Marquem a data de hoje e um número: 1119. Anotem porque daqui para a frente se poderá entender o que isso pode significar para Rondônia. No final desta quarta-feira, podem permanecer nos cofres públicos do Estado, algo em torno de 204 milhões de reais ao ano, pelo menos pelos próximos oito anos. Ou seja, deixaremos de pagar, caso vençamos a ação que será mote de julgamento no STF, ainda no final desta tarde, perto de 2 bilhões e 200 milhões de reais. Isso é mais ou menos o equivalente a dez pontes sobre o rio Madeira, no Bairro da Balsa ou outras 10 na Ponta do Abunã. Ou a duplicação, três vezes, do trecho Vilhena/Porto Velho, da BR 364, com o quilômetro de asfalto calculado na faixa de 1 milhão de reais. Deu prá entender? Claro que tudo isso se refere à vergonhosa, criminosa, pornográfica dívida do extinto Beron, cobrada pela União. O valor dela era, inicialmente, de menos de 60 milhões de reais. Os interventores do Banco Central, que vieram para sanear o banco e prepará-lo para a privatização, em meados dos anos 90, conseguiram a façanha de multiplicar por dez essa conta. Tudo para que o contribuinte rondoniense a pagasse, sem chiar. Veja-se os números inacreditáveis: a conta, com a passagem tenebrosa dos “muy amigos” do Banco Central, começou em 645 milhões de reais em maio de 1998. Entre junho de 98 e setembro deste ano, o Estado já havia pago mais de 730 milhões de reais da dívida principal; 4 milhões de amortizações; 16 milhões de “encargos” e, pasmem!, 1 bilhão e 360 milhões de reais só de juros. Ou seja, uma conta que começou com 60 milhões e chegou a mais de dez vezes por culpa do Banco Central, já levou dos nossos cofres públicos, do dinheiro do povo, nada menos do que 2 bilhões e 107 milhões de reais. E ainda querem nos cobrar mais de 2 bi. Todos os meses, deixam de entrar nos cofres do Estado 17 milhões de reais para pagar a conta do Beron. Não é criminoso?
Enfim, se não mudar a pauta na última hora, finalmente o processo 1119, da dívida do Beron, será julgado. O ministro relator é Edson Fachin. Terá ele pena de um Estado pobre, longe dos grandes centros, que vem sendo achacado pela União todos esses anos? O procurador geral do Estado, Juracy Jorge, estará representando Rondônia na sessão do STF, mas quem defenderá a causa será o procurador Alexandre Fonseca. Estamos bem representados. Tomara, que, enfim, a Justiça se faça. Não dá mais para sermos tão espoliados pela ganância imposta pelo governo central. Chega de agiotagem contra o povo de Rondônia. Hoje é o dia!
A LENDA DO CAVALO DE ÁTILA - Há personagens, bem concretos, da vida real, que sintetizam o significado do lenda do cavalo de Átila. Ela conta que, onde pisava o cavalo do Rei dos Hunos, não nascia mais grama. São assim, algumas dessas figuras, geralmente sanguessugas, mas que se consideram grande coisa. Onde põe seus dedos, suas mãos, seus pés, sua insignificância, ali não nasce mais grama. São no geral incompetentes, invejosos, e eventualmente sociopatas. Não servem para muita coisa, a não ser como alvo de escárnio, gozação, indignação daqueles que são obrigados a viver nas proximidades desses seres sem luz que, baseando-se em suas frustrações, destroem tudo no seu entorno, deixando um rastro de perdas e danos. Lamentavelmente, parasitas do talento alheio, movidos pelo eterno ódio e inveja, por serem sempre tratados como inferiores, como o são, verdadeiramente, detestam ver, da arquibancada, o sucesso alheio. Então, tentam tornarem-se, tais personagens pegajosos, algo além da figura obscura que o são. Nunca vão longe. Voltam quase sempre à escuridão, quando a luz dos outros, que querem roubar, se afasta. Pobres coitados!
