sábado, 11 de junho de 2022

COMPARATIVO: HONDA CG 160 TITAN X YAMAHA FAZER 150 UBS

 

Você está na dúvida entre esses dois modelos? Nós detalhamos TODAS as diferenças entre a Honda CG 160 Titan e a Yamaha Fazer 150 UBS para ajudar nessa difícil tomada de decisão.



A Honda CG 160 nasceu em 1976, à época com motor de 125 cc e carburada. Hoje, repleta de tecnologia e motor de 162,7 cc, carrega a fama de robustez, confiabilidade e história de sucesso, que se mistura com a própria história da motocicleta no Brasil. A Yamaha Fazer 150 chegou em 2013, repleta de acessórios, motor flex e injeção eletrônica. A diferença de idade entre os modelos é de 37 anos. Mesmo assim, disputam o coração (e a mente) de milhares de motociclistas brasileiros que buscam uma moto como meio de locomoção ou ferramenta de trabalho.  Por isso, foram escolhidas para o nosso comparativo, feito com as versões top de linha de cada fabricante na categoria.


Diferenças

Antes de rodar, uma análise da ficha técnica e Manual do Proprietário de cada moto, revela muitas diferenças. E elas podem fazer a balança pender para um lado ou para o outro na hora da compra. Veja só, na hora de abastecer, por exemplo, quem está com a CG desfrutará de um prático bocal estilo aeronáutico e terá tanque com capacidade de 16,1 litros  contra 15,2 litros da Fazer 150. Além de menor capacidade, o modelo Yamaha usa tampa convencional, menos prática no abastecimento. 

Por outro lado, o modelo Yamaha, oferece cavalete central. O equipamento é uma “mão na roda” na hora de completar o tanque, fazer a manutenção (como consertar o pneu, lubrificar a corrente ou lavar a moto, por exemplo). Na moto da Honda, o equipamento não vem de série, mas é vendido como acessório na rede autorizada e lojas de moto peças.


A lista

Continuando a lista de diferenças importantes para o consumidor, chegamos ao pós-venda, mais especificamente falando de garantia e revisões. No caso da Honda, a primeira revisão é feita aos 1.000 km – mesma recomendação da Yamaha, porém as revisões programadas acontecem a cada 6.000 km na CG e a cada 5.000 km na Yamaha. Parece uma pequena diferença, mas precisamos levar em conta que, para ter direito a garantia de 3 anos (mesmo período para os dois modelos), a revisão é obrigatória. De forma prática, aos 10.000 km o dono da Yamaha irá à concessionária três vezes, enquanto o dono da Honda irá apenas duas vezes. A Yamaha oferece o preço de revisão fechado, enquanto a Honda oferece troca de óleo grátis – atendendo as exigências dos fabricantes (leia box).

A eletrônica está presente nos dois modelos. O painel da CG, por exemplo, é totalmente digital enquanto a Yamaha oferece painel digital e analógico. Porém, na Fazer existe a informação de marcha engatada e aviso de pilotagem econômica. 
Os sistemas de freios têm nomes diferentes. Na Honda chamado CBS (Combined Brake System) a distribuição da força de frenagem é feita por meio de dutos hidráulicos, enquanto na Yamaha, que chama de UBS, a divisão é mecânica. Na prática, o piloto da Yamaha sentirá um leve movimento no manete do freio dianteiro ao pisar no freio traseiro. Fora isso, os sistemas são idênticos! Com o disco dianteiro da CG com um diâmetro pouca coisa menor (240 mm, contra os 245 mm da Fazer). Na traseira, os fabricantes optaram pelo sistema tambor (usando sapatas de expansão). Em nossa avaliação, os sistemas funcionaram bem e são adequados para o desempenho dos modelos.

