A participação do atrasado, subdesenvolvido e longe Estado de Rondônia no PIB do Brasil é insignificante: algo em torno de 0,6% apenas. Aqui tem uma população que representa menos de um por cento da população nacional. Por isso, para a realidade do país Rondônia não significa absolutamente nada. Este Estado vai se acabar muito em breve e não será nenhum desastre natural o responsável pela hecatombe karipuna. Com pífios números à frente de apenas quatro outros Estados, todos da região Norte, a jovem unidade da federação agoniza e devia ser extinta para não dar mais prejuízos à nação. O fim “disso aqui” não seria percebido por quase ninguém, além de trazer um enorme alívio para muitas pessoas: a dívida do extinto Beron, o Banco do Estado de Rondônia, foi adiada até 2048 e agora teremos que pagar à União mais de metade do nosso PIB.
Óbvio que essa dívida já foi paga várias vezes e todo mundo sabe disso. Porém, muito pior do que qualquer catástrofe da natureza, a classe política desse Estado, além de não fazer absolutamente nada em benefício dos pobres cidadãos pagadores de impostos, ainda contrai dívidas astronômicas e praticamente impagáveis para nossos filhos e netos. Se Rondônia não tivesse sido transformada em Estado, esta dívida não existiria. A emancipação foi a pior coisa que nos aconteceu. Se tivéssemos continuado a ser administrados por Brasília, a situação talvez não tivesse chegado a esse ponto. Rondônia hoje só dá prejuízos e vergonha ao restante dos brasileiros, que também não têm muito do que se vangloriar. Fomos emancipados somente para ajudar a Arena, o partido dos generais. Mesmo assim, Brasília só mandou coronéis para nos administrar.
Desfeito o “grande erro” de 1981, talvez tivéssemos dias melhores. Opções não faltariam: poderíamos ser devolvidos à Bolívia, por exemplo, que seria bem melhor. Ou então sermos anexados ao Mato Grosso ou ao Amazonas. E quem pegasse o “abacaxi”, herdaria também todas as dívidas e todas as outras desgraças que aqui existem. Deviam colocar o Estado de Rondônia à venda. Mas duvido que alguém em sã consciência quisesse comprá-lo. Ficar com a cidade de Porto Velho, a sua podre e fedorenta capital? Só se fosse para destruí-la por completo a fim de vender os destroços para as empresas de construção e aterro. O “açougue” João Paulo Segundo não serviria para nada depois de implodido. Muitas outras obras da cidade como o Espaço Alternativo, a ponte escura e os viadutos tortos e íngremes nem para aterro servem mais. Ninguém compra o caos.
Depois das Operações Dominó, Luminus, Hygéia, Ludus, Termópilas e infinitas outras realizadas no Estado pela Polícia Federal, o preço de Rondônia não vale hoje sequer um único centavo. Só que vendido, nem que seja no mercado negro, o Estado se livraria de trambolhos como a Assembleia Legislativa e a capital abriria mão da Câmara de Vereadores. Um alívio: campanhas políticas não haveria mais. Nenhum senador, nenhum deputado, nenhum governador. Mas os rondonienses são teimosos como mulas, já que preferem ficar no prejuízo sem nenhuma qualidade de vida e sofrendo a ter que serem administrados por Brasília. Um paradoxo, pois nunca, jamais, em tempo algum, um rondoniense nato administrou o Estado. Nem a sua suja capital. Os forasteiros sempre tiveram vez por aqui só que “deu no que deu”. Sob a ótica do Capitalismo, Rondônia é um lugar já falido. Vendendo tudo, não pagaria o que deve. Quem dá mais?
Fonte: Professor Nazareno / Porto Velho-RO.
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