Em vários pontos da fronteira com a Bolívia, entram e saem armas, carros roubados, drogas. É uma moleza. Em Guajará Mirim, Costa Marques, Pimenteiras, Cabixi e Porto Velho, entre outras regiões de fronteira, o crime deita e rola, sem qualquer fiscalização mais rígida. Há poucas ações reais, afora as constantes e vazias promessas do governo federal de que vai investir pesado no combate à atuação de quadrilhas e do crime organizado, que trazem drogas e armas pesadas e levam daqui, centenas de motos e veículos roubados, para trocar na Bolívia. O número de viaturas que circulam sem placa próximo à fronteira, do lado de lá, é impressionante. Tanto por terra quanto pelos rios, os bandidos levam todos os dias carros de luxo, carros comuns, motos de grande porte e até motos pequenas, trocando-as pelos produtos ilegais que trazem aos borbotões para o Brasil e que servirão para abastecer o comércio das drogas e armar quadrilhas em vários estados brasileiros. A conivência das autoridades bolivianas com essa ações criminosas é óbvia. Autoridades de vários escalões e muitos policiais circulam, tranquilamente, do outro lado da fronteira de Rondônia, ostentando carros novos, recém roubados no Brasil e que por lá nem precisam ser “esquentados”, porque ninguém fiscaliza. Simplesmente andam sem placas e sem documentação alguma. Enquanto o governo brasileiro não fiscalizar duramente as fronteiras e, ao mesmo tempo, exigir dos bolivianos o combate radical a esse tipo de crime, exigindo também que os veículos roubados sejam imediatamente devolvidos, todo esse ciclo de banditismo e crime organizado não terá cura.
O outro lado da moeda também é ruim. Empresários rondonienses que tentam fazer negócios com os bolivianos, passam por raiva, por enorme perda de tempo, por várias fiscalizações, inclusive pessoais, para poderem viajar entre os dois países. Um deles, dia desses, perdeu exatas três horas e meia em Porto Velho, até ter autorização para decolar e perdeu outras três horas e meia em Santa Cruz de La Sierra, pelos mesmos motivos. De um lado, para os criminosos, todas as facilidades. De outro, para quem quer negociar, o tratamento de suspeito de algum crime gravíssimo. Está na hora dos governos do Brasil e da Bolívia sentarem à uma mesa de negociações e resolverem esses impasses. Há possibilidades concretas de grandes negócios entre Rondônia e os bolivianos, que darão um grande salto à economia dos dois lados. Mas, do jeito como as coisas estão, ficaremos só nos projetos. Como tem sido, igualzinho, há vários anos!
NO FRONT, TUDO IGUAL
Não há grandes novidades no contexto da corrida eleitoral em Rondônia. Os nomes apresentados como pré candidatos ao Governo, no geral, são os mesmos que a população já conhece. Maurão de Carvalho assiste de galeria, enquanto Ivo Cassol e Acir Gurgacz brigam feio, numa guerra que, certamente, não será boa para nenhum dos dois. De vez em quando a parece um nome novo, mas como uma espécie mais de forçação de barra do que realidade. Afora o procurador Héverton Aguiar, ao menos até agora não apareceu na praça qualquer novidade forte, que a gente pudesse considerar como viável para a corrida pelo Palácio Rio Madeira/CPA. Alguns partidos nanicos mandam para a mídia, eventualmente, factoides, tentando tomar algum espaço, para que, mais à frente, possam negociar com os grandões e arrumar alguma grana. Pouco mais de que isso. O PSDB não fala oficialmente, mas também não nega a possibilidade de que Hildon Chaves seja convocado para a disputa, embora ele negue por todos os santos que deixaria a Prefeitura da Capital, para entrar na nova aventura pelas urnas, com apenas dois anos de mandato. O quadro vai clarear mesmo só lá por março de 2018, sete meses antes do pleito.
EM DEFESA DA “COMPANHEIRA”...
No final de semana, o prefeito Hildon Chaves divulgou um vídeo, nas redes sociais, protestando contra comentários na mídia de que a deputada Mariana Carvalho, sua companheiro de PSDB, não estivesse ajudando Porto Velho como deveria, com suas emendas. Durante alguns minutos, Hildon enumerou uma série de apoios da Mariana, que, segundo ele, é uma das vozes rondonienses no Congresso que mais tem ajudado a Capital. É verdade. Os apoios dos parlamentares federais têm sido mesmo importantes, destacando-se a emenda de bancada, inédita, de 132 milhões de reais, para o asfaltamento de dezenas de ruas na cidade. Na verdade, sempre que possível, deputados federais e senadores têm ajudado a Capital. Entre os deputados, Lindomar Garçon e Luiz Cláudio da Agricultura têm se destacado nessas ações. A dupla, aliás, ajudou bastante na busca de recursos para conclusão dos viadutos. O senador Ivo Cassol também está nesse pacote. Valdir Raupp e Acir Gurgacz não deixaram Porto Velho de lado. Enfim, Mariana não merece a injustiça de dizer que ela não tem ajudado a cidade. Tem sim!
