Estamos a poucos dias do início da Copa do Mundo de futebol que será realizada na Rússia. Até agora não se tem visto, como em outros anos, a euforia dos torcedores brasileiros. Parece que o pessimismo tomou conta de todos contrastando com aquela encantadora “onda verde e amarela” que arrebatava corações e mentes de quase todos os cidadãos do país antes do torneio. Tristes e desolados, muitos nem vão assistir aos jogos da seleção canarinho. Ainda curtindo a ressaca dos 7 X 1, muitos torcedores já não acreditam mais na sua seleção. Desiludidos com o futebol e ainda lamentando a roubalheira fora de campo da última Copa do Mundo, realizada no Brasil, muitos brasileiros preferem torcer em absoluto silêncio pelo seu time. Sem nenhum legado nas 12 cidades onde aconteceram os jogos, todos só se lembram do que foi roubado.
Além das humilhantes derrotas para alemães e holandeses, nada ficou como lembrança para o Brasil e os brasileiros. Os políticos e empresários roubaram como nunca e ajudaram a deixar o nosso país nesta situação caótica em que se encontra. Nenhuma das cidades-sede teve melhorias em sua infraestrutura. Isso sem falar em alguns estádios que se mostraram verdadeiros elefantes-brancos. Manaus, Natal e Brasília, por exemplo, não sabem o que fazer com aqueles monumentos ao desperdício do dinheiro público. Deveriam implodir suas inúteis arenas para que não dessem mais tantos prejuízos ao Erário. E como se não bastasse, vários torcedores hoje têm vergonha de vestir a camisa amarela, pois foi com ela que os “coxinhas” foram às ruas pedir a saída da Dilma a fim de colocar o golpista e impopular Michel Temer no seu lugar.
Vestir a camisa verde-amarela é hoje sinal de decepção e idiotice. Isso sem falar que os jogadores não representam o Brasil nem nós, os brasileiros. São homens “podres de ricos” que moram na Europa, ganham em euros e dólares e respondem tão somente pelos interesses de seus clubes e de seus ricos patrocinadores. Nike, Adidas, Heineken, Coca-Cola, Emirates, Visa e Master Card é quem darão as cartas, e os prêmios, na Rússia. Alguns dos “nossos heróis” dão até entrevistas em outros idiomas. Jogador de futebol ter amor ao seu país é coisa do passado. Por tudo isso, o sofredor, explorado e humilhado torcedor do Brasil não deveria vibrar pela sua seleção nacional. Tem que torcer pelo bom futebol e isso não faz mais parte da nossa realidade. Derrota humilhante deveria ser castigada. Que tal obrigá-los a morar um mês na imunda Porto Velho?
Dessa forma, não vou torcer pelo Brasil. Até já escolhi o meu time de coração: é, claro, a poderosa Alemanha e tomara que venham outros 7 X 1. E de novo em cima dos nervosos e fracos canarinhos. Até a camisa do “tanque europeu” de Thomas Müller, Neuer e Özil eu já comprei. Não vi até agora nenhuma rua pintada, não vi ninguém usando a ridícula camisa amarela, nem conheço um só torcedor que saiba de cor a escalação do time de Tite. Se o Brasil ganhar esta Copa do Mundo, o povo brasileiro esquecerá rapidamente a sua situação de “vaca de presépio” e começará a acreditar que somos de novo uma potência. Em 1970 os militares usaram a vitória de Pelé e companhia para descer o cacete no povo e aumentar a repressão aos oposicionistas. Só que a direita dessa vez antecipou as coisas: botou a seleção na rua antes do jogo começar. Agora deve torcer por uma improvável vitória no campo. Ou fracassa de novo.
Fonte: Professor Nazareno / Porto Velho-RO.
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