Cena de filme de violência: dois bandidos, armados, entram num ônibus escolar. Ameaçam, agridem, apontam as armas, ferem, subjugam estudantes universitários. Roubam tudo o que podem de gente que, muitas vezes, têm que fazer grande sacrifício para poder estudar. Tudo isso em Porto Velho, uma Capital como tantas outras país afora, onde os vagabundos assumiram o poder, pela força das armas, atacando, ferindo, humilhando, deixando suas vítimas, muitas vezes, traumatizadas por anos a fio. O assalto vitimou vários estudantes que iam de ônibus para o Campus da Unir. Os bandidos subiram no coletivo na altura da Vila Princesa e fizeram o que quiseram durante longo tempo. Ninguém foi preso. O ir e vir desses jovens que lutam desesperadamente para se formar, enfrentando as maiores dificuldades, muitos trabalhando duro o dia inteiro e ainda estudando à noite, está proibido pela criminalidade. Aqueles a quem os defensores ardorosos dos direitos humanos dos bandidos (eles ainda existem e estão cada vez mais ativos) dizem que são apenas “pobres vítimas de uma sociedade injusta”, estão mais violentos, mais cruéis, menos temerosos da lei, porque sabem que a maioria delas foi feita para protegê-los. Os estudantes da Unir, pobres vítimas, têm que ter cuidado. Ao denunciar esses canalhas, podem ser taxados de fascistas, porque agora defender bandido é a moda da esquerda, que quer nos impor o espírito do gado, que deve ir silenciosamente para o matadouro.
Não há polícia suficiente. Atendendo uma ocorrência a cada dez minutos, nas 24 horas do dia, a Polícia Militar precisaria ter, ao menos, o dobro do efetivo, para conseguir ampliar significativamente sua presença nas ruas. E ainda tem que desviar recursos e homens para correr atrás de foragidos. Em dez meses, foram recapturados 2.250 bandidos, que deveriam estar das grades, mas com a moleza da legislação saem e não voltam às cadeias ou simplesmente fogem dos presídios rondonienses, alguns deles praticamente hotéis de alta rotatividade. Enquanto o número de canalhas cresce de forma assustadora, todos sem temor das leis, porque elas lhes são “amigas”, aqueles que lutam, que batalham, que trabalham, que suam para sobreviver e ter algum futuro, ah!, para esses não há defesa alguma de direitos humanos e nem dó. A preocupação é com essa camarilha de canalhas que toma conta do nosso país, do nosso Estado, das nossas cidades, das nossas ruas, vivendo do bem bom do crime e, na maioria dos casos, na impunidade. Depois, quando o nome de Jair Bolsonaro salta nas pesquisas, porque até agora é o único que avisa que vai acabar com a criminalidade impune no Brasil, aí saltam as vozes de que ele representa a ditadura. Mas o que a bandidagem está impondo à nossa vida já não é uma ditadura?
ACIDENTES CUSTAM 52 BILHÕES
O trânsito de Porto Velho continua cada vez pior. Motoristas irresponsáveis e motoqueiros malucos disputam espaço, alguns deles andando em velocidade de autódromo, pelas ruas perigosas e quase sem fiscalização da cidade. São números assustadores. Segundo dados da Polícia Militar, mais de 260 mil veículos, quase um para cada dois habitantes e a estrutura das ruas não se adéqua à essas necessidades. Além disso, toda a falta de educação, de controle emocional dos condutores, de cuidados, de bom senso acaba desaguando no sempre super lotado Pronto Socorro João Paulo II, onde durante o ano, milhares de feridos, alguns com gravidade e com sequelas para toda a vida (afora os que morrem antes, durante e após atendidos), se amontoam numa estrutura onde é impossível de resolver tantos casos ao mesmo tempo. O secretário Williames Pimentel, da saúde, tem comentado seguidamente esse assunto. Lembrou inclusive essa semana que o Brasil já gasta 52 bilhões de reais por ano, só com os danos causados pelos acidentes. Esse valor é metade de tudo o que é investido na saúde pública do país. Em Rondônia, os números proporcionais não são muito diferentes. Esse quadro dantesco tem que começar a mudar, senão, em breve, quase todos os recursos da saúde só servirão para atender acidentados do trânsito. Aqui e no Brasil todo...
AÍ VEM OUTRO PAULISTA!
Por falar em trânsito, nessa quinta assume o novo titular da Semtran. Um paulista vai substituir outro paulista. Saiu Marden Negrão, que chegou com a fama de especialista e que não deu certo e entra Fábio Sartori Vieira, engenheiro em computação e mestre em engenharia de transportes. Ele estava atuando na Prefeitura de Vilhena, mas deixou o posto e agora virá para Porto Velho. Não há muitas informações sobre o novo titular da Semtran, mas sabe-se que o prefeito Hildon Chaves teve longas conversas com seu novo assessor e teria ficado bastante satisfeito com o que ouviu. Fábio chega com a missão de começar a fazer algumas mudanças, mesmo localizadas, para tentar melhorar o trânsito de Porto Velho, já que nos dez meses em que se manteve no cargo, seu antecessor pouco conseguiu fazer. Marden enfrentou graves dificuldades, principalmente na relação com alguns vereadores que teriam tido seus interesses contrariados nos negócios com a Semtran e por isso teria desistido de continuar no cargo. Os mesmos problemas ainda continuam e Fabio Sartori Vieira terá a missão de mexer no trânsito e, ao mesmo tempo, administrar a voracidade com que alguns políticos têm em relação a negociações com a secretaria de trânsito. Vamos ver no que vai dar...
