domingo, 13 de maio de 2018

CANTAREI, ETERNAMENTE, AS BONDADES DO SENHOR!

“Como é bom fizermos a experiência de um Deus que nos ama!” Foi assim que me falou um amigo monge. Realmente, quando se passa por essa realidade, a gente fica sem palavras e a tranquilidade toma conta da vida. Por isso, convido-lhe a ler e refletir o salmo 88 das Sagradas Escrituras.

“Cantarei, eternamente, as bondades do Senhor; minha boca publicará sua fidelidade de geração em geração. Com efeito, vós dissestes: A bondade é um edifício eterno. Vossa fidelidade firmastes no céu. Concluí, dizeis vós, uma aliança com o meu eleito; liguei-me por juramento a Davi, meu servo. Conservarei tua linhagem para sempre, manterei teu trono em todas as gerações. Senhor, os céus celebram as vossas maravilhosas obras, e na assembleia dos anjos a vossa fidelidade. Quem poderá, nas nuvens, igualar-se a Deus? Quem é semelhante ao Senhor entre os filhos de Deus? Terrível é Deus na assembleia dos santos, maior e mais tremendo que todos os que o cercam. Quem se compara a vós, Senhor, Deus dos exércitos? Sois forte, Senhor, e cheio de fidelidade. Dominais o orgulho do mar, amainais suas ondas revoltas. Calcastes Raab e o transportastes; com poderoso braço, dispersastes vossos inimigos. Vossos são os céus e também a terra, vós que criastes o globo e tudo o que ele contém. O norte e o sul vós os fizestes; Tabor e Hermon em vosso nome exultam. Tendes o poder em vosso braço, a firmeza na mão, a autoridade em vossa destra. A justiça e o direito são o fundamento de vosso trono, a bondade e a fidelidade vos precedem. Feliz o povo que vos sabe louvar: caminha na luz de vossa face, Senhor. Vosso nome lhe é causa de contínua alegria, pela vossa justiça ele se glorifica, porque sois o esplendor de sua força, e é vosso favor que nos faz erguer a cabeça, pois no Senhor está o nosso escudo, e nosso rei no Santo de Israel. Outrora, em visão, falastes aos vossos santos e dissestes-lhes: Impus a coroa a um herói, escolhi meu eleito dentre o povo. Encontrei Davi, meu servidor, e o sagrei com a minha santa unção. Assistir-lhe-á sempre a minha mão, e meu braço o fortalecerá. Não o há de surpreender o inimigo, nem ousará oprimi-lo o malvado. Sob seus olhos esmagarei os seus contrários, serão feridos aqueles que o odeiam. Com ele ficarão minha fidelidade e bondade, pelo meu nome crescerá o seu poder. Estenderei a sua mão por sobre o mar, e a sua destra acima dos rios. Ele me invocará: Vós sois meu Pai, vós sois meu Deus e meu rochedo protetor. Por isso, eu o constituirei meu primogênito, o mais excelso dentre todos os reis da terra. Assegurado lhe estará o favor eterno, e indissolúvel será meu pacto com ele. Dar-lhe-ei uma perpétua descendência, seu trono terá a duração dos céus. Se, porém, seus filhos abandonarem minha lei, se não observarem os meus preceitos, se violarem as minhas prescrições e não obedecerem às minhas ordens, eu punirei com varaa sua transgressão, e a sua falta castigarei com açoite. Mas não lhe retirarei o meu favor e não trairei minha promessa. Não violarei minha aliança, não mudarei minha palavra dada. Jurei uma vez por todas pela minha santidade: a Davi não faltarei jamais. (...)”

O salmo dá grande ênfase central à promessa de Deus a Davi, seu escolhido. A mediação dessa grande promessa foi do famoso profeta Natã. O salmo inicia com a exaltação da fidelidade à promessa de Deus, em seguida aparece um canto do universo. Aqui parece que o fundamento dessa aliança histórica com Davi encontra-se na aliança cósmica, do universo. Isto significa que o autor do salmo quer mostrar que Deus é o Senhor da criação, o autor da vida. Por isso, descreve nesse hino triunfal o Deus do universo que controla o caos e abala as poderosas montanhas do Hermon e do Tabor.

Nos versículos de 20 a 38 tem o oráculo davídico. Ele se divide em duas partes: a primeira (vv.20-29) é sobre a sua eleição e consagração, a proteção e a paternidade divina; a segunda (vv.30-38) se refere à descendência de Davi. A partir dessa descendência que acontece o drama da infidelidade, porque transgrediram a lei e não seguiram mais os mandamentos de Deus. Porém, Deus é misericordioso e no final ele os perdoa, não rompe a sua aliança. E o salmo termina (vv.39-52) com uma inquietação e preocupação se Deus abandonou o fiel. O salmo não encontra uma resposta para esse drama, mas nasce uma pequena esperança que a aliança de Deus pode se consagrar com alguém que se chama o Messias. Sim, porque Deus é fiel à sua aliança, não obstante as suas criaturas não a respeitem. É esse Messias que gera a esperança do fiel do Senhor e que mantém a promessa divina da salvação.

Fonte: Claudio Pighin -  Sacerdote, doutor em teologia, mestre em missiologia e comunicação.

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