Desempenho

Por falar em desempenho, a vantagem é da CG, que usa motor flex de 162,7 cc. Assim como o da Yamaha, pode ser abastecido com gasolina, etanol ou mistura de ambos. Usando gasolina, a potência da CG é de 14,9 cv a 8.000 rpm e o torque máximo de 1,40 kgf.m chega nos 7.000 rpm. Na Yamaha, a potência máxima de 12,2 cv está nos 7.500 giros e o torque (1,3 kgf.m) fica nos 5.500 giros. É um motor mais dócil, principalmente no uso urbano. Na prática, as motos tiveram comportamentos bem parecidos. Na estrada, a CG leva vantagem. Nas viagens, a Honda CG mostrou mais ânimo nas retomadas de velocidade e também nas subidas. Em termos de velocidade máxima, as duas se equivalem. Por falar nisso, prefiro não cravar a velocidade máxima dos modelos, pois ela depende de uma série de fatores que influenciam no desempenho. Rodamos em estradas com velocidade máxima de 120 km/h e as motos conseguiram acompanhar o fluxo, porém forçando os motores.

Por falar em forçar, quem tem moto de baixa cilindrada deve escolher entre tranquilidade e economia ou pressa e estresse. Explico: ao usar uma moto pequena e precisar correr, as ultrapassagens são mais complicadas e, em muitos casos, durante a manobra, já tem um motorista apressadinho dando farol, colado na sua traseira, pedindo passagem... Puro estresse. O estresse também chega na hora de abastecer. Rodando em velocidades mais altas, abastecido com gasolina, o consumo na estrada será pouco coisa acima dos 25 km/litro. Consumo que não condiz com esse tipo de moto, feita para quem busca economia. Por outro lado, se rodar tranquilo, na faixa dos 90/100 km/h, não será difícil conseguir marcas próximas dos 35 km/litro.

Ainda falando do capítulo consumo, dentro da cidade é possível obter marcas de até 45 km/litro – rodando dentro dos limites das vias, usando o acelerador de forma racional, sem forçar nas saídas e usando o torque dos motores. Na hora de abastecer é só alegria!! A autonomia dos modelos pode chegar a fantásticos 700 km na CG e 650 km na Yamaha. São números interessantes para quem não gosta de parar para abastecer, mas dependem de uma série de fatores, principalmente da forma de pilotagem, cuidados na manutenção e qualidade do combustível. Ah, por falar em qualidade do combustível, você sabia que pode perder a garantia da sua moto por usar gasolina adulterada? Leia atentamente o Manual do Proprietário que alerta sobre isso.

Equipadas com pneus sem câmara, calçados em rodas de liga de leve, as duas usam o mesmo tamanho na traseira: 100/80 – 18. Na dianteira, a CG usa 80/100 -18, enquanto a Yamaha vem com pneu 2,75 -18. Completando a ciclística, no sistema de suspensão, dianteira com garfo telescópico e, na traseira, dois amortecedores – com regulagens nos dois modelos. Na Yamaha, o curso de suspensão dianteira é de 120 mm e traseira 112 mm. Nesse quesito, a Honda leva vantagem com 135 mm na dianteira e 106 mm na traseira. 


Cotidiano

No uso diário e também na estrada, o banco pode ser um fator de amor ou ódio com a moto escolhida. O banco da CG é mais alto (790 mm), tem camada de espuma mais espessa e oferece maior conforto. Já o banco da Yamaha é mais ergonômico, camada de espuma de menor espessura. Mais baixo e estreito (785 mm), facilita a vida dos pilotos iniciantes. 
Para transporte de bagagem, o modelo da Honda oferece práticos ganchos junto ao amortecedor, enquanto a Yamaha optou por um gancho junto à pedaleira do garupa. Na hora de prender objetos, a CG se mostrou mais prática. 
Com preços semelhantes, R$ 14.620 para a CG e R$ 14.590 (preços sugeridos, base Brasília/DF) é importante que o consumidor avalie todos os quesitos de cada modelo, faça um test-drive, conheça a rede de concessionários disponível em sua cidade e as opções de consórcio (veja box). Mas é claro que o gosto pessoal pesará muito na decisão. Por isso, os fabricantes investem tanto em design e grafismos para mexer com a emoção do consumidor. Afinal, ter uma moto é uma atitude racional que mexe com nossa alma e coração. Boa escolha! 

Fonte: Revista Duas Rodas.
(SJRP)


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