Sistema de transmissão final por eixo-cardã é robusto e pede menos manutenção, mas cuidados preventivos e pilotagem racional são indispensáveis
A potência e o torque gerados pelo motor dependem da transmissão final para girar a roda e movimentar a moto. Existem três tipos de transmissão final: corrente, cora e pinhão; por correia e também pelo eixo-cardã. Esse tipo de transmissão é característico das motos com motor boxer da BMW, mas o cardã está presente em outras motos grandes e pesadas como as big trails, algumas custons e sport-tourings.
É o sistema mais prático e durável, composto por uma haste de aço que liga, por meio de engrenagens e cruzetas, a caixa de câmbio ao eixo da roda. Mais durável, o cardã não precisa ser regulado e lubrificado semanalmente como é recomendado nas transmissões por corrente.
Apesar de robusto, o cardã não é inquebrável. Nas redes sociais não é raro encontrar relatos de problemas com o componente e, o pior, muitas vezes em uma viagem.
Consultamos o mecânico Alexandre Durigan Piu, da Piu Motorrad, de Monte Alto (SP), é especializado em manutenção de big trails. O profissional alerta que o uso incorreto da moto e a falta de manutenção podem ocasionar problemas. “É preciso levar em consideração que a moto é pesada e o motor tem muito torque, não é recomendável usar a moto como se pilotasse uma esportiva”.
Ele relata que muitas motos, equipadas com cardã, já passaram dos 300 mil km rodados e nunca apresentaram problemas. “Por outro lado, é possível ver motos que rodaram menos de 20 mil e já apresentam defeitos”. Segundo o mecânico, a forma de pilotar de alguns proprietários “abusando de acelerações e reduções de marcha com o motor em rotações elevadas” sobrecarregam o sistema de transmissão por eixo-cardã.
CONFIRA ALGUMAS DICAS DO PROFISSIONAL SOBRE O EIXO-CARDÃ:
1 – Molhou? Cuidou
Ao trafegar em locais com condições severas como lama, cruzar rios ou água do mar é necessário fazer a manutenção ao voltar de viagem. Leve ao seu mecânico para fazer a limpeza do sistema. Caso a moto fique parada por muito tempo, a água que entrou no eixo-cardã evapora e a lama e sujeira passa a enferrujar e contaminar os componentes.
2 – Cuide da coifa
Um componente fundamental no sistema do eixo-cardã é a coifa. Ela deve estar sempre em boas condições e fixada corretamente para evitar a entrada de água e poeira. Caso esteja ressecada, por exemplo, pode deixar entrar sujeiras que danificam o sistema.
3 – Prevenção é tudo
O mecânico recomenda que a cada 20 mil km seja feita uma revisão completa do sistema. O óleo lubrificante é trocado e a graxa (específica para este fim) é substituída. O serviço custa entre R$ 150 e R$ 200.
4 – Relaxar custa caro
Melhor fazer essa manutenção periódica do que relaxar. Na maioria dos casos quando o motociclista é desleixado, na hora de fazer a manutenção do eixo-cardã é necessário a substituição da cruzeta e fazer toda a revisão do sistema. O serviço (mais as peças) tem custo médio de R$ 2.500.
5 – Não compre sem verificar
Antes de comprar uma moto usada que tenha transmissão por cardã peça para seu mecânico de confiança verificar as condições do sistema. Piu lembra que a maioria dos defeitos não é percebida por leigos e podem causar sérios problemas ao piloto, principalmente em longas viagens.
Fonte: Equipe Moto.com.br
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