terça-feira, 11 de maio de 2021

ROBSON OLIVEIRA - Resenha Política

PONTE 

Li e ouvi os mais variados comentários da aglomeração formada sobre a ponte de Abunã durante o evento de inauguração organizado para receber o senhor presidente da república Jair Bolsonaro. A maioria criticando a aglomeração e a falta do uso de máscaras. Nada do que ocorreu sobre aquela estrutura de concreto que liga o município e o distrito de Abunã aos distritos de Vista Alegre, Nova Califórnia e Extrema foi surpresa. O desrespeito às regras sanitárias num espaço majoritariamente “bolsonarista” não surpreendeu. Novidade seria o contrário. 

 

FORA DA LEI 

O que chamou muito a atenção foi o passeio de Bolsonaro na ponte sobre uma motocicleta de alta cilindrada sem capacete e escoltado por quem deveria exigir que a lei que obriga a todos o uso do equipamento fosse cumprida. A obrigatoriedade do capacete não tem excludente eximindo autoridade a cometer delito de trânsito.  

 

PAPAGAIO 

Embora o veio da Havan estivesse presente na inauguração da ponte fantasiado de psitacídeas, havia outras personalidades com pose de papagaio de pirata disputando os holofotes ao lado de Bolsonaro. Marcos Rocha, Marcos Rogério e Ivo Cassol disputaram a cotoveladas a melhor posição de foto ao lado do presidente, pois sabem que em Rondônia o presidente Jair Bolsonaro ainda é o maior cabo eleitoral que empoderou no governo rondoniense um coronel sem a verve de estadista nem os rompantes dos populistas.  

 

VAIAS 

Naquela multidão de curiosos autodenominados extremistas de direita, com a presença de autoridades que professam as mesmas ideologias não faltaram para alguns deles as vaias. Exceto o presidente que foi recebido com ovação, o governador de Rondônia, prefeitos e deputados quando anunciados eram rechaçados. A pouco mais de seis meses do ano eleitoral, vaias num ambiente entre iguais revelam preocupação a quem necessita convencer os demais segmentos políticos do eleitorado para vencer o pleito estadual. Pior ainda para quem terá que defender o atual legado numa eventual reeleição.  


MARCA 

Sem uma obra indelével para apresentar como marca da administração estadual e que seja capaz de convencer o eleitor a lhe conceder mais quatro anos de mandato, a eventual candidatura de reeleição do governador Marcos Rocha vai ser espinhosa. Nesta próxima eleição não adiantará repetir o mesmo mantra de amigo do Bolsonaro que ajudou a sair vitorioso em 2018, visto que a relação tão propalada não serviu para que Rondônia fosse melhor aquinhoado com recursos federais. Sequer as dívidas líquidas do estado foram saldadas em razão do relacionamento de farda que tanto o coronel repetia e que ajudaria com o apoio do capitão a governar nosso estado. Tudo lorota! 

 

ESCUDEIRO 

Percebendo o enfraquecimento do coronel junto ao eleitorado rondoniense bolsonarista, o senador Marcos Rogério (DEM), provável candidato a candidato a governador, tem se notabilizado como membro da CPI da Covid como o fiel escudeiro dos interesses do Palácio do Planalto. Não há uma intervenção do parlamentar na comissão que não seja para evitar que a investigação alcance o governo e o presidente Jair Bolsonaro. Do ponto de vista da lealdade, Marcos é hoje para Bolsonaro o que Queiroz tem sido para a família - guardadas as devidas diferenças.  

 

SIAMESES 

O encontro entre Cassol e Bolsonaro sobre a ponte foi amistoso e com trocas de amenidades. Cassol, astuto e oportunista que é, tascou logo um “tamo junto” ao abraçar o presidente sob os olhares arregalados do governador Marcos Rocha. Naquele afago fraternal foi possível observar o quanto um e o outro têm mais semelhanças do que aqueles que almejam a unção presidencial. Cassol evitou falar de tratamento precoce contra a Covid o que livrou o bucho saliente de Bolsonaro de sair de Rondônia com alguma queimadura. Nem Bolsonaro deu um envelope de hidroxicloroquina ao ex-governador. Os concorrentes ao governo é que não gostaram de tanta efusividade nesse encontro.  

 

BOBAGEM 

Os petistas tomaram as redes sociais para protestar inutilmente que a obra da ponte teria sido iniciada no governo de Dilma Rousseff sem que nenhuma referência fosse feita. Um protesto solitário e sem repercussão prática porque a foto que registra a inauguração de qualquer obra, seja aqui, seja alhures, é a que vale para história e quem está na foto é Jair Bolsonaro. Apesar de iniciada no governo petista.  

 

EMENDAS 

Também houve a lembrança petista de que parte dos recursos destinados à obra teria sido da lavra da ex-senadora Fátima Cleide. Alguns, mais afoitos, chegaram a escrever que era desonestidade intelectual (pasmem) a não menção ao nome da ex-senadora. É verdade que a senadora deu uma grande contribuição para que as obras saíssem do papel, assim como todos os demais senadores da sua época colaboraram a exemplo de Valdir Raupp e Ivo Cassol. Várias emendas foram destinadas à obra, inclusive dos deputados federais da bancada anterior. Faço o registro a bem da verdade, mas quem levou os louros foi Jair Bolsonaro. O que é absolutamente normal já que na placa consta o nome de quem inaugurou, para irritação dos petistas mais assanhados.   

 

DIPLOMA

Há uma pressão forte sobre o governador para que sancione uma lei estadual autorizando portadores de diplomas de medicina a atuarem nas unidades de saúde de Rondônia sem que sejam obrigados a fazer o Revalida. Uma lei que, sancionada, será derrubada nas cortes superiores já que a profissão é regulamentada por lei e que exige o registro no órgão do conselho para que o médico seja fiscalizado no exercício profissional. E não pode ser diferente. Uma lei estadual não revoga uma federal. Pode-se até achar que a lei é injusta e serve apenas a reserva de mercado, mas é a lei. Cumpra-se. O resto é demagogia visando as eleições 2022. 



Fonte: Jornalista Robson Oliveira / Porto Velho - RO.







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