sexta-feira, 26 de julho de 2019

DEUS NOS FALA

Evangelho de Lucas 10,1-12. 17-20

O evangelista Lucas nos apresenta o envio dos 72 discípulos por parte de Jesus. Antes, o Mestre tinha enviado os doze apóstolos. Caracteriza-se, assim, que a missão é envio. Inclusive a missão não é exclusividade de uns, mas de todos que participam da vida do Divino Mestre. Missão, também, como responsabilidade. Além do mais, essa missão se reveste dos seguintes pontos: 1) quem manda na missão é quem envia. Portanto, o missionário não é o dono da missão, mas o servo fiel de Jesus que o envia; 2) O missionário não vai sozinho. De fato, Jesus os envia de dois a dois: a corresponsabilidade da missão; 3) O missionário é destinado para todos os lugares, e assim não existem lugares privilegiados para ele; 4) O missionário vai ao encontro das pessoas e não espera que os outros venham ao seu encontro. O missionário não pode ficar parado, em nenhum sentido. É dinâmico; 5) O missionário sabe que a única força que tem é a confiança em Jesus. No entanto, deve se deparar com situações nada fáceis e até ameaçadoras. Não deve se deixar atrair pela força da materialidade e do poder, porque não garantem o sucesso da missão; 6) O missionário é sempre portador de paz, porém, não a paz dos ‘homens’, mas de Deus; 7) O missionário tem direito ao seu salário para se sustentar; 8) O missionário prega a esperança e perspectiva de vida que contrariam a da sociedade. Além do mais, anunciar o Reino de Deus é levar as pessoas a conduzir uma vida nova, uma maneira de pensar e agir fundamentada na Boa Nova de Jesus que é: Deus é pai e mãe, e assim nós somos irmãos e irmãs entre nós.

Dito isto, quero salientar que o enviado de Jesus sente a urgência e a responsabilidade de levar o quanto antes a grande mensagem de Jesus ao mundo. O missionário, consciente e fiel da missão que recebeu, discerne a ‘sede ardente’ do povo em acolher as palavras de vida. Agora, como compreender as seguintes palavras tão duras de Jesus “Até a poeira dessa cidade, que se grudou em nossos pés, nós sacudimos contra vocês?” Jesus quis dizer que quer reconstruir a comunidade, refazer a mesma vida para que Deus seja sempre a boa nova para o ser humano. Portanto, precisamos ter a coragem de estarmos abertos e disponíveis em nos deixar questionar pela Palavra de Deus.

Enfim, o evangelista diz: “Os setenta e dois voltaram muito alegres, dizendo: “Senhor, até os demônios obedecem a nós por causa do teu nome.” A missão dá alegria aos discípulos, que contam para Jesus o resultado extraordinário da missão. E Jesus acrescenta ainda que a coisa mais importante em tudo isso é “porque os nomes de vocêsestão escritos no céu.” Esta perfeita comunhão dos discípulos com Jesus permite a comunhão com Deus, Senhor da vida. Isto significa que a comunidade deve sempre se reunir em nome de Jesus; é Ele que a plasma e a sustenta. Assim sendo, a comunidade se torna como o rosto de Deus anunciado para todas as pessoas.

Fonte: Claudio Pighin -  Sacerdote, doutor em teologia / Belém-PA.




Nenhum comentário:

Postar um comentário