quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

DEUS NOS FALA

Evangelho de Lucas 21, 5-19

“Como lhe chamassem a atenção para a construção do templo feito de belas pedras e recamado de ricos donativos, Jesus disse: Dias virão em que destas coisas que vedes não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído. Então o interrogaram: Mestre, quando acontecerá isso? E que sinal haverá para saber-se que isso se vai cumprir? Jesus respondeu: Vede que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e ainda: O tempo está próximo. Não sigais após eles. Quando ouvirdes falar de guerras e de tumultos, não vos assusteis; porque é necessário que isso aconteça primeiro, mas não virá logo o fim. Disse-lhes também: Levantar-se-ão nação contra nação e reino contra reino. Haverá grandes terremotos por várias partes, fomes e pestes, e aparecerão fenômenos espantosos no céu. Mas, antes de tudo isso, vos lançarão as mãos e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença dos reis e dos governadores, por causa de mim. Isto vos acontecerá para que vos sirva de testemunho. Gravai bem no vosso espírito de não preparar vossa defesa, porque eu vos darei uma palavra cheia de sabedoria, à qual não poderão resistir nem contradizer os vossos adversários. Sereis entregues até por vossos pais, vossos irmãos, vossos parentes e vossos amigos, e matarão muitos de vós. Sereis odiados por todos por causa do meu nome. Entretanto, não se perderá um só cabelo da vossa cabeça. É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação.”

Lucas nos mostra a conclusão da atividade de Jesus em Jerusalém antes de ser preso, torturado, crucificado e ressurgido. Neste diálogo com seus interlocutores, o Senhor revela que o famoso e poderoso Templo de Jerusalém não tem poder de salvação, porque antes ou depois não ficará ‘pedra sobre pedra’, pois tudo será destruído. É evidente que o Mestre faz uma alusão ao verdadeiro templo, que é Ele, porque venceu a morte.

A construção do ser humano, porquanto possa ser bonita e poderosa, não terá nunca capacidade de salvação. Portanto, temos que desconfiar das megalomanias da história humana que se revestem de muita exterioridade, e nos concentrar no testemunho e nas Palavras do Messias, que enriquecem o ser humano. Ele nos alerta, também, para aqueles que usam de maneira enganosa o seu nome. Precisamos saber discernir a Palavra de Deus, para não nos deixar iludir. E não só isto. Não podemos nos deixar amedrontar pelos eventos históricos catastróficos. Não são eles que decretam o fim dos tempos. Também as guerras e as tragédias da fome, doenças e grandes sinais planetários não determinarão o plano de Deus. Por causa de Jesus, da Palavra de Deus, os cristãos terão uma vida difícil porque ela contraria o mundo. Porém, este é o Templo (Jesus) favorável para todos os amigos de Jesus demonstrar a própria fidelidade a Ele: “Vocês serão presos e perseguidos; entregarão vocês às sinagogas, e serão lançados na prisão; serão levados diante de reis e governadores, por causa do meu nome.”

É nesta prova que Deus os acompanha e os defende. Neste sentido, os cristãos podem ter a certeza que, perante os perigos enfrentados na própria história, terão Deus como refúgio. Além do mais, acrescenta o Mestre: “Não perderão um só fio de cabelo. É permanecendo firmes que vocês irão ganhar a vida!” Lucas enfatiza mais uma vez que a nossa preocupação não é de saber quando ou como será o fim da vida, da existência, mas, sim, de sermos fiéis a Jesus, alimentando a esperança da verdadeira vida que vem de Deus. Esses momentos, portanto, são favoráveis para o testemunho.

Assim sendo, nós nos perguntamos: o que nos atrai mais na nossa vida: os eventos extraordinários, clamorosos, ou a Palavra de Deus e o seu testemunho? Nós gastamos o maior tempo do nosso dia-a-dia falando, comentado os fatos diários ou refletindo, rezando a Palavra de Deus? Por fim, gostaria que ficasse bem evidente que nós aguardamos o Senhor, perseverando e testemunhando e não fantasiando ou vaticinando quando será o fim do mundo. Essa é a nossa tarefa de cristãos.

Fonte: Claudio Pignhin -  Sacerdote, doutor em teologia, mestre em missiologia e comunicação.




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