Selecionamos os dez lançamentos mais interessantes realizados no exterior neste fim de ano, já para a linha 2018. E pesquisamos para descobrir quando serão lançados no Brasil:
BMW F850GS – quando a nova geração das GS de cilindrada intermediária chegar às ruas europeias, a geração atual que ainda temos à venda no Brasil estará completando dez anos. OK, ela recebeu facelifts, controle de tração e modos de potência neste período, mas a base mecânica permaneceu basicamente a mesma. Diante da concorrência a F800GS e sua derivada F700GS precisavam de uma renovação mais radical no design e principalmente de um motor que entregasse mais performance com menos vibração. Demorou, mas a nova geração de F850GS/F750GS vem com motos completamente novas, do chassi de aço ao motor de 2 cilindros paralelos com 853cc e ordem de ignição separada por 270° no lugar de 180°. Na F750GS rende 77 cv a 7.500 rpm e 8,4 kgf.m a 6.000 rpm e na F850GS 95 cv a 8.250 rpm e 9,4 kgf.m a 6.250 rpm. Ambas passam a contar com painel TFT colorido de 6,5” por meio do qual é possível selecionar modos de pilotagem Road e Rain, atuar sobre o controle de tração e ABS. Serão lançadas no Brasil no segundo semestre de 2018.
BMW G310GS – a mini-GS traz a estética e o status das big trail da marca a um segmento de preço mais acessível e, principalmente, carente de opções. Por enquanto a única trail intermediária entre a Honda XRE 300 e a Yamaha XT 660R é a Kawasaki Versys-X 300. O interesse do público pela monocilíndrica G310GS, no exterior e agora no Brasil, acena para um volume de vendas superior ao da G310R (dentro da empresa há quem aposte no dobro, pelo menos) e que pode mudar a posição da BMW no país a partir do lançamento no primeiro trimestre de 2018.
Ducati Panigale V4 – em 2011 a Ducati revolucionou a categoria das superbikes com a belíssima, leve e potente Panigale. Tinha a melhor relação peso/potência disponível e o motor V2 mais potente já produzido em série. Apesar das versões especiais com incrementos para uso em pista, que permitiam à marca a homologação para uso no Mundial de Superbikes, a Ducati não vem conseguindo tirar o título da Kawasaki. Com o protótipo da MotoGP bem-sucedido utilizando a arquitetura V4, a marca decidiu dar mais um passo e abandonar o V2 em sua topo de linha: a Panigale V4 tem 1.103cc, produz 214 cv a 13.000 rpm (1,1 cv/kg) e 12,6 kgf.m a 10.000 rpm. Nas versões S e Speciale recebe a segunda geração do sistema de suspensões semi-ativas Öhlins EC (estreou na Honda CBR 1000RR SP há um ano). As vendas no Brasil estão confirmadas para 2019.
Honda CB 1000R – após retirar de linha a Hornet e a CB 1000R muito se especulou que a Honda estaria preparando um retorno ao segmento de nakeds esportivas com uma nova Hornet 800. Nem Hornet, nem 800, a nova geração da marca parte do motor da nova CBR e surpreende apostando no design retrô-futurista. Nela o propulsor foi ajustado para entregar melhor performance entre 6.000 rpm e 8.000 rpm, passando a produzir 143 cv a 10.500 rpm e 10,6 kgf.m a 8.250 rpm. Há três modos de pilotagem selecionáveis (Standard, Sport e User, personalizável), que atuam sobre entrega de potência, freio-motor e controle de tração. O chassi é de aço com suspensões Showa ajustáveis. O lançamento no Brasil está em estudo para a linha 2019.
Kawasaki Ninja 400 – tem a missão de substituir a 300 e retomar a liderança em performance perdida na categoria para a Yamaha R3. À primeira vista a 400 impressiona pelo porte de moto maior, difícil de diferenciar da Ninja 650, mas é 8 kg mais leve que a 300 e atinge os 45 cv (contra 39 cv). O grande ganho na adoção do motor de maior cilindrada, no entanto, está no torque elevado para acelerações e retomadas mais rápidas: 3,9 kgf.m contra 2,8 kgf.m. Tanto a potência máxima quanto o torque máximo da 400 são atingidos em rotações menores. O lançamento no Brasil está marcado para o último trimestre de 2018.
Kawasaki Ninja H2 SX – a fabricante já havia afirmado que o supercharger será utilizado em diversos modelos e cilindradas de sua linha, mas desde o lançamento da H2 há dois anos estávamos todos esperando pelo próximo lançamento. O início da expansão no uso do supercharger começará por uma sport-touring derivada da H2, a H2 SX, uma moto que ainda está no topo de linha Kawasaki, mas mais próxima da “vida real”: o motor foca uma entrega de potência mais progressiva em baixas e médias rotações, embora assim como na H2 esportiva alcance os 210 cv com a indução de ar e 14 kgf.m. O grande apelo da SX será a capacidade de aceleração superior à de uma superbike aspirada ou mesmo da Ninja ZX-14. Estará no Brasil no último trimestre de 2018.
Royal Enfield Interceptor – a marca de origem inglesa fabricada na Índia tem uma nova linha bicilíndrica de 650cc, para concorrer numa faixa de mercado pouco explorada entre suas 500cc e as retrô concorrentes de 800/900cc. A Interceptor revive o nome de um modelo de 2 cilindros das décadas de 60 e 70 e a cafe racer Continental GT 650 é uma variação estética. Por baixo das duas roupagens está um novo motor refrigerado a ar e óleo com 4 válvulas por cilindro, ordem de ignição defasada em 270°, comando simples e transmissão de 6 marchas com embreagem assistida deslizante. A potência é de até 47 cv a 7.100 rpm e o torque de 5,5 kgf.m a 4.000 rpm. As vendas começarão em abril pela Índia, por preços que no Brasil equivaleriam a R$ 28 mil e R$ 30 mil. A subsidiária brasileira ainda não confirma o lançamento, mas é certo que a estratégia da Royal é ampliar sua atuação em todos os mercados em que está presente, portanto nossa aposta é no segundo semestre de 2018.
Yamaha MT-09 SP – hoje a linha MT no Brasil está dois anos atrasada em relação à Europa. Isso significa que a nova geração da MT-09, com revisões de design, suspensão, mapa de alimentação e acréscimo de quickshifter e controle de tração deve ocorrer somente no segundo semestre de 2018, já como linha 2019. Quem é fã do modelo, no entanto, já deve estar de olho em outra novidade: a versão SP com uma combinação de prata, azul e preto tem upgrade de suspensões mais focadas em uso esportivo (garfo Kayaba com ajustes de compressão e retorno nas duas bengalas e amortecedor traseiro Öhlins ajustável remotamente) por uma diferença de preço em relação à standard que no Brasil equivaleria a R$ 45 mil. Parece improvável o lançamento de uma versão de baixo volume de vendas pela Yamaha no país, até porque ainda há modelos de maior potencial na fila para chegarem a concessionárias brasileiras, sem data prevista – como a MT-10, a Tracer700 e o scooter XMax 300.
Fonte: Revista Duas Rodas.