O SINTERO DIZ QUE NÃO SABIA! - Direção do Sintero diz, através de notícia distribuída à mídia (uma das publicações foi no site Rondoniagora e outra no site da própria instituição), que não sabia que era errada a tabela do vencimento dos professores, anunciada pelo governador Marcos Rocha e pelo secretário Suamy Vivecanda e que depois foi corrigida, com vencimentos muito menores do que a primeira informação. O caso, aliás, tratado na edição desta terça, nesse espaço, foi relatado com alguns detalhes da tentativa de golpe, gerido dentro da Seduc (e do qual não houve nenhuma participação direta do Sintero) para derrubar o titular do cargo. A armação não deu certo, porque Rocha não só manteve Suamy, como ainda determinou a demissão de algumas pessoas. Outras, nos próximos dias, também perderão seus cargos. Em seu site, no texto que acusa a emissora e quem publicou a informação de ser “governista”, o Sindicato diz que “refuta com veemência” a acusação de que teria agido com oportunismo no episódio. Não se poderia esperar outra a posição. Mas o Sintero sabia, até porque participou de todas as decisões sobre o assunto, desde o início. Claro que não vai reconhecer isso, publicamente. A coluna, contudo, mantém as informações, conseguidas através de fontes fidedignas, divulgadas na sexta passada e no sábado, nos noticiários da SICTV/ Record e reproduzidas nesse espaço. Nada a corrigir...
AMIGO DO PEITO OU “GOVERNISTA”? - Dependendo dos seus interesses, o Sintero trata parte da mídia como aliada ou como inimiga. É histórico, portanto, que esse tipo de jogo é que dá o tom ao rótulo de como o poderoso sindicato dos professores trata os veículos de informação. Nas suas greves, nas suas justas reivindicações, em importantes ações que realiza, nas entrevistas com seus dirigentes sobre temas de relevância, os mesmos veículos que as divulgam, nessas circunstâncias, são homenageados pelo mesmo Sintero com respeito e elogiados por seu “espírito democrático”. Chamados de amigos do peito. São os mesmos que agora merecem o tratamento desairoso de “governistas”, apenas por contarem um episódio, grave, da história do Estado, com informações de bastidores, que não interessam serem divulgados, pelo comando da entidade. Há novos ares a se respirar na democracia brasileira. Com fim da República Sindicalista, muitas coisas estão mudando. Inclusive a forma como a verdadeira democracia é praticada, sem os ranços do passado, em que ou se elogiava quem estava no comando e era tratado como parceiro ou se era inimigo, por qualquer discordância. O Sintero sabe muito bem o que aconteceu. E, mesmo que chame a todos os que divulgaram o assunto de “governistas”, como termo altamente pejorativo, ele terá que conviver com a certeza de que a sua pode não ser a única a verdade.
IPEM VAI À CPI EXPLICAR PARCERIA - Hoje tem mais um “round” da CPI da Energisa. Certamente o depoimento mais polêmico será do diretor do Ipem, Aziz Rahaal Neto, que já havia sido convocado na semana passada, mas não participou. Enviou apenas técnicos do órgão, o que não foi aceito pelo presidente da Comissão, deputado Alex Redano. Por que a polêmica? Porque há informações de que o IPEM, exatamente o órgão responsável pela fiscalização, por exemplo, dos relógios (contadores) da Energisa, receberia da empresa algo em torno de 1 milhão de reais/ano. O relator Jair Montes questionou: como um órgão fiscalizador pode ter acordos financeiros com aquele a quem tem que fiscalizar? O IPEM, hoje, dará as explicações. Também serão ouvidos representantes da Secretaria de Finanças do Estado (Sefin) e da Caerd. O procurador geral do Estado, Juraci Jorge, que participaria da CPI nesta quarta, terá seu depoimento transferido, já que está em Brasília, tratando da questão da dívida do Beron, que terá julgamento decisivo no STF.
