quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

DEUS NOS FALA

Evangelho de Lucas 2, 16-21

“Foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o menino deitado na manjedoura. Vendo-o, contaram o que se lhes havia dito a respeito deste menino.

Todos os que os ouviam admiravam-se das coisas que lhes contavam os pastores.
Maria conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração.

Voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, e que estava de acordo com o que lhes fora dito.

Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno.”.

Chegou a boa notícia!

Maria, a mãe de Jesus, é apresentada de maneira muita discreta e em segundo plano. É Jesus o centro da narração. Toda cena gira ao seu redor. Os pastores encontraram, de fato, o Menino e sua mãe Maria; e passados os oito dias “foram cumpridos, para circuncidar o Menino; foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido”. Maria, continua o evangelho, “guardava todas estas coisas, conferindo-as em seu coração”. Vejam bem, os pastores reagiram perante o extraordinário acontecimento, maravilhando-se por aquilo que viram e, portanto, retornando ao rebanho deles, louvavam e glorificavam a Deus. No entanto, Maria guardava tudo na sua memória e meditava no seu coração. Isto é, Ela reflete intensamente à luz da Palavra de Deus, para poder compreender melhor o que significa na vida Dela tudo aquilo.

Assim sendo, as palavras que, para os outros, despertaram maravilhas, para Ela, alimentaram escuta profunda, consciente e continuada. Maria participa ativamente da contemplação deste grande mistério de Deus, porque quer entrar na lógica do Senhor Onipotente. A Virgem se tornou a Tenda do Deus Altíssimo. Como Deus se faz presente na nossa vida, e Maria, nesse sentido, nos ilumina. Que exemplo! Então, surgem esses questionamentos de como nós percebemos a proximidade do nosso Deus e como reagimos a esta extraordinária presença. Portanto, estamos imitando os pastores ficando simplesmente maravilhados ou como Maria nos recolhemos em silêncio na oração e meditação para entender o grande mistério de Deus na nossa vida?

Maria não é somente a mãe de Jesus, mas é também aquela que nos ajuda como entender a Sua presença. Essa escuta profunda e contemplação se tornaram modelo para nós de verdadeira interpretação sobre o mistério de
Jesus. É o evento cristão marcado pela tensão entre glória e pobreza, majestade e pequenez. Também os pastores, considerados pecadores, experimentaram o amor de Deus, um amor que não é dado como um prêmio pelos méritos adquiridos, mas como um presente pelas suas necessidades, assim todas as pessoas que consideramos mais afastadas de Deus são as mais próximas. O amor nos torna mais próximos de Deus. Assim sendo, podemos afirmar que nenhuma pessoa desse mundo pode ser excluída ou marginalizada do amor de Deus. Esse é o testemunho dos pastores.

Por fim, vemos a circuncisão do menino Jesus, conforme a lei mandava. “Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno.”

A circuncisão era um sinal de pertença ao povo de Israel. Dava identidade à pessoa. É nessa ocasião que cada criança recebia o seu nome. E José, fiel ao anjo, lhe põe o nome de Jesus. Este nome é o mesmo que o Josué, que quer dizer “Deus salvará”. Outro nome que em seguida será dado a Ele é “Cristo”, que significa “Ungido ou Messias”. Jesus é o Messias esperado. Um terceiro nome é “Emanuel”, que quer dizer Deus conosco. Portanto, o nome completo é Jesus Cristo Emanuel! Neste primeiro dia do ano, esta Palavra de Deus nos abre a mente e o coração para meditarmos e contemplarmos como Deus compartilha a nossa vida e quer nos salvar para sempre. Por isso, feliz 2017 e paz para todos!

Fonte:  Sacerdote, doutor em teologia, mestre em missiologia e comunicação.

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