A pressão dos deputados evangélicos e dos pastores de várias denominações religiosas deu certo? Não se sabe ainda. Até ontem à noite, o governador Daniel Pereira não tinha decidido se vai vetar ou não a lei aprovada pela Assembleia, que cria o Conselho Estadual de Políticas Públicas e Direitos Humanos para a população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis,Transsexuais e Transgêneros (LGBT). O presidente da Assembleia, deputado Maurão de Carvalho, distribuiu notícia ontem pela manhã, dizendo ter a garantia do veto, que lhe teria sido dada pelo próprio Daniel. A assessoria do Governador, contudo, ao anoitecer, informou que a decisão ainda não foi tomada. Daniel se reuniu com os representantes evangélicos – incluindo Maurão - na terça e, nesta quarta se encontrou com um grupo LGBT. Obviamente que os pastores e representantes das igrejas exigem que o projeto seja vetado, enquanto o outro lado quer que ele seja sancionado. Daniel, como o da Bíblia, está na Cova dos Leões. Não sabe ainda qual o caminho que vai seguir. A pressão dos evangélicos é intensa. O projeto, do Executivo, foi aprovado por 16 votos a favor e oito contrários, todos os oito vindos da bancada evangélica. Maurão garante agora que se o veto do Governador chegar à ALE, ele será mantido e o Conselho LGBT não vai ser criado. Mais uma vez, o tema cheio de complexidades e meandros, que mexe profundamente com várias setores da sociedade, acaba gerando muita discussão e oposições apaixonadas, pró e contra. E ainda criou uma crise entre deputados estaduais e um da bancada federal.
Sobrou para o deputado federal Marcos Rogério, do DEM. Ele postou um vídeo nas redes sociais, protestando contra a criação do Conselho LGBT pela Assembleia e criticando duramente os parlamentares da ALE. Fez uma média com o eleitorado evangélico. Mas esqueceu um detalhe: o então presidente Lula enviou ao Congresso projeto idêntico, criando um Conselho em defesa dos interesses dos homossexuais. Igualzinho ao que foi votado na Assembleia rondoniense. Só que, na ocasião, Marcos Rogério não abriu a boca para protestar contra o tal projeto, quando tinha a tribuna da Câmara Federal para fazê-lo. No dia seguinte a sua postagem no Facebook, com o vídeo criticando a ALE de Rondônia, alguns parlamentares lembraram do fato, ocorrido em Brasília e do ‘lava mãos” do parlamentar. Um dos que respondeu às críticas de Marcos Rogério, foi o deputado Anderson Pereira.. Mas não foi só ele. O deputado Jesuino Boabaid chamou de “politicalha” o que “o deputado federal Marcos Rogério tem feito com os pastores de Rondônia, fazendo vídeos afirmando que a Assembleia é um péssimo exemplo para o Brasil!.” Marcos Rogério, ao menos até o final da quarta, não foi para a tréplica! O assunto ainda vai render muito, durante a campanha política que se aproxima.
TEMOS MAIS UM MERCADO PERSA
Mercado Persa. Tem de tudo. Alto falantes berrando nos ouvidos dos pobres frequentadores, ora com orações, ora com produtos, ora conclamando para isso ou para aquilo. Tem também ambulantes que quase se chocam uns nos outros. Tem ligações clandestinas de energia elétrica. De vez em quando se vê uma faísca e a energia, naquele ponto, vai pro saco. Tem motoristas e motoqueiros andando em alta velocidade, na pista livre para o trânsito. Tem de tudo. Aliás, tem QUASE tudo. O que está faltando é fiscalização. Dos órgãos estaduais. Dos órgãos municipais. Do Ministério Público, através da Procuradoria dos Serviços Urbanos. Enfim, antes que se destrua pelo abandono e desrespeito o mais belo espaço que a comunidade de Porto Velho ganhou nos últimos anos, é bom que as chamadas autoridades responsáveis comecem a agir imediatamente. O Espaço Alternativo está lindo, quase todo pronto, com uma passarela belíssima, com várias atrações, mas se não houver algum controle, vai virar a Casa da Mãe Joana. Aliás, já está virando...
CASO RARO: OBRA MERECE ELOGIOS
Quando as coisas não andam, tem que se falar, protestar, exigir. Mas quando funcionam, seria uma enorme injustiça não registrar também. Por isso, há que se elogiar a forma rápida com que estão andando as obras do viaduto da Campos Sales, na BR 364, que servirão para resolver de vez o complicado sistema de trânsito naquela área da Capital. Tudo está adiantado em relação ao cronograma, que previa a entrega de todo o complexo para o final do ano. A tal ponto que a obra, com mais qualidade até do que previa o projeto original, vai acabar ficando pronta pelo menos cinco meses antes, provavelmente em meados de julho. O Dnit acompanha os serviços de perto, fiscalizando tudo e as empresas contratadas – uma delas é de Porto Velho e tem dado demonstração altamente positiva de como tocar uma obra com rapidez e qualidade – compõem um sistema de atuação conjunta, cujos resultados não poderiam ser melhores. Faltam ainda detalhes importantes, mas quem passa pela região já observa que em, algumas semanas, os viadutos já estarão quase prontos para serem utilizados. É uma obra importante para Porto Velho, que finalmente, depois de tanto tempo, torna-se realidade. Tem que se elogiar sim!
