quarta-feira, 18 de abril de 2018

Coluna do Heródoto - PRIMEIRO OS FATOS

Uma das principais missões do jornalismo é fiscalizar o Estado. Ainda que essa missão não esteja expressa na constituição. E o trabalho tem sido árduo. Contudo graças a lei da Transparência, qualquer cidadão e  contribuinte pode acompanhar como está sendo gasto o dinheiro dos seus impostos. Com a avaliação dos fatos pode formar sua própria opinião e, se achar que deve, compartilhar na sua rede social. Todas as esferas do Estado estão obrigadas a publicar os gastos. Vele para o presidente, governador, prefeito e todos os órgãos públicos. A lei, sancionada em 2009, pelo presidente Lula, é uma conquista importante para a cidadania, ainda que muita gente não tenha conhecimento dela e alguns estados da federação sejam refratários. Através do acesso é possível saber quantas excelências viajaram para o exterior, o que foram fazer e quanto custou a passagem e a estadia.  Qualquer pessoa que notar alguma irregularidade pode denunciar no ministério público ou nos modorrentos tribunais de contas espalhados pelo país. Graças ao portal é possível saber mais do que quanto um funcionário do Estado ganha, mas quanto ele custa. E há uma diferença sensível. Faça um teste com um deputado federal ou senador.

O Portal da Transparência  é uma ferramenta importante para combater a última praga da comunicação: as fakes News. Graças a elas as marcas de credibilidade se consolidam no mundo. A melhor maneira de saber se uma informação recém chegada no celular é verdadeira ou não, basta entrar nas páginas das marcas jornalísticas  de credibilidade. Se não estiver em algumas delas, é falso. O público está se contagiando com a metodologia jornalística de duvidar sempre. `Por isso ainda que o cipoal tecnológico não pare de se entrelaçar, com inúmeras plataformas digitais, o jornalismo nunca foi tão importante. Um ataque de gás na guerra da Síria, com imagens de crianças sendo atendidas, é seguido imediatamente com “noticias “ provindas da própria Síria ou que não passa de um teatro montado pelos rebeldes, ou é ao mesmo tempo um massacre inominável. Em quem acreditar ? A formação de uma opinião conclusiva pode custar uma intensificação da guerra. No entanto os veículos de credibilidade veem nisso uma oportunidade. Quando foi o primeiro ataque de gás no mundo,?? Quantos soldados morreram na primeira guerra mundial sufocados pelo gás ? Quem inventou essa arma??? Há uma reprovação mundial contra ela? Assim, com novas reportagens, possível é ir além de informar, mas de formar o público.

O público aprendeu que é preciso se informar em mais de uma plataforma. As opiniões, interpretações podem ser diferentes, mas os fatos não. Aconteceu ou não ? Assim, os jornalistas precisam acompanhar o ciclo de vida de uma informação, ainda que sejam todos os dias atropelados por uma avalanche de novas informações. O homem que foi agredido na manifestação e levado para o hospital se recuperou? Como está o estado de sáude dele depois de alguns dias? Saiu do hospital ? Vai mover uma ação na justiça contra os seus agressores ? Ou ele só  foi notícia no momento do episódio ? Não se pode abandonar o incompleto pelo novo, só porque é novo. O turbilhão de mudanças na produção e consumo das noticias não isenta a busca constante pela exatidão, isenção e o interesse púbico. Isto vele para as chamadas velhas mídias, que não são tão velhas assim uma vez que agora navegam em multi plataforma, como o Jornal da Record News, e as chamadas mídias sociais. O que o público espera é um jornalismo independente, com pluralidade de fontes, didático, explicativo, que contribui para a educação geral  e o fortalecimento do processo democrático.  


  • Fonte: Heródoto Barbeiro é âncora e editor-chefe do Jornal da Record News, em multiplataforma.


Nenhum comentário:

Postar um comentário