Tenha paciência com todas as coisas, mas principalmente tenha paciência consigo mesmo...
A cada dia que se inicia, comece a tarefa de novo.
SÃO RANCISCO DE SALES
Uma vez li uma citação que dizia: "Um homem paciente é aquele que consegue se suportar". Com o passar do tempo compreendi melhor a sabedoria daquelas palavras e as citações de São Francisco. Ao cultivar a paciência, nos tornamos mais capazes de nos amar com toda a nossa imperfeição e beleza, com nossos fracassos e sucessos.
Quando mais reflito sobre a paciência, mais consigo ver que a impaciência é, na verdade, um sintoma de perfeccionismo. Se esperarmos que nós e os outros sejamos perfeitos, que o metrô, os elevadores e os sistemas de mensagens eletrônicas sempre funcionem bem, perderemos a paciência todas as vezes que alguma imperfeição surgir: a bagagem extraviada, um esquema de horários arruinados, garçons mal-educados, familiares intrometidos, crianças malcriadas. Por outro lado, quando mais admitirmos que a vida é desorganizada e imprevisível, e que as pessoas se viram da melhor maneira possível, mais paciência teremos em relação às circunstâncias e às pessoas que nos cercam.
No entanto, só poderemos fazer isso se formos tolerantes e pacientes com nossas atitudes, se sentirmos compaixão por nós, por nossas fraquezas e imperfeições. Quando exigimos de nós perfeição, somos severos, inflexíveis e críticos. Qualquer erro é inaceitável, e por isso o escondemos e fingimos que ele nunca aconteceu. Não aprendemos com nossos erros e, assim condenados a repeti-los. Se, em vez disso, nos tratarmos com carinho e delicadeza, como uma mãe trata o seu recém-nascido, poderemos reconhecer nossos erros e fazer escolhas mais sábias no futuro.
Eu adoro a palavra "compaixão", porque significa entrar em sintonia com a dor dos outros e compreendê-los. Quando nos tratarmos com compaixão, entramos em sintonia com nossa fragilidade - nossa aflição, nossa irritação e nossa raiva. Ao aceitá-las como características inevitáveis dos seres humanos, nós nos amamos assim mesmo, exatamente como somos. E, quanto mais amor e compaixão temos por nós, mais paciência teremos para conceder ao resto das pessoas imperfeitas que povoam este mundo tão longe da perfeição.
O amor e a paciência são dois fios que se entrelaçam. Com o amor, podemos ser pacientes com nós mesmos, com os outros e com a própria vida. Com a paciência, podemos nos amar, amar outras pessoas e amar a misteriosa e assustadora jornada da vida. Cada fio inspira e apoia o outro.
Um dos mais inspirados escritores do século XIX era um homem chamado Henry Drummond, que escreveu um livro de muito sucesso cujo título era O dom supremo. Nele, o autor diz: "O mundo não é um playground, ele é uma sala de aula. A vida não é um feriado, ela é um aprendizado. E a pergunta que sempre devemos nos fazer é: 'Como podemos amar melhor?'''
Possa a sua paciência dar-lhe a capacidade de enfrentar esse grande desafio e possa o seu amor - por você e pelos outros - ser um instrumento eficaz para desenvolver a sua paciência, fazendo com que ela brilhe no mundo e o transforme num lugar melhor para todos os seres vivos.
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