AUMENTO DA LUZ: ANEEL NÃO TOPA - Por falar em Energisa, após uma longa defesa de argumentos, quando foram apresentadas graves denúncias levadas à Assembleia Legislativa, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indeferiu a Revisão Tarifária Extraordinária (RTE) apresentada pela Energisa, para aumentar novamente as tarifas em Rondônia. O presidente Laerte Gomes, compareceu à reunião em Brasília, na manhã desta terça-feira e fez pronunciamento, relatando o impacto social e econômico do último aumento da energia e as consequências do que chamou de “péssimo serviço prestado pela concessionária”, causando prejuízos aos municípios. O presidente da Aneel, André Pepiton da Nóbrega, e a diretora Elisa Bastos Silva, relatora do pedido de reajuste, assim como os demais representantes do órgão, ouviram atentamente as explicações dos membros da bancada federal e do presidente da ALE-RO. O senador Marcos Rogério, presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, apresentou dados técnicos para contestar a pretensão da empresa. O que surpreende é que a Energisa negou não só que tenha pedido o aumento, como, também através da sua assessoria de comunicação, informou à coluna que a reunião da Aneel era apenas corriqueira e que não haveria qualquer debate sobre eventuais reajustes em Rondônia.
UMA NOVA SAÍDA PARA A BELMONT - Há uma luz no fim do túnel para resolver, de vez, os gravíssimos e eternos problemas da Estrada do Belmont, à beira do Rio Madeira, no bairro Nacional, ali mesmo onde estão concentradas as grandes empresas. Basicamente, é possível acabar com o drama, manter as empresas aqui e não correr o risco de perder, por ano, até 1 bilhão de reais em ICMS. Basicamente, isso depende da abertura de uma nova estrada, que passaria por terras particulares. Todos os proprietários já se comprometeram a doar o trecho para a obra, que seria construída pelo Governo do Estado. A única exigência que fazem é que, antes da doação, o Governo assine um documento se comprometendo a asfaltar e iluminar todo o trecho da nova rodovia, de cerca de 10 quilômetros, que sairia da beira do Madeirão, passaria por trecho da Belmont, que também teria que ser asfaltado, contornaria a área da Base Aérea e seguiria adiante, até facilitar as ligações com outros portos da Capital, permitindo melhorias na circulação dos caminhões e o escoamento dos produtos derivados de petróleo. Seria uma obra de grande porte, com investimentos perto de 50 milhões de reais, mas resolveria de vez todo o problema e evitaria que as empresas que pagam mais de 1 bilhão de reais/ano de ICMS, cumprissem a ameaça de se mudarem para o Amazonas. Será que é sonhar alto demais ou o governo Marcos Rocha vai, enfim, começar a resolver esse enorme problema, a partir do ano que vem?
DIA DAS CRIANÇAS: VENDAS SUPERLATIVAS - A notícia não poderia ser melhor para o comércio de Porto Velho. As vendas do Dia das Crianças, nas nossas lojas de rua, cresceram 10 por cento em relação à mesma data festiva do ano passado. Provavelmente foi o maior crescimento percentual entre todos os Estados, já que a média nacional, apontada pelas entidades que reúnem os comerciantes, foi de apenas 3,1 por cento. Segundo a presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da Capital, a empresária Joana Joanora, os números ainda não estão definitivamente fechados e podem ser até melhores. Melhor notícia ainda é que a presidente comemora que a tendência em relação às vendas de final de ano sigam no mesmo crescimento. A CDL, aliás, começa a sortear, já nessa semana, mais de 100 mil reais em certificados de ouro, para quem comprar no comércio porto velhense até o final deste 2019. As coisas estão, realmente, melhorando!
PERGUNTINHA - Você acha que o combate ao feminicídio no Brasil pode ser levado a sério, quando o goleiro Bruno, assassino cruel de Elisa Samúdio, deixa a cadeia depois de poucos anos e, ao voltar a jogar futebol, é aplaudido e ovacionado por torcedores, como se nada tivesse acontecido?
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