sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Cassiterita em Rondônia

O Porto Velho Hotel era o grande centro de encontro de
de empresários que atuavam na compra do
garimpo
Há 47 anos, em 1970, o ministro Dias Leite, da Indústria e Comércio, assinou a portaria determinando o fim da garimpagem manual na "Província Estanífera de Rondônia". A história da cassiterita em Rondônia está no trabalho da professora Sônia, no bloghttp://rondoniaemsala.blogspot.com. br. Veja o resumo:

De acordo com relato de um veterano morador do rio Machado, Joaquim Pereira da Rocha conhecera a "areia preta" desde 1946. Dois anos depois a tal "areia" foi mostrada ao padre José Maria Francisco Pucci, conhecido como Padre Chiquinho.

Em 1956, um engenheiro hindu foi enviado para fazer um levantamento mineralógico em Rondônia. Estava aberta a história do minério de estanho no Território que se tornou a Província Estanífera do Brasil.

A lavra econômica iniciou-se em 1959, expandindo-se no começo da década de 60. A partir daí, Rondônia passou a viver um período de fartura, com intensa circulação de dinheiro.

Já em 1960, houve uma produção de 49 toneladas de minério e em 1962, produziu-se 2.794 toneladas de minério, quando o País já havia se tornado auto-suficiente e começou a exportar estanho em lâminas para o exterior. Todo o minério vinha das minerações localizadas nos rios Machado,Machadinho, Jamari e Candeias.

O governo Federal, em 1970, proibiu a lavra manual na província estanífera de Rondônia, de acordo com a Portaria nº 195, determinando que a exploração das jazidas fosse mecanizadas através de empresas.

O período áureo da garimpagem manual na região situa-se entre os anos de 1968 a 72, nessa época vinham garimpeiros de todo o País, principalmente do Maranhão, Piauí, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Pará e Amazonas. Cada homem ou grupo trabalhava nos igarapés, onde, ao lavar o cascalho, separavam o barro do minério.  A cassiterita era levada nas costas até as cantinas compradoras. De lá eram transportadas para Porto Velho, e em seguida ia de avião até o Sul do Brasil.

O ministro das Minas e Energia, Antônio Dias Leite Júnior, estipulou prazo de um ano para que os garimpeiros cessassem totalmente as atividades manuais e semi-mecanizadas de procura ao minério de estanho na chamada província estanífera.  A portaria causou sérios problemas de ordem econômico-social no período de adaptação das normas e quando surgia na rodovia 364 nova atividade econômica, a agricultura.

Governava Rondônia, naquela época, o coronel Marques Henrique, militar cumpridor de seu dever que, entretanto, viu-se envolvido numa série de angustiantes problemas consequentes da desativação da garimpagem manual. Rondônia tinha pouco mais de cem mil habitantes, destes a grande maioria vivia da indústria extrativa vegetal ou mineral, sendo que, dependendo da época e do momento, aqueles rudes extratores tanto podiam ser garimpeiros quanto seringueiros. Naquele exato momento, da febre do estanho, praticamente haviam se decidido pela garimpagem livre que lhes proporciona alguma esperança de enriquecimento. 

Alguns garimpeiros haviam chegado nos últimos momentos da década de 70. Outros, eram moradores em Rondônia desde que haviam descoberto os garimpos de diamante nos rios Ji-Paraná, Comemoração de Floriano, Pimenta Bueno e Roissevelt. Na mesma década de 50, em que os garimpeiros de diamante descobriram a cassiterita nas terras do seringalista Joaquim Pereira da Rocha, responsável pela análise do material e, consequentemente pelo início da extração do minério.

Não se pode afirmar com precisão, qual o número exato de aventureiros que procuravam recursos nas lavras de cassiterita. Sabe-se que alguns afirmavam que eram mais de 10 mil homens espalhados nas entranhas da floresta, ao mesmo tempo em que eram vitimados pela febre e explorados pelos "marreteiros", atravessadores da cachaça. Tudo isso gerava uma inquieta mobilidade em busca do enriquecimento - lícito ou não - que explodia no comércio das cidades do então Território de Rondônia. Os comércios cresciam da noite para o dia, tomava volume e se transformavam em grandes armazéns com crédito no Sul do País.

Fonte: Professora Sonia Arruda  / Jornal Alto Madeira




Nenhum comentário:

Postar um comentário