SILÊNCIO NOS DEZ ANOS DO MASSACRE. NÃO É ASSUSTADOR?
A segunda-feira da semana passada, dia 7, não teve comemoração, nem lágrimas, nem lembranças, nem frases de efeito, nem discursos. Absolutamente nada. O governo brasileiro fez de conta que nada aconteceu. Em Rondônia, ninguém lembrou a data. Nem o Governo, nem a OAB (sempre tão preocupada com os direitos humanos), nem o Ministério Público, nem o Judiciário: em todas essas instituições se ouviu apenas o silêncio brutal do lava mãos. O assunto não repercutiu entre os deputados e nem nas Câmaras Municipais. Alguém aí lembrou do 7 de abril? Há dez anos atrás, em 2004, ocorreu um dos maiores massacres da recente história do Brasil. Nada menos do que 27 cidadãos deste país; pais de famílias. foram trucidados, dentro da Reserva Roosevelt, em Espigão do Oeste, quando tentavam, ilegalmente, extrair diamantes. Foram mortos a tiros, com facões, facas e tacapes. Brutalidade, selvageria, covardia, porque o ataque foi em bando, contra garimpeiros desarmados. Ao invés de mandar prender os que extraiam as riquezas da terra de forma ilegal, os índios decretaram sentença de morte para todos eles, como se vivêssemos, ainda, em tempos em que não havia leis e a brutalidade imperava.
Tão terrível quanto os crimes doentios, foi o que se seguiu. A Polícia Federal indiciou mais de uma centena de índios como responsáveis pelo massacre. O caso foi para as mãos do Ministério Público Federal. E lá está até hoje. Nenhum dos assassinos foi denunciado, como se eles tivessem o aval para trucidar seres humanos, sem qualquer punição. Nenhuma autoridade cobrou andamento ao assunto. O Conselho Nacional de Justiça, cioso em outras questões, jamais sequer questionou porque o MPF não denunciou os matadores. A OAB também silenciou, assim como autoridades de todos os naipes. Não é um silêncio assustador?
BRAÇOS CRUZADOS - Na tragédia de Roosevelt, a Justiça ficou de braços cruzados, esperando chegar a denúncia que nunca chegou e, provavelmente, jamais chegará. Nossos sucessores, brasileiros de bem, que também vão querer um país justo e decente, com leis iguais para todos, certamente se sentirão envergonhados quando, no futuro, souberem que aceitamos, de braços cruzados, que 27 seres humanos tenham sido trucidados, sem que nada tenha sido feito em nome deles. A não ser nas orações e nos corações de seus familiares, os mortos estão esquecidos. Lamentável!
CENSURA NELA - Impressionante o que jornalistas militantes, adoradores do petismo, estão fazendo em relação a quem não pensa como eles. Os ataques virulentos contra Rachel Scheherazade, do SBT, é alguma coisa inacreditável. Quando ela foi ameaçada de estupro por malucos, por ser contra o governo, nem uma voz se elevou para defender o direito da jornalista em opinar. Bastou ela dizer algumas verdades sobre corrupção, inoperância, incompetência e seus próprios colegas apoiam ações judiciais e censura contra ela. Lamentável!
BURRICE EXAGERADA - É inacreditável como há um esforço, às vezes sobre humano, para que a burrice predomine. No caso do aeroporto "internacional" de Porto Velho, cada dia aparece uma coisa pior. Depois de transformar o aeroporto num dos únicos do mundo em que não se consegue ver direito aterrissagens e decolagens e de ter guardas de trânsito, que, ao invés de orientar os passageiros, instituíram a indústria da multa, agora colocaram uma película escura no vidro para se ver a pista. É idiotice demais, reunida no mesmo lugar. Impressionante!
OLHOS NO UMBIGO - De braços cruzados, com os olhos voltados apenas para o própria umbigo, legisladores e governantes assistem, passíveis, à carnificina dos finais de semana, tanto em Rondônia como no país inteiro. Jovens, adultos e velhos são trucidados, em crimes brutais, sem que nada seja feito. No trânsito, famílias inteiras desaparecem e as ações são perto do zero. Nas ruas, a brutalidade se amplia e parece que não é aqui, mas na Transilvânia. Quem é essa gente que colocamos no poder, apenas para nos ignorar?
PSICOPATAS À SOLTA - Eles já são bandidos cruéis, assassinos frios, se lixando para a vida dos outros, para a coletividade, para as leis. Um tem 20 anos, outro 19. Matavam covardemente seus inimigos, nos bairros da Capital, escondidos sob capacetes escuros, usando motos, atirando, matando e fugindo. Foram presos, mas logo estão nas ruas de novo. São os psicopatas incuráveis, que a lei brasileira da impunidade criou. Em Porto Velho, em Rondônia e no Brasil inteiro.
SERVEM PARA QUE? - Mesmo com todas as denúncias, os pedidos de solução, a triste situação que se vê todos os dias, praticamente as 24 horas do dia, nenhuma autoridade se pronunciou ou indicou que vai resolver a questão dos viciados que tomaram conta da Rua Riachuelo, em pleno centro da Capital. Temos ali mais uma Cracolândia, sem policiamento, sem fiscalização, sem tentativa de internar os viciados que tomam conta da área. Onde estão os órgão públicos e as secretarias de ação social? Servem apenas para dar emprego aos amigos ou, um dia, essas entidades farão mesmo o trabalho para o qual foram criadas?
PERGUNTINHA - Onde estão as seis mil creches no país que Dona Dilma Rousseff colocou como prioridade de governo, em seu programa de ações, quando se lançou como candidata à Presidência da República?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires
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