A FORÇA NA FRONTEIRA
Finalmente, um pouco menos de discurso e alguma ação. O Ministério da Segurança Pública, até que enfim, autorizou que a Força Nacional de Segurança ajude a Polícia Federal nas ações de combate ao crime nas regiões der fronteira da Amazônia. Em Rondônia, ontem temos mais de 1.300 quilômetros de fronteira com a Bolívia, tudo praticamente escancarado ao tráfico de drogas e armas e a todos os tipos de crimes, ação federal também deve começar a ser executada em poucos dias. Segundo a portaria ministerial, os agentes da Força |Nacional – não se sabe exatamente qual o número deles que será colocado a disposição, em toda a Amazônia - apoiarão o trabalho da Polícia Federal, na região, por até 180 dias. Se necessário, o prazo poderá ser prorrogado. Segundo a portaria assinada pelo ministro Raul Jungmann, a Força Nacional vai atuar nas ações de policiamento ostensivo, em atividades de fiscalização, inibição, prevenção, coibição e repressão aos delitos mais comuns nas regiões de fronteira. A operação terá apoio logístico da Polícia Federal e o número de agentes da Força Nacional a ser disponibilizado será definido pelos órgão envolvidos. Ainda não existem mais detalhes sobre as operações e nem quando elas iniciarão, mas já é uma boa notícia, já que nossas fronteiras estão totalmente abandonadas.
A GUERRA CHEGOU AO NORTE
A guerra civil que já tomou conta de várias regiões do País (começou há quase duas décadas no Rio de Janeiro e só lá já fez o dobro de vítimas do que toda a Guerra da Síria), se espalha cada vez em mais áreas que antes eram consideradas menos violentas. Entrou pelo Nordeste adentro e agora chega ao Norte, onde o Pará se transformou também numa zona de batalhas. Só em Belém, em menos de quatro dias, 38 pessoas foram assassinadas, incluindo uma Polícia Militar que foi fuzilada quando saía da sua casa, onde cuidava da mãe, deficiente. Os assassinos transformaram as ruas das cidades em Praça de guerra; os assassinatos se multiplicam; os tiroteios superam os mais assustadores de batalhas em países em conflito, que se vê diariamente na TV, como se lá fosse pior do que aqui. E o Congresso Nacional, assim como o Governo e todos os setores que deveriam tratar de combater com veemência todo esse ambiente trágico, cruzam os braços e só discursam. Os defensores dos direitos humanos dos bandidos se mobilizam para protegê-los, enquanto a sociedade, refém e vítima, não tem a quem pedir ajuda. Se discurso resolvesse alguma coisa, Hitler governaria o mundo até hoje e Fidel Castro seria o maior líder de todos os tempos. Ambos discursavam por horas a fio, como adoram fazê-lo os ditadores. Nunca resolveram nada, a não ser se manterem no poder e destruírem democracias e vidas. Aqui, dá nojo ouvir tanto discurso fajuto e nenhuma ação. Estamos mesmo à mercê do crime!
ENTREVISTA OBRIGATÓRIA?
O jornalista Miguel Monte é, no mínimo, bastante polêmico. Agora, dizendo-se pré candidato ao Senado pelo Partido Progressista (PP), a quem diz ser filiado, ele ingressou com ação na Justiça, exigindo que as emissoras de rádio e TV fossem obrigados a entrevistá-lo também, já que, segundo alegou, as entrevistas “são feitas apenas com candidatos de alto poder aquisitivo, todos investigados pela Polícia Federal”. O juiz Glodner Luiz Pauletto, do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia, ao analisar o pedido de Monte, não o acatou, inclusive porque não haveriam, na petição inicial, as informações básicas para que alguma medida fosse tomada. Poderia alegar ainda Sua Excelência que os partidos sequer realizaram convenções e que, ao menos no PP, até agora não se falou no lançamento de nenhum nome para concorrer ao Senado. A verdade é que há legislação específica, a partir do lançamento oficial das campanhas eleitorais, para a realização de entrevistas de candidatos na mídia, tanto em rádio como em TVs. Há anos essa legislação tem sido seguida, dando espaço aos concorrentes, geralmente entre os que estão entre os mais cotados nas pesquisas oficiais, já que não espaço para todos. No futuro, veremos se o jornalista Miguel Monte será mesmo candidato pelo PP e se terá cacife eleitoral para ocupar espaço na mídia.
SEDUC SOB NOVO COMANDO
A educação em Rondônia, que melhorou consideravelmente no governo de Confúcio Moura e, principalmente, depois que Waldo Alves assumiu o comando da SEDUC, está agora em outras mãos. Waldo decidiu não continuar na função e o governador Daniel Pereira trouxe para seu lugar uma mulher, a professora Maria Angélica Silva Ayres Henrique, que veio de Cacoal para ficar à frente da maior secretaria do Governo, que abocanha, por exemplo, 25 por cento de todo o orçamento do Estado. Nesta quarta, foram empossadas também a professora Francisca das Chagas Holanda Xavier, a Chaguinhas, como adjunta e Elizabeth Matias de Siqueira, como diretora Geral de Educação. Com muito trabalho pela frente e o desafio de dar continuidade ao trabalho de Waldo Alves, recheado de resultados positivos, a turma de Daniel Pereira assume a Seduc querendo fazer ainda melhor.
PERGUNTINHA
Se fosse o Governador de Daniel Pereira, você assinaria ou vetaria o projeto aprovado na Assembleia Legislativa que cria o Conselho Estadual em Defesa dos Direitos dos LGBT, ou seja, dos gays e outras minorias?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.
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