comemorar o aniversário do motoclube com os amigos. A estrada que a trouxe para o evento, porém, é mais longa que o trajeto de 1.165km que separa a capital carioca do DF. “Eu me divorciei em 2002. Em 2006, tive um câncer de intestino e precisei passar por uma cirurgia. Em 2012, sofri uma complicação e passei por um segundo procedimento. Quase morri. Depois disso tudo, pensei que Deus estava me dando uma nova oportunidade para viver. Foi quando comecei a andar de moto”, relata.

Losângeles não romanceia os caminhos tortuosos que enfrentou e acredita que a vida pode ser leve para qualquer um. “Ninguém precisa levar sustos para aprender a viver. Não devia ser assim. Mas, na vida, nos colocam muito peso. Não fomos educados para ser felizes”, constata.

Universo magnético

Morador da Asa Norte, o chef de cozinha Samuel Borges, 31 anos, trocou a moto pelo carro, mas não abandonou o amor pelo motociclismo. A namorada, Renata Miateli, 31, moradora do Cruzeiro, subiu em uma moto uma única vez na vida, aos 16 anos, mas nunca se esqueceu do momento e do vento nos cabelos. Esse ano, mesmo sem moto, o casal decidiu conhecer o Brasília Capital Moto Week.

“Há um forte clima de amizade. São vários motoclubes unidos. Nesse ambiente, as pessoas se tornam mais solidárias. Além disso, têm as vestimentas, a música e o estilo de vida. Tudo me atrai”, explica Samuel. Além da fascinação pela moto e da curiosidade sobre o universo dos motociclistas, o rock é outro atrativo para Renata. “É o estilo de música que mais gostamos”, sorri.

Programação do dia 

Palco principal
» Horta - 18h
» Toro - 19h
» K-libre - 20h
» Humbold - 21h
» Zumbido - 22h
» Komodo - 23h

Rock Saloon
» Timeout - 22h
» Bartô Blues - 23h
» Brazilian Blues Band - 1h30
» Barbearia das - 16h à 1h
» Sinuca - das 16h às 3h
» Bar  - de 12h às 3h

O que dá pra fazer além dos shows

O espaço de atividades paralelas do Brasília Capital Moto Week é amplo para se caminhar a pé antes de os shows começarem. Por isso, é bom se prevenir do sol, da seca e do frio nesta época do ano. Agasalho, chapéu, protetor solar e muita hidratação são as dicas. Confira algumas opções de passeios:

» Saloom 
Quem gosta de um ambiente estilo saloom americano pode passar as horas com amigos em um estabelecimento montado na Granja.

» Bares e restaurantes 
A estrutura montada conta com várias alternativas para quem quer matar a fome durante o passeio. O visitante poderá encontrar desde bares tradicionais no DF, bares de motociclistas, franquias de 
sushi e quiosques com empadas, comida turca e cachorro-quente. Em alguns locais, há pouca disponibilidade de cadeiras.

» BSB Mix e lojas diversas 
É possível passar um bom tempo no evento apenas batendo perna e namorando as mercadorias em oferta. Artesanatos, roupas, acessórios para motocicletas e motociclistas, veículos à venda, esculturas de caveiras são apenas algumas das possibilidades.

» Espaços exclusivos 
Além de todo o comércio montado na estrutura, ainda há espaços exclusivos destinados a mulheres, como o Lady Bikers, e o Moto Kids, com toda uma programação especial para as crianças.

Fonte: Correio Braziliense


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