sábado, 8 de dezembro de 2018

DEUS NOS FALA

Evangelho de Marcos 13, 24-32

O evangelista Marcos, através de uma linguagem apocalíptica, isto é, uma linguagem ‘imaginosa’, nos conta como Jesus apresenta o sentido da história do ser humano. E resgatando o profeta Isaias que diz: “Cada regime que é baseado sobre o poder já tem em si o germe da destruição”.

O Mestre não está preocupado com o fim do mundo, que pertence ao Pai, mas que saibamos avaliar as coisas ao nosso redor, para não nos deixar enganar pelas aparências e para saber olhar, discernir os novos tempos que nos pertencem: o retorno do Filho do Homem em potência e glória. Assim, parece evidente o convite em alimentar a esperança para a vida que neste momento fica escondida, mas que nos fins dos tempos se tornará nossa realidade. Portanto, Marcos, nesse trecho do evangelho, não quis fazer pronunciamentos de juízos, condenações, mas simplesmente suscitar nas pessoas esperança e confiança em Deus. Todas as dificuldades da vida, os perigos, até as situações mais dramáticas que podemos enfrentar não se tornam uma ameaça, porque a espera da vida gloriosa de Deus nos dará aquela força suficiente para podermos transcender todo o nosso sofrimento. Então, enviará os seus anjos e reunirá os seus eleitos, dos quatro cantos, demonstrando assim a salvação do povo de Deus espalhado no mundo todo. A salvação de Deus é total e quer alcançar a humanidade toda, revelando-nos que o Deus de Jesus é Deus de todos. Saber tudo isso nos conforta e anima em buscá-Lo com mais insistência e coragem. E o nosso Mestre Jesus nos dá mais uma aula para entender essa verdade: observar a natureza através da figueira. Como sabemos discernir quando as folhas começam a brotar que o verão está próximo, assim temos que saber ler a presença de Deus na nossa vida a partir da paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Somos convidados a intensificar a contemplação do projeto de Deus no mundo a partir de Jesus. Nesse sentido, os eventos da vida cotidiana nos podem conduzir nessa trajetória de discernimento divino: ‘O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão’. Com essas palavras, Jesus quer dar a total certeza no seu testemunho, promovendo nos seus discípulos a serenidade e, sobretudo, a fidelidade a Ele. Precisamos construir a nossa vida sobre a Palavra de Deus para confiarmos em um futuro resplandecente, que não se deixa apavorar pela irmã morte. ‘Ora, quanto àquele dia ou hora, ninguém tem conhecimento’, temos a certeza do fim, mas quando acontecerá é reservada a Deus Pai. A missão de Jesus é revelar o Reino de Deus e não o cumprimento da história humana. Ele partilha conosco a nossa realidade até o fim, sem saber o dia e a hora do fim do mundo. Assim sendo, não pertence a gente perscrutar esse dia e hora do fim, mas confiar no Pai, que tudo sabe. Concluindo: como constrói essa confiança em Deus Pai na sua vida cotidiana? Conhece e confia nas Palavras do Evangelho?  

Fonte: Claudio Pighin - Sacerdote, doutor em teologia, mestre em missiologia e comunicação.



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