Porto Velho, a suja, mal cuidada e fedorenta capital de Roraima ganhará em breve uma ridícula placa com os dizeres “Eu amo Porto Velho”. A prefeitura, junto com um supermercado da cidade, vai colocar um mentiroso letreiro ali pelo Trevo do Roque para enganar muitos dos simplórios moradores deste inferno na terra. Mentiroso porque pouquíssimas pessoas ainda têm coragem de dizer que gostam da pior dentre as capitais do país para se morar. E quem diz isso é uma autoridade no assunto, o respeitadíssimo Instituto Trata Brasil. Porto Velho tem apenas uns três por cento de saneamento básico e números ínfimos, uns 30% só, de água encanada. Há mais de cem anos, esta capital é uma carniça só. Entra prefeito e sai prefeito e o lengalenga é o mesmo: no inverno é a lama podre das alagações. No verão é a poeira e a fumaça das queimadas. Um martírio.
Isto aqui jamais deveria ser uma capital de Estado. A podridão e o lixo esparramado pelas ruelas dão o triste tom de um lugar inóspito para se viver. Agora, em pleno verão, a grama dos poucos canteiros em algumas ruas está toda esturricada. A cidade não tem praças nem recantos de lazer. Flores não há nem nos cemitérios. Após qualquer manifestação, percebe-se de imediato o que é viver aqui. Toneladas de lixo e carniça podem ser encontradas nas ruas fétidas. Da parada gospel ao Carnaval da Banda do Vai Quem Quer passando pela marcha dos gays, a sujeira é a mesma. Ainda bem que proibiram a tal de Expovel. Seria mais seboseira e lixo para denegrir ainda mais a já suja imagem local. Isto é amor? Quem ama cuida e não suja. Ou pelo menos distribui sacos para que se junte a sujeira produzida. No Primeiro Mundo é assim. Aqui, não!
“Eu amo Porto Velho”. Além de brega é uma das maiores piadas que se pode dizer. Principalmente por quem mora aqui. Como se ama um lugar e se coloca a foto de outro nos perfis das redes sociais, por exemplo? Que amor é esse, se nas férias de final de ano, muitos “montam no porco” e se danam para as praias do Nordeste, para o centro sul do país ou para qualquer outro destino? São poucos os que passam as férias por aqui mesmo. Se os porto-velhenses amassem de fato a sua cidade como dizem, não jogariam tanta porcaria e lixo no meio das ruas. Este ano tem eleições. A partir de agora o que se veem são os políticos mentirosos fazendo declarações de amor a Porto Velho e aos seus moradores. Será que algum deles vai dizer de novo que quer abraçar, amar, cuidar, acariciar e beijar a cidade? Até diz, mas férias mesmo, só passa na Disney e na Europa.
A cidade de Porto Velho não precisa de placas mentirosas que enganam trouxas. Precisa de mobilidade urbana decente, de praças, de recantos de lazer, de igarapés limpos, de saneamento básico, de água tratada, de paz social e de mais arborização. Tomara que não se gaste dinheiro público para propagar essas lorotas como fizeram no superfaturado Espaço Alternativo. Lá construíram uma esquisita montanha russa do atraso, uma espécie de “obra de arte sem pé nem cabeça e totalmente sem sentido” que só serviu até agora para os tolos tirar “fotinhas” a fim de publicar nas redes sociais. Uma vergonha para uma capital que tem um campo de concentração como o “açougue” João Paulo Segundo ainda em funcionamento, um desprezado cemitério de locomotivas enferrujadas e uma rodoviária fétida para receber seus poucos e raros visitantes. Devia-se mudar tal placa para algo mais realista: “Eu odeio Porto Velho”. Mentir é hipocrisia.
Fonte: Professor Nazareno / Porto Velho-RO.
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