quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

VÍDEO: DICAS PARA COMEÇAR NAS TRILHAS OFF-ROAD

 

Veja como iniciar a prática do motociclismo off-road e se divertir nas trilhas de moto


Rolha, segundo o dicionário, é algo que bloqueia a passagem, como aquela usada nas garrafas de vinho. Já na trilha de moto, se alguém te chamar de “rolha” significa que está atrapalhando a diversão de outros motociclistas que vêm atrás. 

Para você não passar por essa experiência e começar bem viajamos até o interior de São Paulo para colher dicas enquanto nos aventurávamos pela natureza com a equipe de empresa Guararema Off Road Adventure, que organiza cursos e passeios pela região da Serra do Itapeti. 

Uma boa notícia se você quer começar nas trilhas é que entre os esportes a motor, se trata do mais barato e democrático. Tem praticantes de todas as idades, com motos também de diferentes preços e anos, e não requer pagamento de taxas para a pilotagem em circuitos fechados.

Cada metro na terra ou na lama é uma grande conquista, uma nova experiência. Às vezes não é fácil, mas o prazer de ultrapassar um obstáculo é maior que a dor do tombo. “Fazer trilha não é uma competição contra o outro piloto. É você se equilibrando com os dois pés nas pedaleiras para seguir em frente, como na vida”, compara José Luiz Terwak, coordenador do Guararema Off Road Adventure.

O experiente piloto, que trabalhou por 30 anos na indústria de motocicletas, lembra que algumas técnicas de pilotagem aprendidas nas trilhas serão levadas para o dia a dia no asfalto. Cita como exemplos o controle da moto em condições de baixa aderência, o equilíbrio ao passar por eventuais obstáculos na pista e até por buracos mais profundos. “Tudo isso faz parte do aprendizado no fora de estrada”, diz.

Primeiros passos

O primeiro passo para este mundo de grandes aventuras é ter uma moto com características off-road, uma trail para começar. Pode ser das mais antigas Honda XR 250 Tornado ou Yamaha XT 225, às atuais Honda NXR Bros, XRE ou Yamaha XTZ. 

Também existem opções nacionais exclusivas para o fora de estrada, como as Honda CRF 230/250 e Yamaha TT-R 230, que não podem rodar em vias públicas e por isso devem ser transportadas em picape ou carreta até o local onde serão usadas. O reboque deve estar registrado no Detran de seu Estado, ou seja, ter placa e os demais documentos para rodar em vias públicas, e a moto precisa ser presa com cintas próprias para que não se movimente no percurso.

As motos para uso misto de rua podem ser facilmente adaptadas com baixo investimento. Fundamental é trocar os pneus de rua por modelos com cravos, que melhoram a tração off-road. Daí em diante, a lista de adequações pode ir tão longe quanto seu bolso desejar para ganhar rendimento: encurtar a relação de transmissão secundária, substituir os plásticos originais, instalar protetores...

Outro fator que não pode ser negligenciado é o uso de bons equipamentos de segurança. Ideal é comprar o conjunto completo para uso fora de estrada, com camiseta, calça, botas, luvas, capacete, óculos, colete, cotoveleira e joelheira, que têm características diferentes do usados no asfalto. Várias marcas e lojas virtuais montam “combos” que podem ser pagos de forma parcelada. Equipamento não é gasto, é investimento na sua integridade física! 

Quedas são inevitáveis mesmo entre os mais experientes, então melhor se sentir seguro para evoluir na prática e deixar o prazer aflorar sem maiores consequências. Acredite, podemos afirmar por experiência própria que estar equipado, e com equipamento de boa qualidade, faz a diferença entre ter uma lesão e apenas ficar um pouco dolorido ou ralado.   

Técnicas de pilotagem

É preciso conhecer a moto e tudo o que ela pode fazer, ou melhor, a capacidade de superar obstáculos do seu modelo e como mantê-lo sempre em dia. Depois, busque a ajuda de cursos para aprender e praticar as técnicas de pilotagem off-road corretas com auxílio de instrutores. 

Partir com a moto sob domínio em pisos de baixa aderência requer posicionamentos diferentes daqueles que aprendemos para o asfalto, de pés, mãos, cotovelos, tórax, quadril... e para encara trechos de subidas e descidas, superar troncos e trechos em curva com lama será necessário se movimentar e variar os posicionamentos. “O conhecimento dessas técnicas deixa tudo mais fácil”, conta Jan Terwak, instrutor do Guararema Off Road, explicando que um curso para iniciantes dura três horas.  

Para enfrentar um tronco caído no meio do caminho, por exemplo, o piloto deve se aproximar na transversal, como numa lombada. De pé, com as botas apoiadas nas pedaleiras, concentrando o peso no meio da moto, com as pernas pressionando o taque. Sempre em velocidade controlada e constante. 

Outro desafio comum nas trilhas são subidas íngremes, quando o tórax deve estar projetado à frente, se aproximando do guidão, para a roda dianteira se manter em contato com o piso. Já em descidas acentuadas o corpo deve ser projetado para trás, mantendo esse equilíbrio de peso entre os eixos da moto. 

Para o fisioterapeuta Diego Viggo, que aprendeu a pilotar motos com a equipe do Guararema Off Road, fazer trilha é uma grande diversão e a cada dia se evolui mais. “Seu corpo será mais exigido a cada dia, a cada novo treinamento. É uma mistura de terapia e academia ao ar livre.”

Dicas de manutenção

Nas trilhas as motos são muito exigidas, é o que se chama nos manuais do proprietário de uso “severo”: baixa velocidade e refrigeração do motor, sobrecarga na embreagem, elevada exigência das suspensões, sujeira em contato com relação secundária, caixa e filtro de ar. 

Cuidados preventivos com a manutenção são fundamentais para não ficar parado no meio da trilha. Para motos nacionais as peças são mais acessíveis e você deve ter especial atenção aos prazos recomendados em manual para substituição do lubrificante do motor (respeitando as especificações do óleo), limpeza e lubrificação do kit relação, fluido e retentores da suspensão, limpeza e troca do filtro de ar.

Fonte: Revista Duas Rodas.




 

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