Influenciadores digitais não são amigos íntimos de seu público, mas profissionais bem pagos para anunciar e promover produtos e serviços
A popularização das redes sociais provocou mudanças significativas no modo de vida das pessoas, especialmente em relação às formas de trabalho, relacionamentos e consumo. O markenting de influências se tornou uma importante estratégia de comunicação das empresas e ocupou grande parte do espaço antes dominado pelo marketing tradicional.
O surgimento dos blogs e vlogs possibilitou a publicação de textos e vídeos por qualquer pessoa. Assim, nascia o influenciador digital, influencer ou creator - pessoas comuns que produziam e publicavam conteúdos e, a partir do grande engamento do público, transformaram sua presença nas redes sociais em profissão, com fama e remuneração muito atraentes. Diferente das celebridades tradicionais, do cinema ou TV, distantes do público, os novos atores do Facebook, Twitter, Instagram, Tik e Tok, etc; agora falam em tempo real, em primeira pessoa, diretamente com seus seguidores.
A sensação de proximidade e conexãocom figuras públicas consolidou o atual modelo de markentig e o mercado de serviços e ferramentas. As recomendações dos influenciadores levam seus seguidores a acreditarem nos benefícios e na eficácia dos produtos e serviços recomendados. As empresas se valem da confiança de boa-fé desses consumidores para firmar parcerias ou contratar os criados de conteúdos.
No entanto, existem aspectos positivos e negaticos a serem considerados quando se trata da confiança em influenciadores. Algunbs são profissionais, detentores de conhecimento especializado em suas áreas; fornecem informações úteis e dicas valiosas; conquistam seus seguidores por serem autênticos e compartilharem experiências e opiniões genuínas. Outros, atuam apenas por interesses comerciais ou ideológicos, criam iluões de serem especialistas no assunto; promovem produtos, serviços ou crenças, capazes de afetar negativa e gravemente a saúde física e psíquica de alguns de seus seguidores.
A exposição e os ganhos excessivos poderm gerar problemas para o público, para os influenciadores e para as empresas, com especial risco nas indicações de produtos de saúde e falta de alinhamento da personalidade do influencer e com a marca que anunciam.
Muitos influeciadores vendem um estilo de vida saúdável com dietas e exercícios físicos, porem, semantemmagros abusando de drogas farmacológica ou ilícitas. Muitos consumidores não conseguem perceber a ardilosidade envolvida na exposição pública de vida veliz e interesses comerciais. Eles acreditam em relações perfeitss, felicidade eterna e receita mágicas para tudo.
Cerca de um terço da geração Z consulta vídeos de influenciadores para se autodiagnisticarem. A justificativa se deve ao custo e disponibilidade de atendimento. Muitos influenciadores não possuem qualquer formação nas áreas que promovem e se utilizam de atributos externos como beleza, prestígio e fama para ganhar a confiança do público e conseguir vender determinados produtos.
Influenciadores digitais não são amigos íntimosde seu público, mas profissionais bem pagos para anunciar e promover produtos e serviços. Esses indíviduos têm grande responsabilidade no que fazem e devem se pautar nos meios honestos, científicos e não apenas maecadológicos, para evitar prejuízo às pessoas e, consequentemente, a responsabilização civil, judicial, perdas de credidibilidade e financeiras.
Por fim, vale se atentar à advertência de Umberto Eco: "As mídias sociais deram o direito à falta a legiões de imbecis que, anteriormente, falavam só no bar, depois de uma taça de vinho, sem causar dano à coletividade".
Fonte: Maria Lúcia Madureira - Psicóloga Cognitivo-comportamental em Rio Prerto / Jornal Diário da Região.
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