A deputada federal Christiane Yared (PR-PR) apresentou proposta que torna inafiançável homicídio causado por condutor de veículo que esteja sob efeito de álcool. O Projeto de Lei de número 7950/17 altera os artigos 323 e 325 do Código de Processo Penal para, além de impedir fiança de soltura do responsável, reajustar consideravelmente os valores da fiança para lesão corporal causada pelas mesmas circunstâncias. “A sociedade brasileira não aguenta mais tanto sangue derramado por bêbados armados com seus veículos, é preciso dar um basta nessa situação e transmitir às vítimas que não ficarão desamparadas e a todos que se submetem a essa situação de crime, que haverá punição”, justificou Yared.
Christiane Yared viveu na pele essa dor. Na madrugada do dia 07 de maio de 2009, Gilmar Rafael Yared, 26, e Carlos Murilo de Almeida, 20, voltavam de um shopping e seguiam em um Honda Fit branco. No outro veiculo, Fernando Ribas Carli Filho, 26, na época deputado estadual, havia saído de um restaurante e estava alcoolizado. Carli Filho estava no Passat SW preto e dirigia com a carteira de habilitação suspensa. Com 24 multas por excesso de velocidade, cinco delas na rua do crime que tem velocidade máxima permitida de 60 km por hora.
O Honda Fit branco freou e entrou devagar na rua quando o Passat preto do deputado que, devido à velocidade e o desnível da rua, decolou. Voando, colidiu com o primeiro carro e veio a capotar. Ao passar sobre o carro branco, decapitou Carlos e Gilmar. Até hoje o caso ainda não foi julgado.
Em 2014, depois de transformar a perda do filho em causa, Christiane foi eleita deputada federal, sendo a candidata mais votada no Paraná. Na política ela tenta transformar a dor em uma luta constante contra a impunidade. “Meu filho não precisa de Justiça, ele descansa. A minha luta é pela vida dos filhos dos outros, para que outras famílias não tenham que passar por tudo o que passamos”, afirma a parlamentar.
Segundo Yared, hoje as leis ainda garantem inúmeras brechas para os acidentes de trânsito, inclusive os de caráter doloso – quando o condutor assume o risco de matar, e é isso que precisa mudar.
“Os crimes de trânsito, ocorridos principalmente sob a influencia de álcool, desestruturam completamente os lares das vítimas, e os criminosos continuam com suas vidas, voltam para suas famílias, como se nada tivesse acontecido e para as vítimas sobram dor, angústia, sofrimento e lágrimas que não acabam mais”, finaliza.
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