Cega por ideologias tristemente tratadas como mais importante que tudo, uma parte de gente do governo, do Congresso e da estrutura do Judiciário, que vai do Ministério Público a juízes, desembargadores e até ministros dos tribunais superiores, deve achar que a violência terrível que assola nosso país só atinge os mais abonados. A cegueira paira sobre o país, enquanto os bandidos vão tomando conta, matando, destruindo, acabando com famílias inteiras. A complacência, ditada pelo discurso de que assassinos celerados assim o são porque vieram da pobreza e não tiveram chance na vida, claro que não enxerga que a tragédia não escolhe sexo, cor, religião, endinheirados ou miseráveis. Há centenas de exemplos. O último deles vem do Rio, onde, segundo denúncia da Rede Globo, pobres operários, gente que vive muito mal, mas que mesmo assim trabalha duro e não vive do crime, é expulsa de suas casas, ganhas em programas sociais, como o Minha Casa Minha Vida, por criminosos que vendem os imóveis para outros e faturam alto. Depois que a primeira família é expulsa, sob ameaças de morte (os que resistiram, foram brutalmente assassinados), os celerados, no Rio chamados de "milicianos", as vendem para outro, que depois expulsam e vendem novamente.
Onde está o governo para proteger essa pobre gente? Discurso é que não falta, até porque é ano de eleição e os votos dos pobres valem muito. Mas, pegar esses bandidos e fazê-los apodrecer na cadeia, até o final dos seus dias, nem pensar! Há crime mais hediondo do que esses facínoras estão cometendo contra tantas famílias paupérrimas? O problema é que no Brasil da ideologia, não vale a vida real. Vale a ditadura da minoria, que, de cima para baixo, decidiu que criminosos têm que ser tratados como se fossem gente do bem. Não é de desesperar?
QUINTETO DE OUTUBRO - É praticamente certo que a ex primeira dama do Estado, dona Ivone Cassol, será o nome da aliança liderada pelo PP para disputar o Governo, em outubro. Se isso for confirmado, a corrida pelo Palácio Presidente Vargas teria já cinco pré candidatos: Confúcio Moura, Ivone Cassol, Expedito Júnior, Padre Ton (se o PT não entrar na parceria com o grupo de Cassol) e o representante do PSOL, Beto Candal. Claro que tudo isso é um retrato do momento. As coisas podem mudar um pouco ou podem mudar muito, ainda.
OBRAS DE FICÇÃO - O governo faz de conta que não é com ele e que a guerra civil no Rio de Janeiro não existe. Mas, com a Copa chegando, aí tudo muda. Sabendo que as tais UPPs são para inglês ver, quem foi chamado para controlar a bandidagem nas favelas (ops! quis escrever comunidades!)? O Exército é claro. Os milicos vão ficar por lá até julho. Depois a guerra contra os pobres coitados moradores dos morros, sempre reféns dos traficantes, pode voltar, enquanto se brinca de "pacificação", que, é claro, é mais ficção do que realidade. Até porque ninguém combinou nada com os bandidos...
IGUALDADE - O deputado Hermínio Coelho quer igualdade. Como os servidores federais serão dispensados do trabalho durante os jogos da Copa, o presidente da Assembleia vai pedir o mesmo para os estaduais de Rondônia. Proposta neste sentido será encaminhada, reivindicando que o Estado libere seus funcionários três horas antes de cada partida da Seleção Brasileira na Copa que começa em 12 de junho. Hermínio disse, com razão, se tratar de um evento que envolve a nação brasileira e acha que o funcionalismo rondoniense merece a deferência de acompanhar, onde quiser, os jogos do Brasil.
ROUPA DE BAIXO - O susto foi grande, mas não passou disso, felizmente. Voo da companhia Azul, que recém decolara do aeroporto de Porto Velho, essa semana, teve que retornar, porque houve um aviso de incêndio a bordo. Felizmente, não foi nada mais que isso, mas o piloto decidiu voltar, por segurança, até porque havia fumaça a bordo. Ninguém ferido, ninguém com problemas, a não ser o medo comum em episódios como esses. Muita gente teve que lavar a roupa de baixo, mas não passou disso.
STELA VEM AÍ - O Tribunal de Justiça mandou empossar Stela Marti Martoni como deputada estadual. Ela é suplente de Ana da Oito, que teve o mandato suspenso por seis meses, punida por seu envolvimento nos rolos da Operação Apocalipse. A relatora do caso, desembargadora Ivanira Borges, foi voto vencido. A Assembleia não tinha empossado nenhum suplente dos deputados punidos, por orientação de sua procuradoria jurídica. O pleno do TJ, contudo, determinou a posse de Stela Maris. O suplente de Adriano Boiadeiro certamente terá o mesmo direito, já que as circunstâncias são iguais.
TÍTULO MUNDIAL - Oficinas mecânicas nunca faturaram tanto. Como Porto Velho está concorrendo ao título de Capital Mundial dos Buracos, não há carro que aguente. Em alguns bairros, não se anda no trânsito, mas sim se faz um rally, tal a situação. Mesmo com a temporada de chuvas chegando ao fim, não se vê, nem em áreas bem distantes das atingidas pelas enchentes, nenhuma ação que demonstre o interesse em fechar a buraqueira em que se transformou a cidade. Não está na hora de começar a resolver esse problema?
PERGUNTINHA - Até susto em avião que sai de Porto Velho anda acontecendo. Quando será que essa zica vai passar?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires
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