segunda-feira, 16 de abril de 2018

DEUS NOS FALA

Lucas 24, 35-48

O Evangelho de hoje revela mais uma aparição de Jesus, em que pretende tirar as dúvidas dos discípulos e, ao mesmo tempo conferir para eles a missão de anunciar e perdoar a todas as pessoas. O contexto dessa aparição é a comunidade reunida que faz uma troca das experiências de vida e oração perante o grande evento da ressurreição. O evangelista quis mostrar como, de fato, a aparição espantou, em um certo sentido, os discípulos, porque nao conseguiram reconhece-Lo. E por isso, diz a palavra de Deus, eles acharam que fosse um fantasma ou um espírito. Quando temos dificuldade de se abrir à ação de Deus na nossa vida, fazer uma verdadeira experiência com o Deus vivo e presente, então tudo se torna uma ameaça, um perigo. 

Temos medo porque a nossa vida se alicerça exclusivamente na incerteza humana. Jesus, para animar os seus e dar força para reconhece-Lo, que é próprio Ele, o Jesus que andou com eles, lhes doa a paz. Esse dom permite ao ser humano adquirir mais serenidade em discernir a verdade, a se abrir ao outro. E nesse caso ao Mestre deles, Jesus. A paz é determinante no processo de comunhão e fraternização. E ainda Jesus, para ajudar a superar as incredulidades deles, mostra as suas mãos e os seus pés feridos. Isto para confirmar que é Ele mesmo, Aquele que foi crucificado. E pedindo para eles de toca-Lo significa, justamente, que a sua ressurreição é tanto do corpo quanto da alma.

 Assim sendo, cruz e ressurreição fazem uma só coisa. Com isso reafirmamos que se rejeitarmos a cruz, porque achamos muito dura e cruel, rejeitaremos também a ressurreição. O Mestre em seguida quis compartilhar a mesa com eles na refeição. Insistindo em ajudá-los a vencer às duvidas em relação a Ele. Porém, o centro de tudo isso está na escuta das Sagradas Escrituras. É por meio delas que se pode perscrutar o projeto de Deus em Jesus e consequentemente, na nossa vida. Com elas, adquirimos a ciência de discernimento da nossa realidade; compreendemos os lados escuros e iluminados da nossa existência. As Sagradas Escrituras estão a nossa disposição e, por isso, devemos conhecê-las cada vez mais. Quem consegue fazer essa experiência de uma presença viva de Deus na vida, pode ter certeza que não vai guardar para si, mas sente a necessidade de testemunha-Lo. Ser testemunha da ressurreição quer dizer quanto Deus nos acolha e nos ama sem fim. E a comunidade, a união de fiéis, tem essa missão de confirmar essa proximidade de Deus no seu perdão e amor.

Fonte: Claudio Pignhin -  Sacerdote, doutor em teologia, mestre em missiologia e comunicação.

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