segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

DEUS NOS FALA

Evangelho de João 1, 29-34

“No dia seguinte, João viu Jesus que vinha a ele e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
É este de quem eu disse: Depois de mim virá um homem, que me é superior, porque existe antes de mim.

Eu não o conhecia, mas, se vim batizar em água, é para que ele se torne conhecido em Israel.
(João havia declarado: Vi o Espírito descer do céu em forma de uma pomba e repousar sobre ele.)

Eu não o conhecia, mas aquele que me mandou batizar em água disse-me: Sobre quem vires descer e repousar o Espírito, este é quem batiza no Espírito Santo.

Eu o vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus.”

O evangelho de hoje tem o objetivo mais de que narrar o batismo de Jesus quer mostrar quando e como o Batista reconhece o Messias. O evangelista João começa narrando seguindo o ritmo da criação do livro do Gênese do Antigo Testamento. De fato pode perceber que ele inicia dizendo ‘no dia seguinte’, isto é, o segundo dia até chegar o sétimo dia, plenitude da criação, com as bodas de Canãa onde será anunciada a nova aliança.

A profissão de fé do sumo profeta se manifesta através do pronunciamento com as palavras: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

No fundo dessa imagem se vê o Cordeiro Pascal do Êxodo. É a ação sacrifical vetero-testamentária que permite selar uma aliança do ser humano com Deus. É nesta concepção que se funda a nova aliança com Jesus. Ele é o novo cordeiro, imolado para sagrar a aproximação das pessoas com Deus. É Jesus a única e verdadeira vítima que pode resgatar a vida humana. De fato, o cordeiro representa a total obediência e o amor que vão até a cruz.

O cordeiro representa também o servo de Deus. Servo indica essa total dependência com o seu dono. E, neste caso, Deus.

Reconhecendo-nos como servos muda totalmente a nossa maneira de pensar e agir, porque o servo não pode mandar mais que o patrão.
Ele sempre obedece e procura estar em total sintonia com ele. Assim é a nossa condição de cristãos testemunhada pelo Servo dos servos que é Jesus. Precisamos obedecer cegamente ao nosso patrão que é Deus. Porque confiamos totalmente que só Ele nos pode ajudar.

E esta dependência total ao nosso Deus provém também desta nossa incapacidade de compreendermos totalmente sobre a nossa vida. E vencer o pecado significa reconhecer que só Deus nos pode ajudar. Sem Ele nós estamos perdidos. Em oposição ao pecado temos que fazer uma contínua e constante experiência do conhecimento de Deus.

Hoje, para muitas pessoas, este testemunho de salvação, de resgate e de aliança se torna muito difícil a ser compreendido. Hoje a tendência é reduzir a proporção terrestre àquilo que a gente não consegue entender. É urgente resgatar a importância desta redenção e salvação que Jesus nos testemunhou.

O perigo é de sonhar um mundo irreal, no entanto precisamos deparar com a realidade da vida, do coração humano, da esperança humana, do sofrimento humano, os limites da nossa compreensão. É neste contexto da nossa existência que passa o processo de redenção e a promessa da salvação.

E por fim a respeito do batismo de agua e de Espírito significa que o batismo na água era se imergir em um líquido que era externo ao homem, e, no entanto o batismo no Espírito Santo significa se deixar impregnar com a plenitude da potência divina que vem de Deus através de Jesus. Portanto a ação de Jesus é comunicar a todas as pessoas a sua mesma vida divina. Esse é o testemunho do grande profeta João.

Fonte: Claudio Pignhin -  Sacerdote, doutor em teologia, mestre em missiologia e comunicação.

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