É O RAIO DA INVEJA!
Um dos problemas de Mariana Carvalho é a doença social chamada inveja. Além de alguns adversários políticos, que ficam correndo atrás do próprio rabo para entender como uma mulher, jovem ainda, consegue tanto sucesso nas urnas, há esse sentimento desumano de se criticar por criticar, por pura maldade. Recentemente, por exemplo, foram postados comentários facciosos e eivados de inverdades, quando a deputada esteve no Rock in Rio, com toda a sua família, como se isso fosse algum tipo de delito. A verdade é que Mariana merece o sucesso que tem, goste quem gostar, deteste quem quiser detestar. Tem uma história política vencedora, um mandato federal consistente; é destaque na mídia nacional seguidamente e um nome importante dentro do PSDB. Afora isso, é advogada e médica, especializando-se em cardiologia. Ou seja, ela dá duro, muito duro, há muitos anos. Não é fácil para muito gente conviver com o sucesso dos outros. Mas quem respeita a meritocracia, certamente reconhece o valor da jovem deputada. Que, aliás, ainda vai muito longe...
MAURÃO E OS MUITOS CONVITES
Mais um partido, o PRB, está tentando cooptar o presidente da Assembleia, Maurão de Carvalho, pré candidato ao Governo e um nome muito forte para a disputa. Várias siglas já o procuraram e a cada vez que aparece um boato de que poderia ser traído PMDB, seu partido, o noticiário é de que Maurão é convidado para ingressar nesse ou naquele partido. De um lado, mostra sim o prestígio do deputado, que em seu quinto mandato está se saindo de forma extremamente positiva, no comando do parlamento estadual. De outro fica clara a insegurança de se estar num partido político onde o que é tratado hoje, pode não ser cumprido amanhã. O PMDB, maior partido do Estado, que abriga algumas das mais importantes lideranças da política regional, continua garantindo que Maurão será o candidato pelo partido. Pelo sim, pelo não, o Presidente da Assembleia não fecha as portas para ouvir os convites de outras siglas. O seguro morreu de velho!!!
A MINISTRA NÃO DORME...
“Hoje temos as questões gravíssimas de organizações criminosas dominando em todos os Estados do Brasil. Por isso eu digo que não é cômodo nem confortável nenhuma poltrona na qual eu me assente, por uma singela circunstância: eu sou uma das pessoas que mais tendo informações, não tenho a menor capacidade de ter sono no Brasil. E se o brasileiro soubesse tudo o que sei, tendo visitado 15 penitenciárias masculinas e femininas, seria muito difícil dormir”! Não tivessem sido ditas pela presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmem Lúcia, as afirmações não assustariam ninguém. Mas quando ela afirma que os presídios são dominados pelo crime organizado; que todos sabem disso, mas não diz que tem que se fazer uma drástica mudança nas leis brasileiras para se combater esse mal terrível; que ela perde o sono e todo o brasileiro o perderia, se soubessem o que ela sabe, não é desesperador? Nenhuma sugestão, nenhuma opinião, nem sequer um rápido comentário sobre o que deveria ser feito para mudar esse quadro que, obviamente, só vai piorar. Se a presidente do Supremo não sabe o que fazer, a não ser não dormir, quem dirá nosotros, as pobres vítimas de tantos crimes e tantos criminosos?
O MESMO FILME SEMANAL
Todos os finais de semana são de tristeza e lamento para muitas famílias rondonienses, como o são para centenas de famílias país afora. Tanto o trânsito quanto os crimes violentos tiram tantas vidas que a contagem, em alguns momentos, supera os dois dígitos, apenas em poucos dias, de sexta a domingo. Neste último, por exemplo, num só acidente envolvendo vários carros, nada menos do que cinco pessoas morreram e uma criança ainda corre grande risco de morte. A múltipla colisão foi no distrito de Nova Colina, onde jamais se esperaria um acidente tão violento. Vários outros acidentes foram registrados, com mais mortes e muitos feridos. As tragédias também se multiplicaram, como no caso de Chupinguaia, onde um irmão matou o outro e depois se suicidou, numa bebedeira. Não se
compreende mais o que está acontecendo. Não é só a impunidade e a falta de segurança pública. São as pessoas que não estão valorizando suas vidas; gente dirigindo em alta velocidade e muitas vezes depois de beber; jovens criminosos se matando por pontos de droga; gente aparentemente pacífica, envolvida com bebida e drogas, matando e se matando, inclusive queimando criancinhas numa creche. A doença social que nos assola parece não ter cura. Lamentável!
PERGUNTINHAS
O que deu errado? Em nove meses de mandato, 55 por cento dos paulistanos afirmam que não votariam no seu prefeito, o “não político” João Dória para Presidente da República. Por que será?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires - Porto Velho/RO.
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