sexta-feira, 6 de abril de 2018

ROTEIRO DE VIAGEM: ANDES-SALAR DE UYUNI-DESERTO DO ATACAMA

O Deserto do Atacama é um lugar especial, com visual e energia que não se encontra em qualquer lugar. Não é à toa que é ponto de encontro de aventureiros do mundo todo. Seja de moto, carro, bicicleta ou até mesmo a pé! Talvez seja a imensidão, o céu azul ou os caminhos que levam para lá, como os “passos” da Cordilheira dos Andes, Jama, Sico, Ollague e San Francisco. 
Partindo de São Paulo (SP), por exemplo, logo na fronteira de Foz do Iguaçu (PR) somos brindados com a primeira atração da rota, as cataratas que movem um volume d’água colossal. Após cruzar a fronteira, já na Argentina, à beira do Rio Paraná, estão cidades como Posadas e Corrientes. E por lá é possível aproveitar para comer um peixe local, como o surubi. Em Posadas, o restaurante La Ruedita é uma boa pedida.
Depois de Missiones e Corrientes vem o temido Chaco, famoso por sua reta de mais de 600 km na Ruta 16. Praticamente um zoológico a céu aberto, com porcos, cavalos, burros, passarinhos e borboletas colorindo a paisagem. Um trecho que serve para refletir sobre a vida. 
Eis que chegamos a Salta, “La Linda”, como é conhecida na Argentina esta cidade com arquitetura colonial preservada. Além de belas igrejas e conventos, vale destacar a gastronomia de excelentes restaurantes, as empanada e o ojo de bife, ou um bife de chorizo se preferir. Salta já está praticamente aos pés da Cordilheira dos Andes, e é possível fazer a viagem de lá para o Atacama em um dia. Mas por que não desviar um pouco para o Sul ou para o Norte? 
Desvio que vale a pena
Cafayate está 200 km ao Sul de Salta, e o caminho para lá é simplesmente sensacional. A Quebrada de las Conchas, por si só, já faria a viagem até lá valer a pena. São diversas paradas pelo caminho para observar a natureza, como o Cerro 3 Cruces, o Anfiteatro e a Garganta del Diablo. Cafayate ainda reserva vinícolas nos pés da Cordilheira, uma espécie de mini Mendoza. A especialidade da região é o torrontes, vinho branco saboroso e leve. Além das vinícolas, o centro de Cafayate reserva ótimas opções de restaurantes e lojas de artesanato local. 
De Cafayate, se estivermos buscando um pouco de aventura, o local para atravessar a Cordilheira é o Paso Sico. Todo de terra, com trechos de areia, outros de pedra, com direito a riachos e precipícios. Um espetáculo!
Ao norte de Salta está a Bolívia, mais precisamente o Salar de Uyuni. O maior e mais alto deserto de sal do mundo. São mais de 10.000 km² de sal! Hoje é possível acessá-lo por um caminho todo asfaltado. Para tanto, após cruzar a fronteira de La Quiaca/Villazon e chegar em Tupiza, evitando a Ruta 21, que é de terra e areia, é preciso seguir até Potosí e pela Ruta 5 até Uyuni. As estradas são ótimas e proporcionam passar mais tempo no Altiplano Boliviano.
Pilotar no Uyuni é algo inexplicável. Uma sensação impossível de explicar com palavras. Só indo mesmo e desbravando sua imensidão para entender o quão fantástico pode ser algo tão simples, como pilotar em um deserto de sal. Um passeio diferenciado é cruzar o salar e dormir em um dos hotéis de sal aos pés do Vulcão Tunupa, como o Tambo Coquesa Lodge. E agora o caminho de Uyuni para San Pedro de Atacama está quase todo asfaltado pelo Paso Ollague. Um trajeto repleto de lagunas, vulcões e vida selvagem.
Finalmente, o Atacama
E como se não bastasse tudo isso pelo caminho, ainda temos o Atacama para explorar. Valle de La Luna, Lagunas Altiplânicas, Gêiseres de Tatio, Laguna Cejar, Valle del Arco Iris. São muitas as opções de passeios pelo deserto. Com um pouco de tempo sobrando é possível conhecer a costa do Pacífico. Antofagasta possui bons hotéis e restaurantes, além de estar próxima da escultura guardiã do Atacama, a Mano del Desierto.

Para finalizar, não poderíamos descartar o Paso Jama, um dos principais desta região. Logo na saída de San Pedro de Atacama está o imponente Licancabur, icônico vulcão da região. Uma parada obrigatória no Jama é o Pastos Chicos, complexo de apoio aos viajantes que possui posto de gasolina, hotel e restaurante. Outra dica é aproveitar para passar uma noite em Purmamarca, uma charmosa vila no meio da Cordilheira com boa estrutura para receber turistas.
Neste roteiro, até o destino, são percorridos cerca de 4.000 km (dependendo de quais passeios queira fazer em cada região), mas algumas operadoras oferecem opções partindo de Salta que somam cerca de 1.600 km, para uma viagem mais curta.












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