LABIRINTO NOS TRANSPORTES
A segunda-feira, 4 de dezembro, marcará um evento inédito em Porto Velho. Durante seis a sete horas, todos os táxis da Capital que participarão do novo programa de Táxi Compartilhado (um programa dos taxistas para combater o Uber e outros aplicativos concorrentes), vão transportar passageiros gratuitamente. Pelo novo programa, os taxistas poderão apanhar passageiros em todos os bairros da cidade, fazendo uma espécie de lotação, com custo a 5 reais por pessoa, não importa para que região da cidade elas vão. A intenção é criar, em breve, um aplicativo para que o passageiro que queira compartilhar a viagem, possa combinar, marcar horário, acertar itinerário e dividir o custo da corrida com outras pessoas. Desesperados com a concorrência dos carros dos aplicativos e de muitos outros que simplesmente transportam passageiros ilegalmente, pegando-os até nas paradas de ônibus, os taxistas querem reagir. O problema é que a ideia deles não tem aparato legal. Pelo contrário, a Semtran está ameaçando os participantes do projeto, com a aplicação de pesadas multas e até apreensão dos veículos. E ainda há a questão do Consórcio Sim, que neste novo sistema poderá perder muitos passageiros. Ou seja, a situação do sistema de transporte de Porto Velho pode entrar num labirinto sem saída. É todo esse pacote de problemas que o novo secretário da Semtran terá que enfrentar, já nos primeiros dias do seu mandato.
NATAL MENOS ILUMINADO
Numa postagem nas redes sociais, o prefeito Hildon Chaves falou pela primeira vez na iluminação de Natal da cidade. Ele informou que, em função de problemas orçamentários, priorizou a iluminação pública, atendendo vários bairros da cidade, onde, aliás, a Prefeitura não coloca mais cabos de cobre, por causa dos roubos, mas apenas de alumínio. Depois, disse que serão iluminados com luz natalina só alguns locais da cidade, como a Praça Madeira Mamoré, a Praça adas Caixas D´Água, viadutos sobre a BR 364 e apenas alguns outros pontos. As luzes serão reforçadas com a iluminação especial colocada pelo governo do Estado na área do Palácio Rio Madeira/CPA, como tem sido feito desde a inauguração do conjunto de prédios do Governo do Estado. Hildon explica que utilizou toda a verba disponível para implantar um programa inédito de iluminação pública em diferentes regiões da cidade e, portanto, não há recursos disponíveis para um atendimento mais amplo e feérico, para a Capital do Estado. Espera-se também uma ação especial do governo do Estado, em relação ao Espaço Alternativo. Como a inauguração está prevista para o dia 22 deste dezembro, a perspectiva é que ali haja também uma iluminação muito especial.
MEIO MILHÃO ATENDIDOS
Era Shopping Cidadão e agora é Tudo Aqui. Mudou o nome, mas os serviços prestados continuam extremamente positivos. Lançado no governo de José Bianco, foi no de Ivo Cassol quem se deu um plus na estrutura, inclusive com a implantação de subsedes em Ji-Paraná e Rolim de Moura. Na atual administração de Confúcio Moura a sede em Porto Velho foi totalmente reformada, dando ainda maior qualidade ao atendimento à população. Nos últimos quatro anos de Cassol, o então Shopping atendia uma média de 20 mil pessoas/mês, algo em torno de 240 mil por ano. É mais ou menos o mesmo o mesmo número de atendimento dos últimos anos, embora tenha havido um pequeno crescimento. Pelos números do Tudo Aqui de agora, nos últimos dois anos foram atendidas meio milhão de pessoas. Num mesmo local, o cidadão encontra serviços de um Balcão Multisserviço; do Banco do Brasil; da Caerd; dos Correios; da Defensoria Pública. Detran, Ministério Público, Secretaria da Fazenda do Estado e vários outros órgãos. É um serviço público de sucesso, a disposição da coletividade.
MILHÕES CADA VEZ MAIS POBRES
O Brasil é o país das desigualdades. Isso é o que se sabe há muitos anos. Mas agora o IBGE traz novamente provas concretas disso. Pesquisa nacional divulgada essa semana, revela que metade dos trabalhadores brasileiros, ganha menos que o salário mínimo. Uma coisa que parece inacreditável. Tem mais: o rendimento dos que ganham mais é 360 vezes maior do que o dos trabalhadores que têm renda mais baixa. Alguém conhece abismo social mais profundo? O levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) comprova que dos quase 90 milhões de trabalhadores ocupados no ano passado, cerca de 45 milhões recebiam, em média, 747 reais por mês, quando o salário mínimo era de 890 reais. A lei brasileira prevê um salário mínimo para os trabalhadores com carteira assinada. O rendimento abaixo desse valor é possível entre a população com emprego informal e os trabalhadores por conta própria, como vendedores ambulantes e donos de pequenos negócios. Os pobres neste país aumentam cada vez mais. Isso sem contar os 13 milhões de desempregados!
PERGUNTINHA
Você concorda com o prefeito Hildon Chaves, que priorizou a iluminação pública nos bairros à de Natal ou acha que ambas deveriam ser feitas ao mesmo tempo?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires - Porto Velho/RO.
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