Tem 102 anos. Mas não tem água abastecendo mais da metade da população, não tem tratamento de esgoto; é uma cidade suja, maltratada, cheia de deficiências e problemas. Parece que não foi respeitada por seus mandatários, ao menos nas últimas décadas. Então, por que tanto amor por parte dos moradores, nessa Porto Velho, incrustrada na floresta amazônica e uma das capitais que mais crescem no país? As explicações são muitas. Talvez a maior delas seja o amor retribuído. Ela recebeu de braços abertos tantos milhares de brasileiros, vindos de todos os recantos desse país continente, que até os mais embrutecidos pela vida se sentiram abraçados. Os que não conseguiram as oportunidades em sua terra de origem, foi aqui que as encontraram. Os que lutaram anos sem sucesso, foi aqui que construíram um novo mundo, uma nova vida. A Porto Velho do Marechal Rondon, dos pioneiros, dos soldados da borracha, de Percival Farquar; a Porto Velho do Território Federal e depois do Estado de Rondônia; a Porto Velho de Jorge Teixeira, é enorme em área, maior que muitas unidades dessa imensa federação, mas é, ao mesmo tempo, uma pequena comunidade, onde as pessoas ainda se conhecem, se cumprimentam, se falam.
É a cidade de uma das mais ricas histórias, de bravura, de conquistas, de brasileiros e estrangeiros que a tornaram grande e importante, nesse mais de um século de existência. As comemorações de hoje são por demais merecidas. Ainda mais agora, quando começa uma nova administração que, ao menos simbolicamente, tem demonstrado que veio para ser diferente da anterior. A maior prova disso foi a limpeza geral realizada no nosso maior patrimônio, a histórica Praça Madeira Mamoré, que estava abandonada à própria sorte. É apenas um passo, mas ao menos dá esperança de que as coisas estão mudando para melhor. Quem for à EFMM para a festa desta terça, vai notar a diferença. Nada revolucionário, mas já é um recomeço. A Porto Velho dos 102 anos mereceria muito mais. Contudo, há no ar um clima de esperança e nova perspectiva. Será que agora vai?
PROTEÇÃO VITAL
É bom que se aproveite a data para começar a definir uma obra vital para que o rio Madeira não acabe destruindo o patrimônio histórico à sua margem. Ali, o rio está desbarrancando e, sem uma obra de contenção, que certamente terá um custo muito alto, poderemos, em alguns anos, ver os galpões jogados dentro do Madeira. Não pode ser um projeto para o futuro, daqueles que embelezam discursos e campanhas políticas, mas tem que ser uma medida para ontem. O prefeito Hildon Chaves, que conhece muito bem o problema, tem que mobilizar a bancada federal, o Governo do Estado, a Assembleia e todos os setores que possam ajudar, para que se consigam os enormes recursos necessários para essa obra fundamental para a cidade. Caso não sejam tomadas medidas urgentes, a tendência é que a situação piore muito, rapidamente. Não dá mais para postergar uma solução para a grave situação. Ou seja, há que se fazer um muro de contenção na área da Estrada de Ferro ou ela está condenada a sucumbir dentro do rio.
ALERTA DA BANDIDAGEM
Será só invenção das redes sociais ou verdade que duas facções criminosas (a Família do Norte e o Comando Vermelho), teriam divulgado um “comunicado”, vindo de dentro das cadeias, com sérias ameaças não só a policiais, como a toda a comunidade. Teriam avisado que seria dado “um salve em toda a cidade, matar um policial por dia, atacar delegacias de polícia, incendiar ônibus e até incendiar postos de saúde”, caso suas reivindicações não sejam atendidas. E a situação nos presídios não seja imediatamente normalizada. Mesmo que o texto não seja real, embora o pareça, até pela linguagem utilizada, não há como ignorar o poder dos presos, hoje, tanto em Rondônia como no resto do país. Veja-se o que está acontecendo no Rio Grande do Norte, por exemplo, onde a população ficou cinco dias sem ônibus, porque as empresas não deixam seus coletivos saírem das garagens, depois de terem vários coletivos queimados, por ordem vinda da cadeia. Portanto, é bom ter muito mais cuidado do que o normal, nesses dias de medo...
PRESENTE GREGO
A Capital recebeu uma espécie de presente grego, dois dias antes do seu aniversário. A chuva torrencial que caiu durante praticamente 12 horas, no domingo, inundou muitos bairros, entrou nas casas e ameaçou até derrubar casas, em locais distintos, pela força das águas. No bairro Costa e Silva, por pouco uma casa não foi arremessada dentro de um córrego. A família foi salva pela Defesa Civil. O mesmo aconteceu em outras regiões da cidade, onde dezenas de pessoas ficaram ilhadas ou tiveram suas casas tomadas pelas águas. Esse sim é um problema gravíssimo, que sempre existiu e que nunca foi combatido como deveria. Na periferia, principalmente, a população sofre muito em todas as temporadas do inverno amazônico. Aliás, os riscos de desmoronamento tanto nas margens do Madeira quanto de inúmeros igarapés, são também uma constante preocupação. A Defesa Civil está de prontidão.
GOLPE NO VESTIBULAR
Uma quadrilha especializada, usando tecnologia de ponta, cobrando 100 mil reais, tentou burlar o Vestibular de Medicina da Fimca, no final de semana. Com o apoio da direção da instituição, a polícia começou a armar um flagrante, para pegar os bandidos e os estudantes que se beneficiariam da mutreta. A quadrilha, que age em todo o país, estava em peso em Porto Velho, inclusive reunindo-se num hotel, para aplicar o golpe. Os criminosos chegaram a atirar contra a polícia, quando pegos. Mais de duas dezenas de pessoas teriam sido presas. O que se lamenta é que a polícia evita de divulgar os nomes dos estudantes envolvidos, que pagaram para burlar o Vestibular. Se fosse gente pobre, certamente os nomes já estariam em destaque, na mídia. Mas com os filhinhos de papais ricos, daí fica difícil se saber quem são. Ainda dá tempo de dar os nomes aos bois...
RECORDE DA RODOVIÁRIA
Puxando a sardinha para nosso fogo: informação publicada nessa coluna, na semana passada, teve recorde de acessos em alguns sites do Estado. Como nos três considerados entre os de maior número de leitores: Rondoniagora, Rondoniaovivo e Oobservador. No site OObservador, por exemplo, houve perto de 70 mil acessos e 500 compartilhamentos da informação prestada com exclusividade pela coluna, com texto e fotos, sobre a construção da nova Rodoviária em Porto Velho, ao custo de 50 milhões de reais. No Rondoniagora e no Rondoniaovivo, o mesmo se repetiu, com milhares de leitores acessando a coluna OPINIÃO DE PRIMEIRA. Nos sites Gente de Opinião, Rondônia Dinâmica, O Combatente, Rondonotícias, News Rondônia e vários outros, houve também recorde de acessos. A coluna OPINIÃO DE PRIMEIRA é publicada hoje mais de quatro dezenas de sites no Estado.
PERGUNTINHA
Você que é de Porto Velho, vai homenagear o aniversário da sua cidade, participando da grande festa desta terça, na agora muito limpa Estrada de Ferro Madeira-Mamoré?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.
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