Evangelho de João 21, 1-19
A extraordinária Ressurreição de Jesus continua presente na vida dos discípulos. Eram sete os discípulos, isto para mostrar a totalidade da comunidade dos escolhidos. Todos se encontram com Jesus ressurgido. É uma comunidade viva, porque compartilha a presença do Deus vivo. Porém, na medida em que eles querem agir como comunidade sozinha, sem a presença dele, o grupo se torna estéril e limitado.
Sem a presença de Deus, nossa vida anda na escuridão. No entanto, a vinda do Mestre vivo traz luz. Quem nos ajuda a enxergar na vida é Jesus vivo. De outro jeito, nos sentimos sós e perdidos na escuridão. O evangelista João nos mostra ainda como Jesus toma a iniciativa de se aproximar dos discípulos. É sempre Deus que toma primeiro a iniciativa de entrar na vida das pessoas, porque Ele é amor e, portanto, quer salvar. Sabe perfeitamente que os seres humanos não conseguem sozinhos a ‘salvação eterna’.
Nesse sentido, Ele os orienta a abrir os olhos e entenderem melhor a vida: “Joguem a rede do lado direito da barca e vocês acharão peixe”. Eles jogaram a rede e não conseguiam puxá-la, de tanto peixe que pegaram.” A obediência ao Mestre traz frutos e frutos em abundância. E continua João dizendo: “O discípulo que Jesus amava disse a Pedro: ‘É o Senhor’. Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu a roupa, pois estava nu, e pulou dentro d'água”. Quem ama tem capacidade de chegar primeiro para discernir a realidade e compreender os eventos da vida. Mas Jesus, coerente com a sua missão, se identifica servindo-os.
Essa imagem da eucaristia é alimento aos discípulos, pois comunica nova força e discernimento no seguimento do Mestre. É nesse contexto que Jesus pergunta insistentemente a Pedro: “Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros?” Nesse sentido, o Divino Mestre quis confirmar que o chefe dos apostólos deve saber amar mais que os outros, se doar sem restrições. É este amor, que não é uma simples amizade e compaixão, que dá o poder de cuidar do rebanho todo. Por isso Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. A tristeza de Pedro foi a lembrança do seu ato covarde. Também naquela ocasião, ele tinha prometido sua total fidelidade ao Mestre, mas não aconteceu. Agora, porém, consciente que Jesus o conhece, deixa-se amar e conduzir pelo Mestre.
“Quando você ficar mais velho, estenderá as suas mãos, e outro colocará o cinto em você e o levará para onde você não quer ir”. Jesus falouisso, aludindo ao tipo de morte com que Pedro iria glorificar a Deus. Entendeu Pedro que se doar não é uma derrota, mas a glorificação de Deus. Portanto, teve a capacidade de aceitar o chamado de Jesus: “Siga-me.” Concluindo, te pergunto: tens coragem de reconhecer que precisas da luz, que é Jesus? De revelar para Ele o teu coração, aquilo que esconde no profundo da tua vida?
Fonte: Claudio Pighin - Sacerdote, doutor em teologia - Belém-PA
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