segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

QUE A PAZ REINE ENTRE NÓS

Queremos Paz! Somos sedentos de um mundo onde não haja conflitos ou guerras. Por isso, em 2017, todos somos convidados a pensar, rezar e transmitir a paz, que é um dom de Deus. É o Senhor que nos dá um estado de harmonia. Sem Ele, as pessoas se afastam da verdadeira paz. Mas nós podemos acolhê-la e torna-la protagonista na nossa vida. Mesmo que, às vezes, isso seja difícil.

Parece que o nosso pequeno planeta, de fato, tem certa rejeição em viver a paz. Por que isso? Repito: não nos deixamos conduzir pelo Deus de Jesus. Talvez, temos outros deuses que nos impedem de receber o verdadeiro Deus. Por isso necessitamos ensaiar, urgentemente, a confiança em Jesus Cristo para viver a nossa verdadeira realidade que somos muito mais que materialidade.

Assim sendo, o grande problema da humanidade é a separação do corpo e da alma, dando quase exclusividade ao corpo. Desse jeito, pode até ser confundida a paz com situações apenas de tranquilidade, de satisfações pessoais, de prazeres humanos. A Paz é muito mais que isso! Quando se diz que é um dom de Deus significa que a nossa vida alcança horizontes infinitos e para isso nos concentramos.

A paz nos dá o poder de discernir a nossa verdadeira vocação humana: a eternidade. E o que acontece hoje? A explosão tecnológica e o determinismo tecnológico da comunicação, relativizaram o nosso ser, impedindo assim de ter uma visão além da própria materialidade. Muitos anos atrás, o famoso comunicólogo McLuhan, prevendo essa grande ameaça da ilusão da tecnologia, propôs que as pessoas não se deixassem seduzir por essa ilusão tecnológica, desconectassem ‘o cabo de força da tomada’, isto é, cortassem esse tipo de comunicação.

Certamente, nós não estamos de acordo com esse tipo de afirmação, embora reconheçamos que a situação seja preocupante. No entanto, achamos que o ser humano possa encontrar as soluções por meio da sua capacidade do saber e do dialogar. Mas, nos questionamos: será que estamos ensaiando, vivendo esta dimensão do saber e do dialogar?

Pelo menos nós da Igreja nos interrogamos o que estamos fazendo, de fato, em relação a isso. Despertemos porque a paz tem pressa, não pode nos esperar, porque bilhões de crianças, mulheres e homens estão vivendo de maneira dramática. A paz começa nos corações. Não é simplesmente a ausência da guerra nem é promovida apenas para evitar o conflito mais vasto. Ao contrário, ajuda a orientar o nosso raciocínio e as nossas ações para o bem de todos, a partir, sobretudo, do conhecimento das Sagradas Escrituras.

O papa Francisco escreveu por ocasião da celebração do 50° Dia Mundial da Paz: “O século passado foi arrasado por duas guerras mundiais devastadoras,
conheceu a ameaça da guerra nuclear e um grande número de outros conflitos, hoje, infelizmente, encontramo-nos a braços com uma terrível guerra mundial aos pedaços. Não é fácil saber se o mundo de hoje é mais ou menos violento que o de ontem, nem se os meios modernos de comunicação e a mobilidade que caracteriza a nossa época nos tornam mais conscientes da violência ou mais rendidos a ela.

Seja como for, esta violência que se exerce «aos pedaços», de maneiras diferentes e a variados níveis, provoca enormes sofrimentos de que estamos bem cientes: guerras em diferentes países e continentes; terrorismo, criminalidade e ataques armados imprevisíveis; os abusos sofridos pelos migrantes e as vítimas de tráfico humano; a devastação ambiental. E para quê? Porventura a violência permite alcançar objetivos de valor duradouro? Tudo aquilo que obtém não é, antes, desencadear represálias e espirais de conflitos letais que beneficiam apenas a poucos «senhores da guerra»?” E continua o papa Bergoglio, propondo a proposta de Jesus nosso único Mestre:

“O próprio Jesus nos oferece um «manual» desta estratégia de construção da paz no chamado Sermão da Montanha. As oito Bem-aventuranças (cf. Mateus 5, 3-10) traçam o perfil da pessoa que podemos definir feliz, boa e autêntica. Felizes os mansos – diz Jesus –, os misericordiosos, os pacificadores, os puros de coração, os que têm fome e sede de justiça.

Este é um programa e um desafio também para os líderes políticos e religiosos, para os responsáveis das instituições internacionais e os dirigentes das empresas e dos meios de comunicação social de todo o mundo: aplicar as Bem-aventuranças na forma como exercem as suas responsabilidades.” O papa nos lança esse desafio. Tente coloca-lo em prática a partir da sua casa até chegar à opinião pública, à sociedade toda.

Que o ano 2017 seja marcado pela PAZ em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Fonte: Sacerdote, jornalista italiano naturalizado brasileiro, doutor em teologia, mestre em missiologia e comunicação.

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