Cantávamos alegremente “ tudo está no seu lugar, graças a Deus, graças a Deus...”, plagiando o Benito de Paula, quando acordamos na segunda década do Século 21. Olhamos para a tela mais próxima e não conseguimos entender mais nada. Notícias que não fazem sentido, pós verdade, entrevistas de blogueiros, influenciers, e nomes como Google, Twitter, Instagram, What´s app, Face Book, Wikipedia cada vez mais citados. Hackers e wikileaks. Mais confusão com o tal jornalismo viral, widgets virais, memes, games, sites de busca e muito, muito mais. Uma confusão nas redes sociais com noticia misturada com talk show e muita coisa publicada sem o mínimo de apuração. Ao contrário do que concluiu Einstein, a velocidade da notícia não tem limite, como a da luz, acelera sem parar.
Com a internet e seus gadgets os ditadores não conseguem mais censurar as notícias, com fotos e/ou vídeos tiradas de celulares que mostram acontecimentos e informações instantâneas. Políticos fazem lives e se comunicam diretamente com o povo sem a intermediação de jornalistas. Aperfeiçoaram uma prática que vem dos tenebrosos anos 30 do século passado. A grande mudança no jornalismo com a internet não foi, como parece, de tecnologia, mas de paradigma. O público opta por trocar as plataformas tradicionais, como as de papel e tinta, pelas telas onde pululam os bits e bytes e enlouquecem os departamentos comerciais das empresas de comunicação. Não há mais separação entre o produtor e o consumidor de notícias, como no passado. Não há mais exclusividade de produção de informações na internet. O consumidor ganhou as rédeas da comunicação e consome o que julga correto e tem o relacionamento que julga importante para a sua vida. A jornalismo na internet se transformou pela própria ação do público em uma mistura de rede de pessoas e marcas, onde todos buscam ao mesmo tempo fazer parte dessa gigantesca produção global de notícias.
Nesse admirável mundo novo do jornalismo sobrevivem os princípios da ética, isenção, busca do interesse público, pluralismo de versões e de visões. Está difícil identificar a fonte da informação, agravada pelo cultivo das fake News geradas ingênua ou maliciosamente. O público consumidor de notícias moldou a internet para atender aos seus interesses, busca da comunicação instantânea e as redes sociais. É ao mesmo tempo produtor e consumidor de informação e notícias, repetimos com ênfase. É neste universo sutil e digital que navegam todos. “Bem, meus caros, diz nossa alter ego ao longo do livro Jornalismo, publicado pela Alta Books, Dona Juventina, só me resta lembrar a vocês a frase da Esfinge : decifra-me ou devoro-te. Essa frase é do Sófocles e não do Fócrates, seus incultos.” Mais detalhes nesta modesta contribuição com a participação do jornalista Udo Simons. Contudo, seguimos firmes e fortes com o norte : “O bom jornalismo não desperta paixões, desperta reflexões.”
Fonte: Jornalista Heródoto Barbeiro / Porto Velho-RO.
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