Segundo o Guiness Book é a viagem de moto mais longa do mundo...
O argentino Emilio Scotto ostenta desde 2009, o recorde mundial (no Guiness Book) por ter feito a viagem de moto mais longa da história. A bordo de uma Honda Gold Wing GL 1100, Scotto percorreu 735.000 quilômetros de estradas mundo afora em 10 anos de aventura.
Scotto e a ‘Princesa Negra’ na China | Foto: Emilio Scotto/Arquivo pessoal.
Scotto, que tem 59 anos é fotojornalista. Dentre as tantas histórias que tem pra contar estão passagens pela Nicarágua durante a guerra civil e duas prisões, uma como suspeito de espionagem no Burundi e outra por suspeita de carregar passaporte falso no Zimbábue. Ele também não conseguiu entrar com sua moto na Coréia do Norte e só conseguiu entrar na China com a intervenção do moto clube de Pequim (os oficiais de fronteira queriam cobrar ilegalmente sua entrada no país). Outro fato curioso é o de ele ter recebido uma ajuda de USD 300 para sua jornada pela África, de ninguém mais que o ditador líbio Muammar al-Gaddafi (morto em 2011).
No Egito | Foto: Emilio Scotto/Arquivo pessoal.
A jornada de Scotto começou em 1985, quando ele, aos 29 anos deixou um emprego na indústria farmacêutica e com USD 300 saiu pela primeira vez da Argentina. Esta viagem terminou em 1995. Hoje, ele é empresário do turismo, escritor e conferencista internacional. Vive na Flórida (EUA) com a esposa, Monica Pino, com quem se casou em 1991, em Nova Delhi, na Índia. Ela foi sua companheira de estrada nos últimos 4 anos desta viagem que curiosamente começou pelo Brasil, onde no Rio de Janeiro, em sua segunda semana de jornada, lhe roubaram tudo.
Scotto costuma dizer em suas entrevistas que o mundo que ele percorreu já não existe mais. Muro de Berlim, a Líbia de Gaddafi, o Congo de Mobutu, a invasão do Kwait… Temos que concordar, esse mundo mudou.
O jovem Emilio e sua companheira de estrada | Foto: Arquivo pessoal.
Na Austrália | Foto: Emilio Scotto/Arquivo pessoal.
No Japão | Foto: Emilio Scotto/Arquivo pessoal.
“Eu viajava e ia escrevendo, sem imaginar onde ia dar a minha viagem. Hoje em dia, quando alguém faz uma travessia como essa pode pensar em conseguir patrocinadores ou compartilhar suas experiências na Internet. Na minha época não existia nada disso; estamos falando dos anos 80 e 90”, comentou em entrevista ao jornal El Comercio.
Sem dúvida Scotto é inspiração pra muita gente que conhece(u) sua história. Ainda na entrevista, quando perguntado o que diria a alguém que quer percorrer o mundo como ele fez, o argentino responde: “não busque nada em Emilio Scotto. Não busque nada em nenhum viajante, nem em nenhum livro que tenha sido escrito por um viajante. Leia-os para divertir-se. Ninguém tem uma fórmula mágica nem ninguém pode ensinar como se pode fazer uma viagem ou como é um caminho, porque a única resposta válida é a que está dentro de você. Busque dentro de você e aí encontrará as respostas, você tem que saber como encontrá-las”.
No Deserto de Gobi – China/Mongólia | Foto: Emilio Scotto/Arquivo pessoal.
A ‘Princesa Negra’ exposta em museu nos EUA | Foto: Emilio Scotto/Arquivo pessoal.
Os números da viagem
Foram 735.000 quilômetros rodados e sua moto, batizada de ‘Princesa Negra’ que hoje está exposta em um museu na cidade de Laughlin, em Nevada (EUA) consumiu:
- 42.000 litros de gasolina;
- 700 litros de óleo;
- 12 baterias;
- 9 assentos e
- 86 pneus.
Em um momento da viagem também teve o motor alterado.
Fonte: Jornais El Tiempo, El Comercio e revista Rider Magazine, adaptado por RockRiders.com.br - Rock Riders.
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