sábado, 9 de março de 2024

Mulheres têm mais problemas para dormir do que homens



Alterações hormonais, como as do ciclo menstrual ou da menopausa, podem ser responsáveis, dizem especialistas

Dificuldades para adormecer ou manter o sono são comuns, especialmente com a idade. E pesquisas sugerem que para as mulheres os problemas poder ser maiores.

De acordo com uma pesquisa recente da Fundação Nacional do Sono dos Estados Unidos, as mulheres são significativamente mais propensas do que os homens a relatar dificuldades para adormecer e continuar dormindo.

Tais problemas podem surgir durante a puberdade e continuar na idade adulta, diz Fiona Baker, diretora do Programa de Pesquisa do Sono Humano no SRI International, um instituto depesquisa sem fins lucrativos localizado em Menlo Park, na Califórnia. 

E podem ser causados por uma série de fatores, incluindo biológicos, psicológicos e sociais, dizem os especialistas.

Ao longo dos anos reprodutivos, diz Baker, as alterações hormonais durante o ciclo menstrual podem causar mudanças de humor (como ansiedade e depressão)  e sintomas físicos (cólicas, inchaço e seios sensíveis, por exemplo) que podem interromper o sono.

Sintomas durante a gravidez - como náusea, vontade frequente de urinar, ansiedade e desconfoto geral, dependendo do trimestre - também podem desencadear distúrbios do sono, indica Shelby Harris, professora clínica associada de neurologia e pisicologia na Faculdade de Medicina Albert Einstein, no Bronx (Nova York).

Depois, é claro, há a interrução do sono quando a mãe cuida do recém-nascido, lembra Harris - que pode continuar muito depois de o bebê dormir a noite toda.

Às vezes, os "cérebros das mulheres são quase treinados para escutar o bebê", afirma, o que pode levar  a um padrão de  hipervigilância e prontidão que pode prejudicar o sono.

Os hormônios ocupam o papel principal nos anos dque antecedem a menopausa e depois dela. Até 80% das mulheres começam a sentir ondas de calor na perimenopausa (os quatro anos ou mais que antecedem a menopausa) e podem contiuar a tê-las por até sete anos depois, diz Baker. Para cerca de 20% das mulheres, porém, essas ondas de calor são frequenbtes e intensas o suficiente para interromper o sono, pontua ela.

As mulheres na pós-menopausa também têm maior risco de desenvolver apneia obstrutiva do sono, quando os músculos das vias áreas relaxam e impendem temporariamente a respiração, o que pode causar despertares noturnos. "São os hormônios novamente", afirma Baker.

As mulheres também apresentam maior risco de certas condições de saúde mental, como ansiedade, que podem agravar os problemas de sono. O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA diz que as mulheres têm duas vezes mais probabilidade que os homens de serem diagnosticadas com transtornos de ansiedade durante suas vidas.

Felizmente, soluções eficazes estão disponíveis, diz Harris. A terapia cognitivo-comportamental para insônia é amplamente reconhecida como o melhor tratamento de primeira flinha afirma ela.

Foi demonstrado que melhora o sono e reduz os sintomas depressivos usar diversas técnicas cognitivas e comportamentais, como identificar e reformular padrões de pensamento negativo, praticar a atenção plena, rastrear o sono e mudar a hora de dormir.

A terapia de reposição hormonal, que envolve a suplementação de hormônios perdidos durante a transição da menoupausa, é considerada a forma mais eficaz de tratar as ondas de calor, diz a médica.

Finalmente, é importante reconhecer que é normal ter variações do sono denoite para a noite ou de pessoa para pessoa, diz Harris.

Fonte: Lisa L. Lewis / The New York Times / Tradução - Luiz Roberto M. Gonçalves / Jornal F. de S.Paulo.


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