sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

A greve silenciosa que paralisa o Brasil

Os caminhoneiros entram nesta-feira na segunda semana de paralisação com a pauta de reivindicação indefinida. Iniciado no último dia 5, o protesto por melhores salários já compromete o transporte de grãos e paralisa alguns setores do Brasil. Para o leitor ter uma ideia, ontem pela manhã os serviços de embarque de cargas no Porto Graneleiro de Porto Velho estavam paralisados. Sem caminhão no patio, não tem como embarcar soja e outros produtos para o Porto de Itacoatiara.

O assunto vem sendo pouco explorado pela mídia nacional. Não se sabe se existe algum interesse em não divulgar a mobilização justa por melhores salários. Afinal de contas, os salários dos profissionais do transporte sofrem impactos significativos ao longo dos últimos anos.

Para complicar ainda mais a vida do caminhoneiro (e do proprietário de caminhão também), o reajuste no preço do combustível, anunciado no início do ano pelo governo, impactou o orçamento da família do caminhoneiro, impulsionou o frete e acabou atingindo o setor de logística.

A mobilização acontece justamente no período de colheita de grãos na região Sul, de Rondônia, no Mato Grosso e Paraná. Ontem, o protesto acontecia na BR-163, principal rota de escoamento de grãos de Mato Grosso. Em Vilhena, Sul do Estado, a longa fila de caminhões tomava conta da BR-364, principal via de acesso de Rondônia ao Sul do Brasil. Os motoristas estão incentivando outros colegas de volante a aderirem à paralisação.

Não se tem dúvida que essa mobilização pode sim comprometer o desenvolvimento do agronegócio. Para se ter uma ideia, um dia de paralisação gera um enorme prejuízo ao proprietário do caminhão. A carga não chega ao destino e corre o risco de se perder pelos dias expostos ao tempo. É preciso abrir a porta do diálogo entre os líderes do movimento e as empresas responsáveis pelo transporte de grãos. Se a situação já não andava muito bem para a economia, a tendência é piorar no setor do agronegócio. Logo agora que o Brasil avançada na exportação de grãos.

Fonte: EDITORIAL - Jornal Diário da Amazônia



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