Se você é idoso, criança menor de 8 anos ou estudante portador da carteirinha correspondente, e se for atravessar do Brasil para Bolívia, a partir do porto de Guajará-Mirim, nem perca tempo em procurar saber se terá dinheiro a pagar meia passagem.
No quadro do guichê está afixado que em dinheiro brasileiro é 8 reais, o que, como se costuma dizer, vale "dos 8 meses além dos 80 anos". A vendedora, apesar da insistência de muita gente, repete a mesma informação: "Aqui a Lei não vale. O preço é único".
E nem adianta continuar a conversa, porque será perda de tempo e a fila depois de você não para de crescer. Para ela não adianta reclamar. Afinal de contas é só uma vendedora de bilhete de viagem.
Você tem duas opções, a de pagar o que é cobrado, ainda que resista em reclamar que há uma lei ou, então, desistir de atravessar para La Banda.
Mas os problemas, por pura falta de fiscalização de quem deve atentar para isso, continuam: a embarcação que faz o transporte fica distante do acesso - muitas vezes é preciso saltar mais de um metro entre o barco e o pranchão, o barco não é amarrado a nada e fica ao sabor das ondas do Rio Mamoré, o que aumenta muito o risco constante, especialmente de mulheres, crianças e idosos, em cair ou se machucar.
Isso exige do passageiro tanto na estrada no lado brasileiro, quanto na descida do porto boliviano - onde a situação é muito pior tanto na chegada quanto na partida, uma atenção e um esforço maior.Pior: não há quem reclamar e, pelo visto, nem o fato do Brasil ter um imenso consulado "do lado de lá", a representação do Itamaraty não se preocupa com isso, e cada um que se vire.
O único órgão boliviano na saída para a Bolívia é a Receita Federal, onde funcionários tratam bem os passageiros, mas a questão da Lei que manda pagar passagem diferenciada não é assunto da Receita, que já tem suas atribuições específicas.
Do lado boliviano, ao contrário do brasileiro, policiais e marinheiros estão presentes, mas sua função deve ser bem outra e aí se o rio estiver jogando muito é problema seu, viajante.
"Higienização dos coletes salva-vidas é coisa inexistente, o que mostra a desatenção das autoridades"
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