Evangelho de Marcos 1, 1-8
“João Batista pregava, dizendo: após mim, vem aquele que é mais forte do
que eu, do qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das suas
sandálias”.
O evangelista Marcos, por sinal com uma habilidade bem jornalística,
mostra-nos que a boa notícia é a Pessoa e o evento de Jesus. É isto que
precisamos saber. Com Ele, temos tudo a ganhar. A história nos confirma que o
ser humano se sente perdido nos meandros da vida, que todo o seu conhecimento é
sempre limitado e que somente Jesus nos propõe uma verdadeira esperança de
vida. Marcos insiste em dizer que o Filho de Deus se fez carne e se tornou
nosso irmão. Por isso, o Mestre é o sinal de que Deus aceitou o mundo de
maneira definitiva. Assim, revela-nos a sua plena solidariedade. Citando o
profeta Isaías, o evangelista nos convida a conversão e, sobretudo, como
favorecer para que isto aconteça.
Por isso, conscientes
de que nada poderá acontecer de repente, precisamos nos debruçar na tentativa
para transformar a nossa realidade,de maneira a torná-la fiel ao seu Criador.
Somos cegos, porque não enxergamos os sinais de Deus na nossa vida e, assim,
nos tornamos teimosos nos nossos caminhos. No entanto, insiste o nosso Criador:
“o meu Mensageiro prepara o teu caminho”. A figura do grande profeta João
Batista se torna, além de proclamador, o precursor de Jesus. Tudo isso o faz
com tons fortes e determinantes, convidando as pessoas à conversão. Isto é,
mudança radical de vida. Somente assim podemos compreender a vinda de Deus na
nossa vida. Não podemos, de jeito nenhum, pretender fazer uma experiência Dele
sem o desejo de mudar a nossa maneira de pensar e agir. Como estão percebendo,
o nosso Deus não quer ninguém parado, e exige transformações reais na nossa
vida que favoreçam o encontro com o Messias. Por sinal, isto é urgente. E o
Batista fez de tudo para chamar a atenção sobre Jesus. Portanto, qualquer seu
discípulo, ainda hoje, deve fazer a mesma coisa. Não podemos nos envergonhar de
testemunha-Lo. O evangelho nos mostra, também, como o grande profeta vivia no
deserto em total austeridade. Isto quer dizer que João Batista era coerente com
a sua pregação, porque tudo aquilo que dizia ele mesmo primeiro vivia.
Converte-se para converter. Perante um testemunho desse todos se sentem atraídos.
O povo tem sede de beber a água viva que vem da Palavra de Deus. Faz qualquer
coisa para atingi-La. Não tem medo de fazer sacrifícios para chegar a essa
fonte. Os seguidores de Jesus testemunham essa verdade servindo o povo sedento
de ter respostas de vida aos seus maiores anseios e angústias. Portanto, esses
são momentos favoráveis para deixar o evento Jesus entrar na nossa vida e se
deixar conduzir por Ele. No final pergunto: o que é preciso fazer para que a
nossa conversão aconteça, de fato, em todas as nossas relações familiares,
profissionais e comunitárias?
Fonte: Claudio Pighin - Sacerdote, doutor em
teologia, mestrado em missiologia e comunicação.
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