JIPA
Não causou nenhuma surpresa à coluna a nova operação da Polícia Federal no município de Ji-Paraná que apura supostos desvios de conduta do prefeito Isaú Fonseca, vereadores, inclusive seu filho, entre outros agentes públicos e privados.
AVISO
Quem acompanha a coluna lembra que mês passado este cabeça chata avisou que março seria um mês de barulho político e policial. Apontamos os municípios de Ji e Guajará como possíveis alvos, uma vez que acompanhamos nos bastidores os pedidos formulados pelos órgãos de controle relativos a inquéritos e dilação de prazos investigatórios. Em ambos ocorreram tais pedidos, o que nos levaram a deduzir que eventuais malfeitos estavam sendo esquadrinhados. A experiência no jornalismo investigativo nos permite interpretar a extensão das investigações quando não são arquivadas. E diz o adágio: onde tem fumaça, siga os sinais, que tem fogo.
AFASTAMENTO
É a segunda vez que o prefeito de Jipa é afastado. Na primeira, ficou mais de ano fora e retornou recentemente por força de questões meramente processuais. Desta vez, ano eleitoral, o afastamento tem condão de provocar danos eleitorais que no momento são difíceis de mensurar, embora haja. Segundo relatos em off, a coluna apurou que a extensão das investigações vai muito além do que veio à tona nessa fase e que, provavelmente, os desdobramentos podem exigir novas incursões policiais a alvos ainda não identificados.
IMBATÍVEL
Pesquisas de origem duvidosas colocam o Isaú Fonseca com um certo favoritismo para um segundo mandato. Ao retornar do primeiro afastamento, o prefeito exonerou em ato administrativo único todos os auxiliares do primeiro escalão nomeados pelo vice-prefeito. E o fez de forma brusca e forte para demonstrar força. Sequer aguardou um dia para requerer relatórios das ações em andamento para que não tivessem descontinuidade. Isso, num estado com características históricas de autoritarismo, fez com que o prefeito novamente afastado se apresentasse ao eleitor médio como uma espécie de injustiçado que é capaz de renascer das cinzas mesmo que este borralho seja o resto do que é possível abominar na vida pública. Ademais, pesquisas captam apenas o momento em que é feita e, o atual momento, não é bom para Isaú Fonseca.
ASSEPSIA
Que os problemas judiciais enfrentados pela administração municipal de Ji-Paraná sirvam de exemplo para o município de Guajará-Mirim, visto que a prefeita Raíssa Bento, também afastada, tenta retornar ao cargo com um legislativo altamente contaminado com a beligerância do manda-chuva político do município e esposo da prefeita, Antônio Bento. É público para todos que era uma administração exercida por uma preposta a serviço político do marido. Tanto em Guajará, quanto em Jipa, as relações familiares se chocam com os interesses públicos. É hora de os municípios deixarem as páginas policiais, cabendo ao eleitor fazer a sua parte nesta assepsia.
IMBATÍVEL
Relatos feitos por dirigentes estaduais de partidos dão conta de que Isaú Fonseca seria imbatível para o segundo mandato. Mesmo diante dos problemas policiais que levaram ao afastamento do cargo no executivo municipal. Este cabeça chata não avalia da forma como analisam os burocratas partidários, uma vez que na política e na natureza água mole em pedra dura tanto bate até furar. E o furo sempre é em larga escala.
COMITIVA
Quem testemunhou o encontro da comitiva do PL rondoniense formada pelo Senador Jaime Bagatolli, Marcos Rogério e Fernando Máximo a Rio Branco (AC), durante a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro, viu que foram infrutíferas as tratativas da comitiva em convencer o ex-presidente a apoiar a candidatura a prefeito de Porto Velho de Fernando Máximo pelo PL. A coluna apurou que Bolsonaro avisou ao grupo que sobre o assunto quem trata é seu filho, senador Flávio Bolsonaro. O mesmo que andou várias vezes por aqui numa agenda particular com a família da pré-candidata Mariana Carvalho. A comitiva retornou a Rondônia sem a aprovação de Bolsonaro para o ingresso de Fernando Máximo ao PL.
BARRADO
Isto significa dizer que Máximo, candidato pelo PL, é uma possibilidade ainda distante. A filiação ao PL tende a ser barrada porque Flávio Bolsonaro prefere como candidata a prefeita da capital rondoniense, a filha de Aparício Carvalho. O resto é especulação sem nexo real.
ABUSO
Como Mariana Carvalho é uma pré-candidata da capital a prefeita, publicamente assumida, não pegou bem para a Câmara Vereadores convidá-la para compor a mesa numa sessão ordinária. Abuso em pré-candidaturas também são puníveis na forma da legislação eleitoral. Aliás, o senador Sérgio Moro está correndo o risco de perder o mandato senatorial no dia 1º abril (coincidentemente Dia da Mentira) exatamente por abuso na pré-campanha.
EDILIDADE
Falando em Câmara Municipal, parte desta edilidade de Porto Velho está se notabilizando mais por dar trabalho na vida pessoal do que pelos trabalhos no mandato. Uma limpa naquela casa não seria nada ruim para a municipalidade. Seja nas urnas, seja pela lei. A ver!
ARMAS
É um mistério para a própria polícia estadual o desaparecimento de um arsenal de armas do prédio da Polícia Civil em Ariquemes. É preciso transparência nas investigações porque as armas podem estar por aí nas mãos de quadrilhas organizadas. Fuzil modelo T4, calibre 5.56, revólveres Tauros, Raging Bull, calibre 44, Espingardas 28, 12, 20, 16, 32, entre outras, simplesmente desapareceram do paiol de quem deveria cuidar com mais cautela do seu arsenal. Rondônia não pode tratar esta questão de forma simplória como um furto qualquer para não sofrer num futuro próximo com os problemas na Segurança Pública enfrentados atualmente pelo Rio de Janeiro.
FALÊNCIA
As informações oriundas das investigações sobre o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco significam a falência total daquelas instituições de estado que estão carcomidas pelo crime organizado. O que está sendo exposto pela Polícia Federal pode ser apenas um fio condutor de um novelo de crimes enraizados nas estruturas do estado com a cumplicidade de autoridades. Como diria minha avó, é o fim do mundo.
HEURO
Há dois anos esta coluna alertou que as obras do Hospital Heuro, anunciadas com pompas no período pré-eleitoral, não passava de um engodo. Antecipamos os problemas da empresa em outros empreendimentos, mas nada adiantou e o processo de contratação seguiu em frente sem que as autoridades responsáveis adotassem as cautelas para que a obra não se tornasse mais um conto do vigário. Depois de desprezar os alertas, agora o Governo de Rondônia quer se esquivar das responsabilidades e culpar apenas a empresa pelas irresponsabilidades em todo processo. Sequer exigiram a documentação do terrenos na licitação da obra. O Euro é uma miragem arquitetônica, conforme informou esta coluna dois anos atrás. Todos os cronogramas da obra prometidos pelo governador foram descumpridos. Não adianta agora desculpas esfarrapadas, a população quer o Heuro.
Fonte: Jornalista Robson Oliveira / Porto Velho-RO.
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