Apresento neste artigo uns trechos da mensagem do papa Francisco para a celebração do 54°Dia Mundial da Paz:
“O ano de 2020 ficou marcado pela grande crise sanitária da Covid-19, que se transformou num fenómeno plurissetorial e global, agravando fortemente outras crises inter-relacionadas como a climática, alimentar, económica e migratória, e provocando grandes sofrimentos e incómodos. (...)
Na Bíblia, o livro do Génesis revela, desde o início, a importância do cuidado ou da custódia no projeto de Deus para a humanidade, destacando a relação entre o homem (’adam) e a terra (’adamah) e entre os irmãos. (...)
No ponto culminante da sua missão, Jesus sela o seu cuidado por nós, oferecendo-Se na cruz e libertando-nos assim da escravidão do pecado e da morte. (...)
A solidariedade exprime o amor pelo outro de maneira concreta, não como um sentimento vago, mas como «a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum, ou seja, pelo bem de todos e de cada um, porque todos nós somos verdadeiramente responsáveis por todos». A solidariedade ajuda-nos a ver o outro – quer como pessoa quer, em sentido lato, como povo ou nação – não como um dado estatístico, nem como meio a usar e depois descartar quando já não for útil, mas como nosso próximo, companheiro de viagem, chamado a participar, como nós, no banquete da vida, para o qual todos somos igualmente convidados por Deus.
Assim, num tempo dominado pela cultura do descarte e perante o agravamento das desigualdades dentro das nações e entre elas, gostaria de convidar os responsáveis das Organizações internacionais e dos Governos, dos mundos económico e científico, da comunicação social e das instituições educativas a pegarem nesta «bússola» dos princípios acima lembrados para dar um rumo comum ao processo de globalização, «um rumo verdadeiramente humano». Na verdade, este permitiria estimar o valor e a dignidade de cada pessoa, agir conjunta e solidariamente em prol do bem comum, aliviando quantos padecem por causa da pobreza, da doença, da escravidão, da discriminação e dos conflitos. Através desta bússola, encorajo todos a tornarem-se profetas e testemunhas
da cultura do cuidado, a fim de preencher tantas desigualdades sociais. (...)
A bússola dos princípios sociais, necessária para promover a cultura do cuidado, vale também para as relações entre as nações, que deveriam ser inspiradas pela fraternidade, o respeito mútuo, a solidariedade e a observância do direito internacional.
A promoção da cultura do cuidado requer um processo educativo, e a bússola dos princípios sociais constitui, para o efeito, um instrumento fiável para vários contextos relacionados entre si. A propósito, gostaria de fornecer alguns exemplos:
A educação para o cuidado nasce na família, núcleo natural e fundamental da sociedade, onde se aprende a viver em relação e no respeito mútuo. Mas a família precisa de ser colocada em condições de poder cumprir esta tarefa vital e indispensável.
Sempre em colaboração com a família, temos outros sujeitos encarregados da educação como a escola e a universidade e analogamente, em certos aspetos, os sujeitos da comunicação social.” ( papa Francisco, 01.01.2021)
Creio que precisamos refletir bastante sobre quanto o Papa nos diz para sermos também nós protagonistas de PAZ.
Fonte: Texto enviado pelo Padre Claudio Pighin / Belém-PA - (Postado na cidade de São José do Rio Preto - SP).
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