Depois do
futebol e talvez do Carnaval, o esporte favorito dos brasileiros é falar mal
dos políticos. Nestes tempos de Operação Lava Jato com processos e prisão de
várias autoridades, inclusive de um ex-presidente da República, a população
respira aliviada toda vez que um político vai “em cana”. Nunca na História deste país, o STF trabalhou tanto. A
situação chegou a tal ponto que muitos brasileiros sabem na ponta da língua o
nome dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal e ignoram a escalação da
seleção nacional de futebol para a próxima Copa do Mundo. Para muitos, ser
político é sinônimo de ladrão, de querer ficar rico à custa do trabalho alheio.
Entrar para a política hoje no Brasil é o mesmo que entrar para o mundo do
crime. Aliás, muitos bandidos e traficantes gozam de popularidade bem maior do
que muitas autoridades constituídas.
Há mais de 40
anos o Brasil figura entre as 10 maiores potências econômicas do mundo. No
início do século chegou a ser a sexta maior economia do planeta quando seu PIB
quase supera o da França e o da Inglaterra. Hoje somos o segundo maior produtor
de alimentos do mundo. Temos riquezas naturais incalculáveis, além de mais de
sete mil quilômetros só de litoral. Na Amazônia temos um quinto de toda a água
potável do planeta. Isso sem falar na rica biodiversidade. Com mais de 220
milhões de cabeças, temos o maior rebanho bovino comercializável do mundo.
Produzimos frango, soja, milho, pescados e inúmeras outras commodities. As
nossas riquezas são invejáveis, mas a classe política nacional não deixa que
toda essa fartura chegue à mesa dos cidadãos. Temos hoje mais de 20 milhões de
pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza.
De certa forma,
os políticos do Brasil são os maiores responsáveis pela miséria e pela pobreza
nacional. A desigualdade social, uma das maiores do mundo, é incentivada e
fomentada pelos péssimos serviços públicos que são prestados aos nossos
cidadãos. Pelo menos 34,4 por cento do PIB são arrecadados em impostos. Mais do
que países como Canadá, Austrália e Alemanha. Parte do dinheiro e da riqueza
nacional que são produzidos aqui vai para o bolso dessas autoridades e de
empresários igualmente ladrões. Entrar na política pode significar acesso a essa
riqueza. Todos os presidentes, governadores e prefeitos, de direita ou de
esquerda, lutam para chegar aos seus cargos e depois esquecem os eleitores e
passam, na maioria das vezes, a dilapidar o Erário sem dó nem piedade. Isso sem
falar nos 61.604 senadores, deputados e vereadores do país.
Roubar, roubar e
roubar são os objetivos da maioria dos que entram na política. Os caras roubam
até casca de ferida. E pior: nada fazem em beneficio daqueles que os elegeram.
Rondônia é um exemplo claro dessa distorção nacional. Tem uma população
minúscula e um PIB até alto. Possui um dos maiores rebanhos bovinos do país,
está situada entre dois biomas reconhecidos no mundo, tem muita água portável e
extensões de terras produtivas, mas a riqueza parece que passou longe dos seus
habitantes. Porto Velho, sua suja e imunda capital é uma cidade pior do que
Porto Príncipe, capital do Haiti. Parece uma cidade da África Subsaariana. Lixo,
pobreza e miséria são os cartões postais do lugar. Parte dos seus políticos
ganha da média nacional em roubalheira, escândalos, corrupção, mentiras e incompetência.
Em Rondônia e no Brasil, o povo não gosta dos políticos, mas os elege sempre.
Assim não há como quebrar nossas correntes.
Fonte: Professor Nazareno / Porto Velho-RO
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